Resumo do capítulo Capítulo 11 - Dominic do livro Perigoso (Letal - Vol.2) de Dalla Mendes
Descubra os acontecimentos mais importantes de Capítulo 11 - Dominic, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance Perigoso (Letal - Vol.2). Com a escrita envolvente de Dalla Mendes, esta obra-prima do gênero Erótico continua a emocionar e surpreender a cada página.
POUCOS DIAS DEPOIS…
Eu simplesmente abri a porta do “RH” disposto a tentar mais uma vez. A oficina estava fechada, as câmeras desligadas e o computador estava na minha frente. Eu tentava mais uma vez entrar no sistema, invadir os acessos e descobrir mais algumas coisas. Seria muito mais fácil se o Kane estivesse aqui, já que eu nunca fiz isso sozinho e essa parte do plano estava muito devagar. Suspirei, não consegui ir pra frente, mas tentei de novo. Foi.
Como eu suspeitava aquele computador não ia me dar muita informação, mas me deu alguns números. Eu peguei uma caneta e um papel à parte, fiz algumas suposições na minha cabeça e olhei pros números. Desliguei o sistema, voltei as coisas no lugar e vesti a touca, tampando o rosto inteiro, programando uma repetição nas câmeras para suprir o tempo que fiquei e sair sem ser visto.
Não demorou muito e eu estava em casa, tirei a roupa enquanto a gracinha redonda dormia pesado, sorri com a visão e escondi a farda antiga dos mercenários. Se ela sonhar que eu ando fazendo uns trampos por fora, eu vou levar um cacete. Pensei em acordá-la na cama, sarrar o piupiu na redonda, mas eu não podia perder o foco e nem o fio da meada. Peguei um aparelho via satélite que guardo por segurança, para casos extremos e com um número não rastreável, fui pro sofá da sala, digitei um dos números que peguei e coloquei o aparelho na orelha.
Chamou três vezes e exatamente quem eu suspeitava, atendeu.
— Alô? — era Sore, na maior tranquilidade — Alô?
— Ele deixou um plano. — respondi, calando a voz do outro lado — Eu estou tentando executar a droga do plano desde quando cheguei. Tudo volta pra trás, e eu comecei a duvidar de algumas coisas… Você quer me contar agora, Sore, porquê está travando a gente?
— Você quer ir embora, acha que eu não saquei? — ela revidou, nada inocente.
— Eu quase morri da última vez… — soltei entre os dentes — Porque está travando a gente?
— Não faz parte do plano ir embora.
— E você ia me matar porque decidi mudar o trajeto? Desde quando você faz parte disso? Quando foi que o Iron te colocou na jogada?
— Eu sou o plano B.
— Mentira, O Kane era o Plano B. Agora responde a minha pergunta, porque está travando a gente?
— Sabe porque o Kane era o plano B, Dom? — eu engoli em seco, eu não imaginava que podia ser isso, mas era um motivo — Porque ele não ia alisar o traseiro da Érina, nem se ela pedisse.
— Porque está travando a gente? — insisti.
— Você não devia ter feito isso, Dom. Você complicou tudo!
— Eu executei o plano! — voltei estressado.
— Ela não é sua!
— Fodda-se! — respondi com raiva — Quem você acha que é pra me dar a porrra de um sermão desse? A vadiia que deixava o Kane na merda porque não queria perder as regalias da Máfia?! Você está por trás do Espano, Sore! Ninguém melhor do que você sabe que era pra essa merda ser temporária e até pra Érina esse temporário está durando demais. Como vai explicar pra ela que o nosso problema é você?
— Você não vai falar nada pra ela. — soltou ameaçador.
— Essa é uma tentativa de me ameaçar? — eu olhei pra trás e vi a sombra redonda de pés inchados com os olhos marejados — Ela já sabe, eu acho que gritei demais durante a conversa.
— Vamos fazer um acordo.
— A irmandade já era e não foi porque eu fodi a cadella dele. Sem acordos!
Desliguei a droga do Telefone e ouvi um murmúrio triste. Eu não tinha muito fetiche em grávida, mas eu confesso que era ótimo. Mas, pelo visto, minha noite já era. Eu estava amarradão no pijama do frajola esticado, mas estava vacilando com todo o resto.
— Como descobriu que era a Sore? — perguntou, caminhando devagar e se sentando no sofá.
— Eu acho que ela permitiu isso. — ela me olhou chorona, eu a abracei e beijei o topo do cabelo amassado — Eu estou tentando coletar informações do sistema já tem um tempo. Passagem nova, identidade falsa, contatos… Ou some, ou me dá trabalho, ou…Hoje eu simplesmente consegui. Tem alguma coisa que não bate…
— Acha que ela está vindo atrás do bebê? — perguntou, deixando seu medo fluir.
— Não. — confessei — Eu falei aquilo pra te assustar. Ela só precisa ficar de olho, e é por isso que a gente não consegue sair desse buraco.
— Mas eu ligaria pra Sore, mesmo estando em outro lugar, se pudesse.
— Essa é a parte que não faz sentido. Porque Sore nos prenderia aqui? — questionei, tentando buscar respostas na minha cabeça.
— E aqueles trabalhos? — Érina também tentava entender.
— Faz parte do plano, limpar as cabeças principais, refazer ligações e tomar o posto. Sore ainda não chegou no topo e o dinheiro sumiu. Ainda tem coisa que não bate. Pra ela entrar com tudo, eu ainda preciso enfraquecer o outro lado, um pouco mais.
— Então você realmente estava roubando o Espano, mas esse era o mesmo plano do Iron? — eu concordei — O que foi que mudou?
