Perigoso (Letal - Vol.2) romance Capítulo 13

Resumo de Capítulo 12 - Érina: Perigoso (Letal - Vol.2)

Resumo de Capítulo 12 - Érina – Capítulo essencial de Perigoso (Letal - Vol.2) por Dalla Mendes

O capítulo Capítulo 12 - Érina é um dos momentos mais intensos da obra Perigoso (Letal - Vol.2), escrita por Dalla Mendes. Com elementos marcantes do gênero Erótico, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

A sensibilidade era algo horrível durante a gestação. Eu me sentia pesada, desconfortável e redonda. Não conseguia dormir do mesmo jeito que Dom, apesar dele também ter ficado boa parte da noite preocupado. Foi custoso me levantar sem acordá-lo, mas consegui chegar no banheiro, passar uma água na nuca e respirar um tanto cansada. Nada que eu fizesse me deixava menos paranóica, principalmente depois das ligações de Sore.

— O que ela quer com meu bebê? — para mim a resposta era única, tirar ele de mim.

Eu tinha meus pés do tamanho de um pão, o rosto levemente arredondado e a boca uma gota mais carnuda. A “Boca de xana", como dizia o ruivo, estava mais próxima de parecer com uma bisnaga a cada dia. O que Iron acharia se me visse assim? De repente, nem deu tempo de sorrir, eu já suspirava pesado de novo, sentindo a canseira da gravidez um pouco maior.

Eu saí do banheiro com um turbilhão de pensamentos, fechei a porta que rangia, mas o fiz devagar para o barulho ser baixo. Quando levantei o olhar, escutei um barulho muito parecido com um osso quebrado, senti os pelinhos da minha nuca arrepiar e vi um corpo cair logo à frente, ao lado da estante da TV.

É claro que eu pensei em gritar instantaneamente, mas eu travei na sombra atrás do corpo, escondido pela penumbra. A luz do luar iluminava apenas a beirada dos pés, de botas grossas e escuras, e eu não conseguia ver nada acima de suas canelas. Meu coração estava disparado, meu corpo não parecia querer responder a nenhuma reação e eu sabia que ali não era hora pra se ter uma crise. Foi quando coloquei a mão debaixo da barriga e gemi desconfortável, fechei os olhos e chamei pelo ruivo.

— Dom… ! — soltei baixo, respirei fundo e elevei a voz — Dominic!

O ruivo estava com shorts largos de dormir, o peito desnudo, os cabelos bagunçados e abriu a porta do quarto, acendendo a luz às pressas. Quando olhei pro lado do corpo caído, tapei minha boca quando o grito involuntário saiu. Não era apenas um corpo, mas três.

— Que merda! — Dom foi rápido, tentou me ajudar a chegar até a cama, pegou o telefone, se armou e saiu sem nada dizer.

— Foi só um susto… — dizia para mim mesma sentindo o desconforto aumentar — Ainda não está na hora de nascer, meu amor… — chorei, respirei fundo e alisei a barriga grande que o pijama não escondia mais — Já passou, passou…

Dom abriu a porta de volta, passou as mãos pelos cabelos e escutou alguém no telefone. Ele se sentou do meu lado, não respondeu a ligação e me ajudou a me acomodar massageando minhas costas.

— Viu alguma coisa? — perguntou, preocupado.

— Vi. — respondi fazendo uma cara feia, sentindo a dor de novo — Bom, eu não vi. Não exatamente.

— Viu ou não viu?

— Eu não vi, estava escuro e eu não quis acender as luzes pra te acordar. Você demorou pra dormir. — ele me ouvia com atenção — Só sei que quem estava ali, matou aqueles homens. Eu só saí do banheiro, chamei você e o homem sumiu. É a Sore? — ele pareceu pensar — Dom, a Sore está tentando matar a gente?

— Não. — ele suspirou — Aqueles caras são inimigos do Espano. Briga territorial. Um dos últimos trabalhos que eu e o Mars fizemos, foi derrubar um esquema barra pesada e isso era um dos gatilhos pro Espano ir adiante. — ele pareceu pensar — Toda vez que um plano é bem executado, você vira o alvo. Aqueles caras queriam me pegar. Se foi Sore ou não, quem estava aqui dentro livrou a gente.

O barulho do pescoço quebrando, a imagem do corpo caindo e a sombra modulada no escuro vieram à tona. Foi eu pensar na sombra grande e a barriga doeu de novo, eu gemi outra vez e cerrei os dentes.

— Parece que tá piorando… — gemi, enquanto ele se sentia perdido, com três corpos na sala, um telefone na cama e uma grávida dolorida.

