Capítulo Um
Neste mundo há apenas duas tragédias:
uma a de não satisfazermos os nossos desejos,
e a outra a de os satisfazermos.
Oscar Wilde
— Qual é o seu problema, garota? — grita, visivelmente irritado.
Eu estremeço, amedrontada com o seu tom de voz alterado. Em alguns momentos, Christopher me causa medo. Ergo o queixo em um gesto imponente, impedindo que ele note o quanto fraca eu fico diante de sua presença.
— Qual é o meu problema? — rio com ironia e me viro de costas para ele. — Você acabou de destruir o celular que papai me deu antes de partir — digo, com lágrimas nos olhos — jogando-o contra a parede, e ainda tem a cara de pau de perguntar qual é o meu problema? — completo, desolada ao ver os pequenos fragmentos do meu celular espalhados pelo chão.
Ele evita contato visual, está visivelmente envergonhado por sua atitude. Com movimentos bruscos, ele solta o meu braço, então passo a mão sobre o local atingido, onde sinto uma ardência se misturando com pequenas marcas vermelhas deixadas pelos seus dedos na minha pele branca. Seus olhos deslizam pelo meu braço marcado por sua ira e eu o vejo apertar os lábios entre os dentes.
— Você me tira do sério. — Bufa.
Com passos largos, Christopher caminha dentro do cômodo de um lado para o outro, parecendo irritado. Eu tenho a consciência de que muitas vezes eu o faço perder a cabeça, mas nada que justifique a sua atitude. Lágrimas escorrem pelo meu rosto, lágrimas de decepção.
— Você me faz perder a cabeça, Julha.
— Eu só estava...
— Não quero saber o que você estava pretendendo quando atendeu à ligação daquele moleque idiota — ele me interrompe. Seu tom de voz me assusta, mas eu não deixo que ele perceba. — Você está aqui, comigo — grita e acabo dando um passo para trás com o susto. Em passos lentos, ele se aproxima. — Você não pode fazer isso quando estiver comigo. — Gesticula com as mãos, enquanto dou mais um passo para trás.
— Ele é o meu namorado. Qual é o problema nisso? — Engulo em seco e seus olhos, que agora carregam um tom acinzentado, me fuzilam. — Eu não vou deixar de falar com ele apenas por que sei que você... Ai! — assustada, solto um grito ao sentir suas mãos me pegarem de surpresa e me colocarem contra a parede, prendendo os meus pulsos acima da cabeça.
Nossos rostos estão tão próximos que consigo sentir a sua respiração ofegante e o hálito de hortelã. Engulo em seco, excitada. O meu padrasto é a minha tentação. Sua língua desliza por seus lábios, umedecendo-os, despertando ainda mais a minha libido.
— Entenda uma coisa, Julha Thompson — umedece mais uma vez os lábios e dá uma leve mordida em seu lábio inferior e, em seguida, seus olhos queimam o meu corpo —, quando você estiver comigo, sua atenção deve se voltar apenas e unicamente para mim.
Ele cola ainda mais o seu corpo ao meu, então sinto o seu pau enrijecido roçar na minha virilha. Um gemido de excitação vindo do fundo da minha garganta escapa da minha boca. Um sorriso malicioso dança em seus lábios e ele me surpreende quando sua boca possui a minha com urgência.
Não penso muito, só me deixo levar pelo momento. Somos apenas nós matando o nosso desejo carnal. O nosso beijo se aprofunda, arrebatador. Seus lábios me consomem quente, excitante, minha razão exige que eu pare, mas a minha língua não me obedece e tudo o que eu quero é ter mais da sua boca gostosa. Uma mão segura firme a minha nuca, ao mesmo tempo em que a outra pressiona a minha cintura. Um gemido rouco de excitação escapa pelos meus lábios, meu corpo está quente, formigando em resposta à sua ereção pressionada contra a minha intimidade. Ofego.
Ao me dar conta da loucura que estou cometendo, espalmo as mãos em seu peito e o afasto para longe, parando o nosso beijo. Então o gosto amargo do arrependimento apodera-se de mim com força.