— Você. — respondi, sem problema algum — Eu te prometi que ia ser temporário, então mudei o percurso. Eu não estou nem aí com quem vai derrubar o Espano, eu só queria o dinheiro e saída.
— Então ela sempre esteve por perto… Sempre… Acho que ela quer o bebê. — contou, um tanto pensativa.
— O que ela ia fazer? — questionei alisando seu cabelo, vendo que ela estava bem mais calma no meu colo — Sore é fria, sabe lidar com coisas pesadas. Mesmo que seja seu sobrinho, eu não vejo ela se importando com uma criança.
— Lembra aquele dia que o apartamento estava revirado? — ela se levantou me olhando e eu levantei uma sobrancelha, curioso — Eu achei que não fazia sentido, ou que era coisa da minha cabeça. Eu procurei em todos os lugares, mas eu tenho certeza que sumiu.
— Não demos falta de nada, naquele dia. Mars e Sandra ajudou.
— Todos os meus ultrassom sumiram. Todos. Até o exame mais simples foi junto. Achei que tinha só perdido, mas sumiu.
— Merda, você vai ter que ter esse bebê em outro lugar… — comentei, foddido de preocupação.
— Na onde? Tá muito em cima, Dom e eu… — Ela virou uma pilha chorona em dois segundos, respirando forte, corando as bochechas e tentando se conter.
— Você desviou a grana, foi pego no meio do trajeto e está tentando cair fora. Eu avisei pra não fazer essa merda.
— Dane-se. — revidei, entramos num embate e a coisa ficou feia — Você é só mais um cachorrinho dela e está atrasando a minha vida. Diz pra aquela vaca, que eu tô caindo fora!
A rua estava silenciosa, vigiada apenas pelos palermas magrelos e armados, quando consegui dar um soco na cara que sangrava do grandão lento, fazendo ele cair de vez no chão. Eu tive de apoiar as mãos no joelho e lamber a beirada que sangrava da boca até cuspir, respirando fundo pra descansar, enquanto o cara se levantava devagar.
— Ah, cara, não levanta não! Eu tô ficando cansado… — reclamei chorão, mas ainda disposto a dar uma coça na macarena grande. Para a minha surpresa, ele só pegou um aparelho do bolso traseiro e me entregou, mostrando que havia uma chamada em percurso. Peguei o aparelho desconfiado, coloquei no ouvido e respondi. — Serviço de secretário da macarena grande. Seja breve, estamos discutindo relação e ele está sem razão no momento. — o cara com a cara fodida fez uma negativa e eu lhe dei uma piscada, travando minhas gracinhas logo em seguida.
— Dom, seja o que for que está fazendo, para, pelo amor de Deus! Volta pra casa, por favor… volta pra casa…! — era a voz dela, chorona e com medo.
Deixei o telefone cair e fui cego, disposto a apagar o cara nos punhos.
— Libera ela, seu merda! — soquei, segurei no seu colarinho, mas ele não estava diposto a continuar aquela briga — Mandem seus lixos sair da minha casa, ou eu vou te mostrar a porra do lado que você devia estar!
— Ninguém vai machucar ela. — contou, calmo demais — Ela não. — eu fechei a mão e estava disposto a socar ele mais uma vez, mas ele foi direto — É melhor parar o que você está fazendo. Ninguém vai fazer nada se você parar de tentar tirar ela daqui. Mas se quiser sumir a gente libera sua grana, mas a garota fica.
Eu o soltei, contive a vontade de cuspir na cara daquele imbecil e apontei o dedo.
— Pro seu bem, espero que ela não tenha nenhum arranhão. — prometi, voltando pra trás enquanto deixava o grandão sangrando no asfalto.
Eu encontrei com Brianna exatamente no momento em que ela descia as escadas às pressas. Ela quase não respirava quando me viu fechando a porta e tentou voltar, subindo no desespero. Eu sou maior, subi mais rápido e alcancei a nanica pegando a desgraçada pelos cabelos.
— Ela tá bem, ela tá bem! Eu juro que eu não fiz nada! Era só um aviso! Era só pra te assustar! — eu estava cego e com raiva, bati a cara dela no ferro do corrimão vi ela ficar zonza e soltei o corpo rolando escada abaixo, sem remorso nenhum.
— Qualquer coisa, se o teu guarda costas perguntar — retruquei, quando ouvi um murmúrio fraco, do corpo sem forças no pé da escada —, foi só pra avisar. Fica longe da minha porta.
Quando abri a porta do apartamento, ela estava de olhos cheios, abaixada no chão e na beirada do sofá. Com certeza desconfortável com a barriga grande, quando se agarrou em mim, enquanto eu me encolhia pra abraçar seu corpo trêmulo.
— Tá tudo bem gracinha, tá tudo bem…
— O que tá acontecendo, Dom? Tira a gente daqui…! — pediu, se derramando no choro.
— Shhh… Tá tudo bem. Tá tudo bem. — respondi, sentindo o amargo do sangue na minha boca, os ferimentos do rosto inchado e o sentimento de fracasso na minha cabeça .
Eu precisava ir embora, mesmo que isso custasse algum risco. Comecei o trabalho pesado e quando o Espano cair, eu não posso estar cruzando a linha de confronto. Não é um processo simples e eu já estava falhando nos últimos serviços. Eu precisava pegar ela e sair. Por ela, por mim e por nós. Que a Sore se vire depois dessa, só preciso do dinheiro e uma saída.
— O que a Sore está tentando fazer…?
— Não pensa nisso. — respondi, com pouca opção, mas olhando no seu rosto, secando sua lágrima e engolindo em seco — Eu te amo, gracinha. Eu não vou a lugar nenhum sem você.
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