Os Irmãos Cavalcanti: Rendida romance Capítulo 30

Gabi

Foi o sexto mesversário do Lorenzo e meu neném está cada vez maior!

Quanto mais ele cresce, mais ele se parece com Davi.

Nossa, carreguei ele por tanto tempo e ele sai a cara do pai. Que injusto.

E o pior, estava muito notável. Lucas chegou a comentar que lhe lembrava muito o Davi.

E ainda tem a minha mãe.

Depois do episódio em que me fez entrar em trabalho de parto, não me procurou mais e nem eu a ela.

Mas então depois do terceiro mesversário do Lorenzo, chegou a me procurar.

Ligava ou enviava mensagens para mim. A ignorei maior parte das vezes.

Bianca pediu para conversar comigo, alegando que queria falar sobre a nossa mãe.

Era domingo e estaria me encontrando com ela hoje.

Coloquei um short preto, uma camiseta azul céu e ténis all star branco. Deixei meu cabelo solto e peguei no meu filho.

O meti na cadeirinha de bebê e fomos para o shopping onde me encontraria com Bianca.

Era estranho, nunca fomos próximas por conta das coisas que ela fazia. Era sempre eu contra ela e a nossa mãe.

Mas eu gostava dela independentemente de tudo. Era minha irmã.

Pegou no Lorenzo, brincou com ele, estava feliz por conhecer ele, embora eu estivesse meio apreensiva com ela.

- A mamãe está louca, Gabi. Olha eu sei que a gente nunca foi próxima, eu agi errado com você porque eu seguia tudo que a mamãe mandava. Mas eu percebi o quanto aquilo tudo era horrível. Estava tendo problemas com ela antes mesmo dela se casar. Ah e aquele milionário lá que ela achou que tinha fisgado, era esquema. O que deixou ela na lama. - lamentou.

- É. Agiu muito errado mesmo! Eu sempre soube que a mamãe era desequilibrada, afinal que mãe incentivaria as filhas a fazerem tudo aquilo. - comentei, pois Bianca por exemplo, desde os seus quinze anos que começou a andar com homens mais velhos cheios de dinheiro.

- Eu só queria me dar bem com ela. Desde pequena que estava na minha cabeça que eu faria tudo que ela mandasse, pois aquilo era amor, e eu estaria retribuindo a ela. Mas não é, Gabi. Não ponho as culpas nela pois eu fiz porque quis. Mas ela enlouqueceu. Quando percebeu que era esquema com o tal milionário, ela se mandou e virou para mim. Fez algumas dívidas e precisava que eu pagasse. Não tinha tanto dinheiro que ela precisava mas dei uma parte. Então ela começou a insistir que eu tinha que ir a uma festa de uns amigos dela a quem devia dinheiro, e serviria a todos naquela noite! Eu fugi, fui embora, e não olhei para trás. Parece uma psicopata, Gabi. Então eu decidi falar com você, pois eu acho que ela irá atrás de você. - cheguei a sentir pena da minha irmã ouvindo tudo isso.

Pensando bem, ela era uma criança, tanto quanto eu.. que foi atirada para essa vida muito cedo. Era muito fácil ser manipulada.

Principalmente pela mãe, que é alguém em quem confia e vai acatar tudo.

Conversei mais com ela, a perdoei ali mesmo, era apenas uma criança, não tinha culpa, e ela percebeu seu erro e me pediu desculpas.

Íamos saindo para o parqueamento dos carros conversando.

- Nossa mas que bebê gorducho e fofo! - ela elogiava rindo. Lorenzo se mexia todo no meu colo, rindo também.

- É, é um comilão, só poderia estar gordinho assim! - concordei rindo também.

Bianca parou do nada.

- Mamãe o que você faz aqui? - Bianca perguntou.

Só poderia ser azar. Eu juro!

- Já que a sua irmã não me responde e você me abandonou, sua ingrata! Tive que procurei por vocês pessoalmente. Me dá a chave do carro. - esticou a mão para mim.

- Não dou! Você não tem vergonha? Não basta tudo que já fez com a gente? Minha nossa, quer sair da nossa frente e nos deixar em paz? - já estava irritada, poxa que azar o nosso, de ter uma mãe assim.

Continuamos andando e ela me puxou pelo braço.

- Não me obrigue a fazer uma besteira Gabriela! - ameaçou olhando para o meu filho.

- Entregue, Gabi. - Bianca estava visivelmente assustada, e eu também.

Mamãe estava muito mal, parecia estar sob o efeito de alguma droga e exalava raiva.

Entreguei a chave do carro, esperando que ela entrasse no carro e fosse embora.

- Vamos, entrem! Vamos dar uma volta. - sorriu.

Eu e Bianca nos olhamos, e antes que saíssemos correndo, ela apalpou a cintura, mostrando que tinha uma arma ali.

Então entramos no carro, eu atrás com Lorenzo e Bianca a frente com ela.

Agarrei meu filho ao meu corpo, tremendo de medo.

Ela pegou na minha carteira e na carteira de Bianca, tirou os cartões e algum dinheiro que tínhamos.

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