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O Melhor de Mim romance Capítulo 67

Ponto de vista da Tanya:

Minha pele arrepia com o toque do Marco e me pergunto por que ele escolhe afastar o cabelo do meu pescoço. Há algo de errado?

"Conseguiu?" Eu pergunto.

"Sim, fechei." Ele responde e, ao sentir que o vestido está fechado, eu me viro para encará-lo. É estranho estar usando um vestido de noiva e tento esconder a insegurança, já que o vestido mostra as minhas curvas delicadas e segura bem os meus seios.

"Eu... estou bonita?" Me vejo obrigada a perguntar. Marco dá um passo para trás, observando todos os detalhes do meu vestido, antes de voltar a olhar nos meus olhos.

"Eu acho que você está linda." Sinto um leve rubor subir nas minhas bochechas em reação às palavras dele. Além disso, me pergunto o que ele está pensando, pois ele parece um tanto preocupado.

Apesar da minha suposição, um segundo depois o que quer que eu tenha visto na expressão dele desaparece completamente e o Marco volta a olhar para mim com a feição neutra. Talvez fosse apenas a minha imaginação e o crescente nervosismo no meu estômago pelo que estávamos prestes a fazer.

Como este casamento é obviamente de última hora, a recepção é pequena, mas o Caspian ajudou organizar tudo em uma das clareiras da floresta, providenciou cadeiras, estendeu um tapete para o corredor e montou um belo altar de flores em forma de arco. Todos sabiam por que estávamos fazendo isso e que esse era o último desejo do Sr. Barlow.

Não fico surpresa ao saber que o Sr. Barlow vai oficializar o casamento. Aquele homem realmente é pau para toda obra. Embora não fosse tradicional, o Marco e eu tínhamos decidido simplesmente caminhar juntos até o altar, já que o meu pai não estava por perto. E, com toda a honestidade, mesmo que o casamento fosse de verdade, eu não achava que iria querer minha família aqui.

Com todos esses pensamentos girando na minha mente, finalmente ouço a música começar. O Marco fica ao meu lado e oferece o braço para mim. "Vamos?"

Eu respiro fundo, aceno com a cabeça e enlaço o meu braço no dele. Saímos do vestiário em que me arrumei e abrimos caminho pela floresta. O sol está alto no céu, seus raios reluzem nas árvores e flores com uma poeira mágica que dá à floresta um brilho vivo.

O cheiro inconfundível das Flores da Lua Azul nos envolve enquanto caminhamos lentamente em direção ao início do corredor. Um pequeno grupo de pessoas se levanta ao nos ver: Caspian, Dylan, Lisa e a pequena Claire.

Marco e eu caminhamos juntos pelo corredor no ritmo da música suave e elegante que está sendo tocada. Esperando por nós no final está o Sr. Barlow em uma cadeira de rodas, e noto a palidez da sua pele conforme ele fica mais fraco. O que me afasta da realidade é o sorriso que está nos lábios dele, tão largo e orgulhoso que os meus olhos brilham ao ver sua felicidade.

Afinal, isso é para ele e, se eu puder dar ao Sr. Barlow uma última lembrança feliz, é isso que eu vou fazer.

Quando o Marco e eu chegamos até ele, ele começa a cerimônia normalmente, falando o mais alto que pode, apesar da sua voz rouca: "Queridos e honrados convidados. Estamos reunidos aqui hoje para unir o Marco e a Tanya em matrimônio. Este contrato não deve ser celebrado levianamente, mas com reflexão e seriedade, e com uma profunda compreensão de suas obrigações e responsabilidades."

Ele sorri para nós antes de continuar: "Eu sou testemunha de que esses dois indivíduos estão destinados a ser um. Eles se complementam de diversas formas e juntos emanam fluidez, beleza e graça. Eles se apoiam nos momentos difíceis, se fortalecem quando precisam lutar e se elevam nos momentos de alegria. Suas almas dançam ao ritmo de seu próprio tambor, pois ambos são seres leais e compassivos que aprendi a amar. Os dois me aguentaram e eu sempre agradecerei por eles cuidarem desse velho."

Nossa pequena multidão e nós mesmos rimos das palavras do Sr. Barlow e ele continua com um sorriso: "E eu serei eternamente grato por ter tido a chance de testemunhar essa união antes de logo entrar na vida após a morte… Mas chega de falar sobre mim, a noiva e o noivo prepararam votos."

O Marco e eu nos revezamos em nossos votos, ambos expressando de maneiras diferentes nossa vontade de cuidar um do outro pelo resto das nossas vidas. Então, finalmente, diz o Sr. Barlow: "Tanya, você aceita o Marco como seu marido? Você promete amá-lo, honrá-lo, respeitá-lo e ser fiel por todos os dias das suas vidas?"

Fico extremamente tocada com as palavras dele. "Talvez o senhor não imagine, mas tem sido como um pai para mim. De verdade."

Ele ri. "Eu nunca tive uma filha biológica nesta vida, mas eu entendo e vejo você como minha filha também. Eu só quero o melhor para você. Mas eu tive um filho adotivo."

Percebo que, conforme ele me revela essa informação, algo se agita dentro dele. Ele faz uma pausa enquanto debate algo em sua cabeça, antes de finalmente decidir me contar: "Eu acho que, como minha filha, você deveria saber a verdade antes de eu morrer." Ele ri. "Na verdade, sou um híbrido de mago e lobisomem. Quando eu era jovem e burro, eu era uma pessoa terrível. Eu era cruel e implacável com qualquer um que se opusesse a mim. E, como nenhuma alcateia me queria por causa do que eu era, decidi criar uma alcateia só minha, feita de bandidos mestiços."

Minhas sobrancelhas se levantam, lentamente juntando as peças enquanto ele explica: "Encontrei um menino abandonado durante um inverno rigoroso. Ele era como eu. Então, eu o adotei e ensinei muito da magia negra que eu dominava." Ele ri, debochando. "Mas, você sabe, pessoas com personalidades como a nossa não são muito gentis."

Então, o Sr. Barlow continua com um sorriso triste: "Os poderes do meu menino foram ficando mais fortes a cada dia, assim como a sua ambição. E, eventualmente, ele decidiu me desafiar pela minha posição... e eu perdi. É claro que, sendo implacável, ele queria me matar, mas eu escapei, e foi aí que você me encontrou."

Ele pega minha mão, segurando-a enquanto olha para mim. "Então, sabe, eu ia morrer três anos atrás. Você me deu mais três anos de vida. Minha morte é inevitável. Meu filho adotivo deve saber que eu estou aqui e é por isso que ele escolheu envenenar a água da Alcateia Lua Azul. Eu sou responsável por isso. Você me ajudou a escapar do meu destino por um tempo, mas agora é hora. Eu sei que é a hora."

Ele gentilmente enxuga as minhas lágrimas antes de pegar algo em seu bolso e colocar o pequeno objeto na minha mão. Olho para baixo e vejo que é o distintivo dele. "Eu originalmente tinha dois." Diz ele. "Dei para o meu filho. E o segundo eu desejo dar à você, minha filha."

Fico triste ao sentir o Sr. Barlow se esvaindo. Ele ainda está sorrindo enquanto eu lentamente o observo fechar os olhos e inclinar a cabeça para encarar o sol. E, então, ele profere uma frase final antes de finalmente parar de respirar: "Você precisa saber que o nome do meu filho adotivo é Dorian."

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