— O que há com você? — ele pergunta, as sobrancelhas arqueadas, surpreso. O cretino não está acostumado a ser rejeitado.
— Você realmente não sabe o que há comigo? — rio com escárnio e balanço a cabeça em negativa.
Raiva é o sentimento que descreve o meu estado emocional neste momento. Ele não podia ter feito isso, não com uma doce lembrança que eu havia recebido do meu pai antes de sua partida. Não é pelo valor do material, posso ter dezenas de aparelhos como este, mas nenhum terá o mesmo valor sentimental.
Um filme daquele dia se passa em minha cabeça e eu me recordo de quando ele me presenteou com o objeto. Era visível a sua ansiedade por saber qual seria a minha reação. O meu peito aperta e eu sinto saudades. Saudades do meu pai, o homem que além de ser um bom filho e um ótimo marido, era um pai excepcional. Ele dedicou até o seu último dia de vida para ver a sua família feliz.
— Julha, estou falando com você. — Ele me desperta do meu devaneio.
Estremeço com a rispidez com que se dirige a mim, então ergo o meu queixo de maneira imponente e volto a me revestir de uma falsa confiança.
— O que está acontecendo? — Ele se aproxima, mais do que eu gostaria, e pousa suas mãos em meus braços, segurando-os com firmeza, mas se me machucar.
Minha pele fica arrepiada e meu coração falha uma batida. Eu o fito com surpresa, ao mesmo tempo que um sentimento de raiva lambe o meu corpo como uma tocha de fogo que toca a minha pele, queimando e ardendo, semicerro os olhos com a visão embaçada por conta das lágrimas não derramadas.
— Por que você me odeia tanto? — Um soluço escapa da minha boca. Meu corpo estremece e meu sangue circula rapidamente tamanha é a ira que sinto. Eu deveria, mas não controlo a língua. — O que foi que eu fiz para você me odiar tanto? Vamos, me diga. — Deslizo a língua em meus lábios molhados e salgados das lágrimas que eu não havia notado que caíram. Rapidamente, passo a mão em meu rosto para secá-las.
— Julha... Julha, me ouça. Eu... eu quero que me desculpe... — gagueja. Com um único movimento, ele se aproxima, agarra o meu braço e me puxa para perto de si, colando os nossos corpos. Os nossos olhos se cruzam por alguns minutos, segundos talvez, não sei exatamente, mas é tempo suficiente para que ele deixe escapar através deles um resquício de arrependimento.
— De onde você tirou isso, meu doce? Eu não te odeio. — Ele pousa uma de suas mãos em minha nuca, trazendo a minha cabeça para o seu peito.
— Por favor, Christopher, me deixe — peço como súplica, mas é tarde demais, ele me envolve em seus braços em um abraço carinhoso.
— Querida, me desculpe. — Sua voz soa rouca e ele parece arrependido.
Carinhosamente, seus lábios tocam o topo da minha cabeça. Meu coração bate acelerado com a aproximação, mas eu me recuso a ceder às suas investidas. Cruzo os braços na frente dos meus seios na tentativa de controlar o louco desejo de envolver as mãos em volta da sua cintura e o abraçar com força. Intencionalmente, fecho os olhos e me deixo seduzir por seu perfume amadeirado, inalando como se eu necessitasse dele para sobreviver. Seu perfume me acalma, é um bálsamo para a minha alma.
— Julha, me perdoe. Eu me descontrolei, não deveria, sei disso, mas aconteceu. Eu quero que me perdoe, princesa. — Com uma de suas mãos, ele prende o meu corpo contra o dele e desliza carinhosamente a mão em minhas costas. Seu coração bate descompassado e sua respiração é ofegante. Eu me sinto embevecida por seu hálito de hortelã misturado ao seu perfume quando invade as minhas narinas. Esta é suficiente para me deixar excitada.
— Eu quero beijar você — enuncia.
Loucamente, eu anseio pelo toque dos seus lábios e, da mesma maneira que a sua respiração, a minha está descompassada, mostrando que as suas palavras me afetam.