Uma batida na porta parece que foi a esperança dele, e a minha também. Sandra estava com uma bolsa de lado, o olho um pouco inchado e acabeleira cacheada presa num coque escondido. Não perdeu tempo, segurou minha mão e se sentou do meu lado.

— Onde dói? — eu passei a mão no baixo ventre e gemi, pedindo pra ela massagear minhas costas — O susto deve ter sido horrível dessa vez, porque eu acho que as suas contrações estão começando.

— Quatro semanas antes do previsto? — questionei — Eu já tive susto piores. Onde está a Thayla?

— Ela está bem, se preocupa com você. Eu vou falar com o ruivo e…

Do you know the enemy?

Do you know your enemy?

Well, gotta know the enemy (right?)

(Gren Day)

Sandra nem mesmo conseguiu terminar sua frase quando a janela virou mil estilhaços pro lado de dentro e ela foi obrigada a se jogar para o lado contrário, enquanto eu apenas gritava e me virava na cama. Naquele momento eu me recordei das batidas de uma música americana que gingava com uma batida ao estilo punk rock, nada parecido com o clima de morte latina, apenas porque achei que “conhecer o meu inimigo” seria essencial nesse momento, já que não fazíamos ideia do que estava rolando.

Eu estava no teto, o carro estava de ponta cabeça e eu ouvi Sandra se arrastando, chegando com o rosto todo riscado e a boca sangrando, aparentemente com uma perna quebrada.

— Aguenta firme… — pediu, ao me ver sem reação.

— O bebê… — murmurei, sem saber se minha voz realmente estava saindo.

— Tem muito sangue… — contou ela.

Senti uma forte dor me apunhalar da coluna para baixo, o baixo ventre se aqueceu e pareceu querer expelir algo a todo custo. Eu abri a boca para gritar, não sabendo se expelia o que pedia para sair ou urinava com a forte dor, até que minha boca travou. O “O” que meus lábios faziam se tornaram descrença, como se eu dissesse para mim que meus olhos mentiam. O par de botas que apareceu através da janela, puxou a porta emperrada sem nenhuma dificuldade, e quando os joelhos tocaram no chão, eu sentia que já estava morta, porque o quê eu via era um homem que estava morto.

O rosto cicatrizado não tinha expressões, o cabelo escuro estava num corte militar bem definido e eu quase não respirei quando ele simplesmente agarrou meus braços e me puxou para fora, o suficiente para me tirar do carro. Sem cerimônias ele dobrou os joelhos, apoiou meu corpo e cabeça em seu colo, segurou meu queixo e manteve meu olhar pra cima. Ele procurava por alguma coisa, até que mais alguma voz surgiu. Sandra, reconheci, mas eu não conseguia deixar de olhá-lo. Estava presa no transe, quando a dor aguda e repentina surgiu, aquilo me fez voltar a realidade e ele me travou quando tentei me contorcer.

Um comboio de carros formou um círculo, havia mais gente por lá, mas eu não conseguia reconhecer mais ninguém, eu só me concentrava em gritar enquanto ele segurava e não me deixava olhar para baixo. Seu rosto estava rígido, não parecia estar feliz em me ver e eu só deixava as contrações dominarem enquanto não piscava direito, olhando uma face que jamais achei que veria novamente.

Eu não senti direito os resultados da preparação no asfalto, nem mesmo sei quem puxou minhas roupas debaixo, eu só confiava que estava em segurança. Mesmo que ele não esteja feliz, nem mesmo esteja aqui por mim, eu tentei ao menos pensar que ele estava ali por nossa filha. Bom, por algum motivo, ele estava lá. Não me cabia julgar agora, me cabia concentrar.

— Vai nascer! — era voz de Sore.

— Vamos lá Érina, não pode vacilar agora! — Sandra incentivou — Dom vai ser o papai mais coruja do mundo!

Onde estava Dom? Eu nem consegui pensar nisso quando vi um lampejo de decepção nos olhos do homem que me segurava. Senti a dor chegando, suas mãos pesadas me seguraram e quando travei minhas mãos em seus braços, gritei. Gritei com todas as forças de meus pulmões e este foi o único momento em que ele desviou os olhos da cena para me olhar. Quando o choro do bebê ecoou, eu me permiti amolecer o toque, ele piscou devagar, mas continuou com as mesmas feições frias.

— Bom trabalho, cadela. — resmungou grave, entregou meu corpo molenga aos cuidados de Sandra e eu me entreguei a fraqueza pós parto, a perda de sangue e a escuridão que me tomou.

Eu tenho certeza que apaguei sorrindo.

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