O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Fernando Pessoa
O táxi estaciona em frente à casa de vovó, pago a corrida e saio do carro, fechando a porta sem esperar o troco. Ao me aproximar do portão, o segurança ordena para que seja aberto rapidamente, tenho certeza que ele notou o quanto estou apressada.
— Senhorita Julha, está tudo bem? — pergunta o homem ao me ver atravessar os grandes portões.
— Está tudo bem, James. Está tudo bem — digo, minha voz soa embargada.
Eu atravesso a sala de estar e noto como está silenciosa, até que a voz da vovó me desperta do meu devaneio.
— Querida, venha cá. Eu quero que conheça Emanuel, um grande amigo da nossa família.
Paro bruscamente e volto a minha atenção para vovó, que está acompanhada de um homem com mais ou menos sessenta anos, negro, cabelos grisalhos, elegantemente vestido com um terno. Não me passa despercebido o largo sorriso gentil que enfeita os lábios do estranho. Rapidamente seco as lágrimas e coloco um sorriso nos lábios, tentando disfarçar a tristeza que carrego no coração.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Padrasto 1
?...
Cadê os outros capítulos...
?...
??...
Libera mais...
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Não teve ainda atualização dos capítulos...