— Christopher, é melhor pararmos por aqui...
— Me diga como? — Ele afasta alguns centímetros o seu corpo do meu, toma o meu queixo em uma de suas mãos e me fita com desejo. — Sua boca, não permite, Julha — sua voz soa como um sussurro. Ele morde seu lábio inferior, fazendo todo o meu corpo arrepiar.
Sinto o seu pau totalmente ereto roçar em minha vulva e uma lufada de ar desprende da minha garganta antes de me dar conta que estou molhada de tesão.
— Eu digo quando parar, pequena.
Um sorriso malicioso dança em seus lábios, e eu confesso para mim mesma que o quero aqui e agora. Eu sabia que não adiantaria nada me negar, porque de alguma forma já pertencia a ele. Fecho os olhos e permito a sua aproximação. A ponta da sua língua quente toca os meus lábios, então choramingo. Não consigo esconder o sorriso de satisfação que estampo em meu rosto. Ele contorna lentamente os meus lábios com sua língua, umedecendo-os, aguçando a minha libido.
— Entenda isso de uma vez por todas, Julha Thompson. — Ele molha mais uma vez seus lábios e meus olhos acompanham minuciosamente os movimentos, enquanto engulo em seco, concentrada em sua boca convidativa.
Os seus olhos percorrem o meu rosto, queimam meu colo, que sobe e desce freneticamente com o ritmo acelerado da minha pulsação. Christopher aproxima seus lábios dos meus e seus dentes branquinhos alcançam a minha boca, mordiscando o meu lábio inferior. Eu sei onde ele quer chegar e não me farei de rogada, desejo insanamente ser possuída por ele.
— Ouça, pequena, quando estivermos juntos, apenas eu e você, a sua atenção deve se voltar unicamente para mim — diz em seu modo autoritário.
— Humm. — Com a boca aberta e ofegante, gemo em excitação.
— Isso, geme pra mim, meu doce. Exponha os seus desejos mais obscuros. — Ele eleva os meus pulsos e prende um de cada lado acima da minha cabeça, enquanto a sua boca se aproxima da minha e me deixa ansiosa por seus beijos. Sua boca vai de encontro a minha. Seu beijo me excita. Sua língua me invade. Ele segura o meu rosto entre as mãos e aprofunda o beijo. Chupa, morde e lambe a minha língua intensamente.
— Eu quero... — digo, entre o beijo, antes de girar lentamente os quadris, pressionando a minha vulva contra a sua ereção para sentir mais do seu desejo. Christopher é gostoso e eu almejo ter mais dele. Quero libertar os meus pulsos das suas mãos, mas ele não permite e os mantém seguro com mais um pouco de força, porém sem me machucar.
— O que você deseja, meu anjo? — sussurra com os lábios próximos da minha orelha. Sua língua passeia por ali, penetra, sussurra palavras sujas, deixando a minha pele arrepiada.
— Você — digo, com a voz rouca e as pernas trêmulas.
Uma de suas mãos toca a minha intimidade por cima da roupa. Estremeço. Eu não sei qual será o seu próximo passo, mas já estou entregue e não me importo mais, quero apenas me entregar.
— Eu não ouvi, querida — provoca, deslizando a língua entre os meus lábios e me fazendo gemer.
Nossas línguas voltam a se unir e iniciam uma dança sensual. Sua respiração se torna pesada. Suas mãos habilidosas libertam meus pulsos e se concentram em minha cintura, então com os pulsos libertos, deslizo os meus dedos entre seus cabelos macios, cheirosos, enquanto uma de suas mãos envolve o meu cabelo preso em um rabo de cavalo.
— Eu quero você — digo, trêmula, e engulo uma boa quantidade de saliva que se formou em minha boca. — Por favor — peço, como uma enferma em busca da cura.
Sinto um pequeno sopro de ar que saiu com o seu sorriso malicioso bater contra o meu rosto.
— Você me leva à loucura, menina.
Levemente, ele puxa a minha cabeça para trás e um ardor gostoso percorre a minha pele. Sua mão livre desliza para dentro da minha blusa, seguindo para a minha barriga lisa, arrepiada, e em poucos segundos alcança os meus seios de auréola rosada e mamilo pontudo.
