Perigoso (Letal - Vol.2) romance Capítulo 3

Resumo de Capítulo 2 - Dominic: Perigoso (Letal - Vol.2)

Resumo do capítulo Capítulo 2 - Dominic de Perigoso (Letal - Vol.2)

Neste capítulo de destaque do romance Erótico Perigoso (Letal - Vol.2), Dalla Mendes apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.

Adaptação é um trampo foda, mas dá pra fazer. Eu estou dividindo apartamento com uma garota, eu estou num trampo de fachada e trabalho no “pesado” se for solicitado. Eu acho que dá pra levar isso até a poeira abaixar, acho… A oficina é um ponto específico do Espano, lá só trabalha o pessoal barra pesada. A fachada é de carros, mas o administrativo é de morte.

Uma semana se passou e meu novo companheiro era Mars. Negro, de sorriso branco, durão e esperto. Foi amor à primeira vista, só que não. Espano colocou a gente na mesma dupla de propósito, ele também é um ex-fodiddão do exército americano. Ou seja, tínhamos assuntos em comum.

Eu puxava o peso de uma lataria de um lado e ele do outro, a gente tentava não falar muito do passado, mas no fim, esse era nosso ponto. Não tinha como fazer tricô do nada…

— A garota, é tua? — perguntou soltando a peça no chão e tirando a luva grossa da mão.

— É complicado. — apoiei a mão na cintura e suspirei cansado — É da irmandade. Meu parceiro já era, ela está supostamente esperando um filho dele e…

— Sei. — ele suspirou tirando o suor da testa, alisou a careca brilhante e olhou pros lados — Eu vim com a minha irmã. Fiz isso antes de perder ela. Foi uma merda…

— Quantos anos?

— 16. Me sinto um pai irresponsável. — eu dei risada, cortando o clima — Não ri, não é engraçado.

— Engraçado é a minha vida. Quer trocar? — falei, exatamente quando Érina apareceu na porta vestida como uma latina, brincos de argola e os cabelos soltos. Ela segurava uma sacola com um laço em cima e olhava pra numeração da loja pra ver se achou o lugar correto. Foi então que meu parceiro abriu o sorriso e só aí me entendeu. — Viu? Ela já está me trazendo marmita. Mas eu só posso comer a marmita…

— Ah, oi… — ela sorriu tímida, eu me aproximei e ela esticou a sacolinha com a quentinha dentro — Achei que não estava no lugar certo, foi mal.

Eu apresentei Mars, caminhamos até a entrada, sentamos no degrau de passagem e eu fui me alimentar. Não se passou muito tempo, quantos dias? Duas semanas? Eu só agradeci. O trampo estava perto, os serviços não são tão barra pesada e é uma questão de tempo para se adaptar às mudanças.

— Você gosta disso? — perguntou ajustando a saia e sentando ao meu lado enquanto eu já tinha socado duas colheres grandes na boca — Responde depois que engolir.

Eu dei um sorriso maneiro, vi a donzela se derreter com o frango no meio dos meus dentes e fiz questão de responder com o arroz no meio da língua. Eu era “seduzente” até com dois quilos de rango na boca.

— Gosto. Mexer com carro é terapia. — ela revirou os olhos e eu continuei comendo — É uma barulheira desgraçada, eu vejo músculos o dia inteiro e os caras me amam. Mas sabe como é, as gatas piram.

— Eu disse pra engolir. — respondeu rindo, o que deixou o clima melhor, até ela mudar de assunto — Briana perguntou de você de novo.

— Quer que eu coma aquilo ali? — resmunguei, enchendo a boca pra me manter ocupado.

— Não fala assim. — retrucou desapontada — Ela é bonita e está interessada.

— Eu gosto das minhas punhetas, me impede de foder a merda errada, alivia a pressão e não me causa problemas.

— Você anda se mas…?

— Epa. — cortei seu pensamento, enquanto ela fazia uma cara torta, sem saber se era nojo ou se ela se divertia com meus segredos — Esquece ela. Deixa eu te explicar, você chega numa área nova e alguém tenta se colocar no teu trajeto. Briana é o típico bonitinha que dá para obter informação e repassa o que pode. Tá cheio dessas merdas. Acredite, essa ideia de achar que você é minha "Irmã" é um sinal verde. Ela quer chegar pra colher maduro. Não temos nada de parecido.

— Já me contou isso, mesmo assim… — ela afinou os olhos e mudou de assunto — Você está se masturbando com que frequência?

— Esse rolê está esquisito. — resmunguei enchendo a boca, fazendo ela ficar com as bochechas cor de rosa.

— Você que começou. — reclamou se justificando.

— Certo. Nada de Briana. — cortei o clima tenso — E aí, o que rolou hoje?

— O de sempre. Lavei suas cuecas, jurei enfiar sua cara na privada quando achei respingo no vaso, fiz o almoço, comi sozinha…

Eu dei pra ela uma piscada, deixei a marmita vazia de lado e alisei minha cabeleira ruiva e lisa, com o corte raspado dos lados. Fiz minha melhor pose e conquistei a gata.

