Entramos numa sala cheia de retalhos de tecido e fiquei a pensar se não era a sala de costura da Sra. Zilena. Mesmo assim, não dei muita atenção para todos os retalhos e todas as coisas que havia ali. Apenas voltei meus olhos para ela, apreensiva, sentindo que mais lágrimas estavam se acumulando no canto dos meus olhos e que em questão de tempos, eu estaria chorando para ela.
– O que aconteceu, Agnes? – Ela me perguntou visivelmente preocupada e isso foi a gota d’água. Eu já não estava mais aguentando a semana tribulada que eu vinha tendo. Parecia que tudo estava vindo de mal a pior e que a água que aos poucos tentava me afogar, só aumentava em profundidade e desespero.
– Minha irmã. – Respondi num fio de voz e tentei arrumar coragem para dizer tudo sem chorar. Segurei minhas lágrimas enquanto dizia: – Ela tem câncer. Não sei se a Senhora sabe. Câncer no pulmão. E ela começou um tratamento novo, mas ele não parece ter dado certo. Ela agora está internada na UTI. Eu preciso vê-la! Me ligaram para dizer que ela está em risco de vida. Eu não quero perdê-la sem antes... – Mas não aguentei por muito tempo, caindo no choro ao pensar na hipótese de que minha irmã poderia morrer sem que eu pudesse me despedir dela e isso pareceu trazer uma dor terrível ao meu coração. Zilena não esperou que eu continuasse, ela mesma já parecia aflita e dispondo de completa concordância comigo.
– Mas é Claro, Agnes! Eu concordo com você. – Ela disse e engoliu em seco. – Vá agora mesmo! Faremos o seguinte, eu vou te dar um adiantamento para que caso precise pagar alguma despesa da sua irmã, qualquer coisa, você tenha. Se precisar de mais, não ouse! Me contate, ouviu bem Agnes? – Ela perguntou firme, como se fosse uma mãe falando com uma filha. Me senti terrível enquanto assentia a cabeça, pois Zilena era um amor de pessoa comigo e eu só tinha a agradecê-la por ser assim comigo. – E você fique o tempo que precisar. Mas me deixe a par de tudo! – Ela disse visivelmente alterada e eu nunca pensei que Zilena pudesse ficar assim, tão preocupada, ainda mais comigo, uma mera governanta.
O carinho que eu tinha por ela, tal como pela minha mãe, só aumentava.
– Sim. Eu prometo. – Disse balançando a cabeça numa assertiva. Zilena concordou.
– Vou pedir para que te levem até a França no jatinho. Assim, fica mais rápido para você já voltar direto para sua casa. Ajuda, não? – Concordei balançando a cabeça. Zilena era mais do que um amor, ela era fantástica. – E a única coisa que peço é que não me abandone. Que retorne. – Ela disse num sorriso franco e eu não consegui deixar de sorrir, correndo para seus braços e a abraçando carinhosamente.
– Muito obrigada. – Disse, pois Zilena estava sendo muito boa comigo e eu só conseguia pensar em como nunca, nunca na vida queria desapontá-la.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O Sheikh e Eu(Completo)
adorei a historia......