Charles viu a fúria dela e suspirou internamente antes de falar. “Senta e come com a gente. Somos família, não vamos ficar presos ao passado.”
Marianna manteve o rosto rígido. Família? Ela jamais aceitaria Jessica!
“Perdi o apetite!”, retrucou friamente, dando meia-volta e saindo da sala de jantar com raiva.
Marianna tinha certeza de que expulsar Jessica da mansão Hensley seria o fim da história. Bastava convencer Charles a oficializar o divórcio, e aquela mulher sairia para sempre das suas vidas. Mas ela subestimou a situação por completo.
Nunca imaginou que seu irmão pudesse estar tão enfeitiçado por Jessica!
Ficou claro que precisava agir drasticamente, senão ele estaria perdido para sempre.
Jessica viu Marianna sumir pela porta, já esperando aquela reação.
Agora que estava de volta, estava preparada para o que viesse. Além disso, não seria mais tão fácil descartá-la.
Depois do jantar, Dom levou Arthur para jogar xadrez, enquanto Charles saiu para atender uma ligação no corredor.
Jessica subiu para desfazer as malas. Todas as roupas que levou para o apartamento de Charles tinham sido trazidas de volta e estavam no seu quarto.
Ao virar a esquina da escada, quase trombou com Marianna descendo. Pararam, os olhos travando um confronto imediato.
“Marianna”, Jessica cumprimentou educadamente, apesar do olhar gelado.
“Não me chame pelo nome”, exigiu.
Jessica manteve o sorriso calmo. “Você pode não me aceitar como sua cunhada, mas ainda vou te mostrar o respeito que você merece.”
Os lábios de Marianna se torceram com desprezo. “Que sem vergonha! Voltar rastejando depois de ser expulsa há apenas dois dias. Você é a mulher mais calculista que já conheci, usando seu filho como moeda de troca!”
Ela já sabia o que tinha acontecido mais cedo. Aquela criança era a única razão de Jessica ter voltado tão rápido.
Jessica franziu a testa. “Pode me chamar do que quiser, mas não vou deixar você me acusar de usar meu filho.”
Respirou fundo, sob o olhar fulminante de Marianna. “Você nunca vai entender o que é para uma mãe ser arrancada do filho. Só sou grata por seu pai ter mostrado compaixão.”
Ela tentou se afastar, mas ele só apertou o abraço, o cheiro masculino envolvendo-a.
“Eu... nunca disse isso”, protestou, baixinho.
Era verdade, aquilo era um lado positivo, mas nunca admitiria para ele.
Num movimento suave, ele a virou para encará-lo, estudando-a com olhos que tudo sabiam. “Você é uma péssima mentirosa.”
O pulso dela acelerou, mas esboçou um sorriso. “Não estou mentindo. Se estivesse, eu seria... um cachorrinho!” Já que realmente estava feliz por estar com Arthur, não ia se transformar em um.
Ele a observou em silêncio por um momento longo antes de sorrir. “Um cachorrinho, hein? Cachorrinhos mordem?”
Jessica não conseguiu segurar o riso. “Não sou realmente um cachorro. Por que ia morder você?”
“Tem certeza disso?” A voz dele caiu num ronronar perigoso enquanto dava um passo mais perto, prendendo-a entre o armário e seu corpo. “Você não ia me morder, mesmo?”
Por um instante, ela não entendeu, até captar o brilho malicioso nos olhos dele. Então as bochechas ficaram quentes com a súbita compreensão. Ah. É isso que você quer dizer.

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