O Melhor de Mim romance Capítulo 76

Ponto de vista da Tanya:

Como eu esperava, minhas palavras de alguma forma inspiram o desejo da Peyton de viver. O lamento dos monitores médicos começa a diminuir, e logo eles apitam em um ritmo bem mais calmo. Os médicos parecem surpresos e revelam que as máquinas estão mostrando que o estado físico da Peyton está mudando para melhor e que, embora ela permaneça em coma, ela deve acordar dentro de um dia.

Finalmente, viro-me para encarar os olhos curiosos que me cercam e suspiro. Ninguém vai gostar do que estou prestes a dizer, mas a verdade precisa ser dita: "Encontrei uma carta que um cavalheiro de outro reino escreveu para a Peyton há cerca de um ano."

Eu suspiro, incapaz de enfrentar o companheiro predestinado da Peyton, Russel. "O cavalheiro, que veio visitar o reino, secretamente se apaixonou pela Peyton e a convenceu de que o amor deles era real. Eu acho que ela acreditou nele e sentiu que o primeiro vínculo com um companheiro foi um erro, que ela foi erroneamente ligada à outra pessoa, em vez de acreditar na bênção da Deusa da Lua."

Então, o meu olhar se volta para a Isabella: "Mas, sabendo que ela estava prestes a se casar com o seu companheiro predestinado, acredito que ela correu para o seu pai para contar a verdade e conquistar a bênção dele para se casar com o cavalheiro, mas o seu pai deve ter recusado. Imagino que ele suspeitou das intenções do cavalheiro desconhecido e rejeitou firmemente os desejos da Peyton de ficar com ele."

Os olhos da Isabella se arregalam. "Não é de se admirar que o papai estava mal-humorado nos dias que antecederam o casamento."

Eu concordo. "Então, a Peyton decidiu que não se casaria e que iria para longe com o cavalheiro. No entanto, acredito que ela planejou tudo para o dia do casamento. Ela deve ter escapado e chegado ao local onde tinha planejado se encontrar com o cavalheiro, mas só encontrou esta carta, onde toda a verdade lhe foi revelada."

Eu suspiro tristemente. "Acontece que o plano do cavalheiro o tempo todo era seduzir a Peyton e fazer ela se apaixonar por ele, porque ela é a princesa do Reino da Fauna e, portanto, muito rica. Ele cobiçava o status e o dinheiro que a Peyton lhe traria. A identidade do cavalheiro era falsa e ele era na verdade um homem que enganou várias mulheres ricas, prometendo amor quando tudo o que ele fazia era pegar o dinheiro delas."

Meus olhos se voltam para a Peyton, que está pacífica e angelical, como uma bela adormecida, inconsciente da verdade que estou revelando aos demais. "No entanto, como disse em sua carta, ele ficou surpreso que a Peyton realmente quisesse fugir com ele. Se eles fugissem mesmo, ela não seria mais uma princesa e os esforços dele teriam sido em vão. Então, ele foi embora."

"Obviamente não sabemos o resto da história, mas sabemos quais foram os resultados. Pelo que posso imaginar, o rei deve ter percebido que a Peyton fugiu quando ela se atrasou para o casamento e o desgosto pode ter levado à um súbito infarto do miocárdio que, no final, causou a morte dele."

"Quando a Peyton voltou, devastada, ela descobriu que seu pai havia morrido. E, do mesmo jeito que eu fiz, ela somou dois mais dois e chegou a conclusão de que as ações dela causaram a morte do pai. Ela não conseguiu enfrentar a culpa nem lidar com tudo isso. Então, bebeu o veneno."

Eu olho para o grupo mais uma vez. "No entanto, como a Isabella levou a Peyton para o hospital a tempo, ela não morreu imediatamente e ganhou mais um ano de vida. A Peyton sabia que o seu quadro era grave e a culpa pela morte do pai a levou a não ter mais vontade de viver. É por isso que a vi se livrar os tônicos quando não havia ninguém por perto."

Todos ficam sem palavras, mas ninguém está mais chocado do que o Russel, o companheiro predestinado da Peyton. Ele tropeça para trás, apoiando a cabeça com a mão: "Eu não posso acreditar nisso... Não é de se admirar que ninguém tenha encontrado a Peyton quando o Rei Alfa foi levado para o hospital e ela apareceu sozinha muito mais tarde."

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Ponto de vista em terceira pessoa:

Os arredores não são novidade para ela. Por quase um ano, a Peyton acordou em uma sala cheia de monitores apitando e luzes brilhantes. O cheiro é de comida de hospital e de superfícies excessivamente higienizadas. No entanto, desta vez é diferente. Ela se sente mais viva esta manhã do que jamais se sentiu desde o dia em que escolheu abandonar o seu companheiro predestinado e fugir com outro homem.

A respiração dela não é mais superficial e oca. Ela finalmente respira com facilidade e os seus olhos piscam acordados com uma estranha empolgação. O veneno abafou a maior parte dos seus sentidos, deixando tudo ao seu redor monótono e enfadonho. Mas hoje não. O fato de ela sentir o cheiro de alvejante hospitalar coloca um sorriso engraçado em seu rosto.

Antes que ela pudesse reagir a qualquer outra coisa, Peyton vê a Tanya entrar silenciosamente no quarto. A princesa não esqueceu da promessa da Ômega mas, antes que qualquer pergunta possa ser feita, a Tanya borrifa um perfume enevoado de cheiro inebriante nela. Subitamente, suas pálpebras ficam pesadas e o mundo começa a girar em cores magníficas.

Mal sabe a Peyton que a Tanya borrifou um perfume que induz à alucinações muito realistas. É o mesmo tipo de perfume que a Tanya borrifou no Dorian, embora ela tenha melhorado a fórmula desde então, o que permite que a Peyton entre em uma alucinação que parece muito real.