— Qual é, gracinha? Estou marcando território.

— E eu preciso marcar sua cara, só pra aliviar a tensão. — minha melhor pose falhou miseravelmente.

— Eu curto uma violência… — ela riu e eu me senti uma marica fuzilada, tentando fazer gracinha e sem sucesso.

Arrumei o pote, fechei a sacola e sorri agradecido. Mas ela parou de rir, ficou me olhando com aqueles olhos azuis parecendo que iam se encher de água, de novo. Era uma merda não entender o rolê. O que estava acontecendo? Porque, demônios, ela ia chorar?

— Deu positivo. — soltei o pote no chão e vi ela se amontoar em meu peito.

Eu tinha cada músculo do meu corpo enrijecido. Duro e tenso. Foi rápido e mal deu tempo de pensar, até que fechei os braços cobrindo a miudeza chorona, apoiei meu queixo sobre o topo da sua cabeça e ouvi seu choro abafado, molhando minha camisa. Não consegui mais bancar o senhor engraçadinho… Não dava. O assunto era sério, pra nós dois.

— Dom! — eu olhei para trás e vi Mars me gritar — Ligação do Espano. Tem trampo pra gente.

Eu olhei para Érina, ela apenas concordou. Só deu tempo de beijar a sua testa e partir.

[...]

Eu olhei para cima, vi ela acionar o interruptor e cruzar os braços, enquanto se apoiava na parede dentro de um short curto e uma blusa frouxa de pijama. Tentei desviar meus olhos dos peitinhos sem sutiã, do bico marcando na blusa branca e forcei as flexões, torcendo pro meu pinto ficar no lugar.

“Não se come a irmandade, parça! Não se come a irmandade!”

Eu sei lá quantas vezes repeti essa porrra. Tentei me concentrar no exercício, espremi minhas mãos com força no chão e cerrei os dentes.

— Não faz muito tempo. — resmunguei, tentando pensar num ccú de velha murcha e cheio de pelos brancos pra ver se eu broxava, mas a mina não colaborava. Ela podia só se retirar, mas ainda estava lá.

— Achei que ia me acordar.

— Pra quê? — retruquei impaciente.

— Como assim, pra quê? — ela pareceu chateada.

Só então me recordei da notícia. Ela está grávida e confirmou isso, eu tive que sair bem naquela hora e ela acabou ficando sozinha. Ainda éramos uma irmandade… Não estávamos compartilhando missões, mas consequências. Eu parei, me levantei devagar e respirei cansado, ainda pingando, vendo ela com o olhar baixo e mordiscando os lábios um tanto sem graça.

— Desculpe. Eu só… — ela soltou baixo, virou as costas e saiu sem concluir.

Caminhei devagar até a porta do quarto, respirei fundo — ainda expondo cansaço, pensei em abrir a porta mas contive minhas mãos. Tive a impressão de ouvir um choro baixo e grudei minhas testa contra a porta, com um milhão de pensamentos de merdas rondando minha cabeça.

— Eu matei um cara. — confessei de olhos fechados, como se aquilo fosse resolver alguma coisa — Ele conhecia o Iron. Quem ainda não conhece, daqui a pouco vai saber. Eu sou o novo brinquedo do Espano. O Gângster está me mandando pra uns trampos pesados, do tipo que um ex-soldado leva vantagem. Eu só estou uma pilha. Não te acordei porque a última coisa que você precisa é de um mané fodido e pilhado, então pensei em fazer isso depois. — ela não abriu a porta, mas pareceu parar de chorar — Parabéns, gracinha. A gente vai se dar bem. Vai ficar tudo bem.

Era uma puta de uma mentira. Eu não fazia ideia do que ia acontecer, nem do que a gente ia fazer. Mas, pelo menos isso fez ela abrir a porta. E sim, ela tinha os lábios carnudos e eles incham quando ela chora. Parecia uma boceta que tinha acabado de levar uma paulada boa. Por isso engoli em seco e tentei pensar, de novo, no ccú peludo de uma velha murcha, mas não estava adiantando…

— Quer voltar pro quarto e abrir a porta depois? Tem um negócio inchado na sua boca, tá parecendo um xanão…

Ela sorriu, triste, mas sorriu.

— Idiota! — resmungou me abraçando, pouco se importando com meu suor — Fedido. — no fim ela se importou com o suor, mas eu não liguei, só devolvi o abraço e beijei o topo da sua cabeça — Obrigada, Dom. — suspirou, muito mais tranquila — Eu não sei o que ia fazer se eu estivesse sozinha.

Eu sei. Ela ia estar se virando. Ela não é assim. Ela só está grávida e assustada, e quando isso passar, vou ser dispensável. Quando ela voltar à real, as consequências vão ter sumido e a irmandade vai ser uma lembrança. Só não preciso dizer isso a ela, porque no fim ela vai descobrir isso sozinha. O tempo era um merda de um inimigo…

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