É desejo, prazer, a insana necessidade de sentir o toque dele me faz suspirar. Um beijo quente, molhado e tenso sela esse momento. Só se ouve gemidos, estalo de bocas e o barulhinho das roupas sendo tiradas do corpo.
Meus seios desnudos ficam ao seu dispor. Flexionando os joelhos para que os seus lábios fiquem na altura dos meus seios, ele aproxima a boca de um dos meus mamilos e dá um leve assopro em direção à pequena protuberância.
— Quero muito você — confesso, minha voz soa rouca. Descanso a cabeça contra a parede fria atrás de mim e fecho os olhos. O prazer que estou sentindo agora era desconhecido para mim, mas quando Christopher entrou em minha vida, despertou uma paixão ensandecida. Um sentimento que nunca imaginei que seria capaz de possuir.
— Vou tocar você em todos os lugares com a minha boca.
Estremeço, ele tem total domínio sobre mim. Prendo a respiração quando Christopher toma um dos meus seios na boca, sugando, lambendo, fazendo círculos em volta do mamilo com a ponta da sua língua quente, mordendo, chupando. Fito os meus seios e vejo que ele conseguiu o que almejava, estou com a sua marca. Marcada por seu desejo.
Seus lábios percorrem de um seio a outro, depositando selinhos estalados no colo, ombros, queixo e, por fim, alcança os meus lábios avermelhados pela intensidade dos nossos beijos. Sua boca suga a minha língua e acabo gemendo e arqueando as costas para aproximar mais o seu membro duro da minha pélvis, como um pedido silencioso para que ele me penetre duro e forte.
Levo as mãos para a sua camisa e a tiro, passando por um braço seguido do outro e, por fim, separamos os nossos lábios para passar por sua cabeça antes de ele jogar junto com as minhas roupas em um canto qualquer. Seus dedos quentes e trêmulos deslizam entre os meus seios e descem pela minha barriga, cintura, até o meu pequeno monte de Vênus. Minha pulsação bate acelerada, ansiando pelo próximo passo que ele irá dar.
— Vou percorre cada centímetro da sua boceta com meus dedos, minha língua e o meu pau.
Mordo o lábio inferior, desejando loucamente o cumprimento de suas promessas. Com os lábios, ele desprende os meus dos dentes antes de sua mão alcançar a minha boceta, que pulsa e vibra.
— Meu Deus, Julha, você está ensopada. — Seus dedos tocam suavemente o meu clitóris e inicia uma tortura com movimentos circulares, deixando-me em estado de êxtase. Eu saracoteio sobre os seus dedos ao mesmo tempo em que seu dedo do meio desliza lentamente para dentro de mim, torturando-me.
— Ah, Christopher — gemo, minha voz soa falha enquanto a respiração está ofegante.
— Você vai pagar caro por ter atendido àquele telefonema, porra. — Ele força o seu dedo em minha entrada.
— Então, o que está esperando? Me foda, eu não vou aguentar por muito tempo, estou no meu limite — peço em tom de súplica.
Ele me pega de surpresa ao deslizar o dedo em minha carne úmida, pulsante. — O que você deseja, minha gostosa?
Puta que o pariu, penso. Como posso dizer qualquer coisa que não sejam gemidos, sussurros e súplicas ao ter o seu dedo entrando e saindo lentamente dentro de mim, me possuindo. Fico olhando para ele, concentrado em apenas em me dar prazer. Não suportando mais de tanto tesão, eu suplico como se precisasse disso para viver. E preciso.
— Por fav... Ah! — gemo, me contorcendo sob a sua mão habilidosa.
— Peça, pequena — diz, com um sorriso safado nos lábios. Aquele sorriso que me faz derreter, que tem o poder de me fazer esquecer a nossa situação e o motivo principal que nos afasta — Katherine Cloney. Mas, ao mesmo tempo, o desejo que sentimos nos aproxima cada vez mais.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Padrasto 1
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