Shaky, shaky, shaky, shaky, shaky, shaky, shaky
Tú la ves, como hace lo suyo, tú la ves
La zona destroza, que esto es otra cosa
Esto es pa’ todas las bebas que se ponen rabiosa
Es tan peligrosa con las curvas nitrosas
Se cae la casa cuando ella rompe la losa
(Daddy Yankee)
— Isso aqui é incrível! — gritei no meio do barulho, com carros, bagunça, chicas de roupa curta, bebidas e a Sandra com seu black, seios estufados e o traseiro redondo. A mulher era uma beldade e sabia se divertir. — Eu preciso aproveitar agora, quando eu estiver mais redonda e inchada, não vou conseguir sair assim.
— Aquí están sólo las chicas calientes… — três rapazes se aproximaram, sorrindo, nos cercando e a Sandra achando graça.
— Ignora. — cochichou sorrindo e me puxando pelo braço.
O lugar era uma concentração ilegal de ilegais, claro. O centro da diversão era com carros e corridas, mas tinha olheiros, gente da pesada e pontos fortes pra todo lado. Digamos que a gente podia bagunçar, mas o processo não podia ir muito longe. Logo eu percebia um olhar ou outro, Sandra também, mas nós encontramos nosso canto e nos juntamos com outras meninas.
Minha barriga já tinha uma leve curva para frente, eu usava um short curto de cós baixo pra não apertar em nada, era pouca coisa mas eu admirava minhas curvas todo santo dia na frente do espelho. Agora, aproveitava meu momento sozinha com as garotas e me introzava. Sandra me ajudava com o espanhol, então vez ou outra ela traduzia alguma coisa pra mim. A corrida principal chegou, a garota da partida usou um lencinho branco para liberar o início da corrida e as apostas começaram.
Os campeões foram recebidos com gritos, garotas e dinheiro. Nós focamos na parte comemorativa, eu passei dos limites, não levei a recomendação médica ao pé da letra e bebi. Logo eu rebolava ao som do reggaeton esfregando minha bunda com a Sandra, junto a mais algumas garotas gostosas e roubando os olhares dos campeões locais.
A gente bebeu, ficamos loucas e eu precisei fazer xixi. Usamos um bar de acesso que provinha bebidas pras corridas, estava sujo e só tinha dois box por banheiro, mas era o que tinha. Ela foi retocar o batom quando chegou na nossa vez e eu fui direto pro box me livrar do jeans curto, sentar no vaso e gemer quando liberei o líquido retido.
— Aê, porque não me levou pra um lugar desses antes? — comentei saindo do box e tentando fechar os botões do short — Mas que merda, eu engordei em tão pouco tempo? O botão estava fechando quando eu saí de casa!
Ela riu, se abaixou pra me ajudar e a gente caiu no chão, bêbadas e lutando contra um botão de um shorts jeans. A gente só não esperava que a porta fosse aberta e dois grandões surgissem lá, calando as duas tapadas bêbadas que estavam caídas no chão.
— Vou perguntar uma vez só, qual de vocês é a cadella do soldado americano? — A gente se entreolhou e do nada começamos a rir. Dom é americano, mas o Mars também! — Vamos fingir que estão tão bêbadas que realmente não entenderam, então eu vou ser mais direto. Qual de vocês duas é a cadella? — e só então eu parei de rir.
Nem deu tempo de pensar, quando o homem veio na minha direção ele me puxou pelo braço sem esforço algum, Sandra gritou, me segurou pelas pernas e o parceiro do cara deu um tiro de aviso, fazendo a garota recuar. No segundo seguinte eu estava jogada no ombro do cara e vendo a porta se fechar enquanto Sandra corria pro celular.
O homem saiu pelos fundos, tinha menos gente e ninguém questionava o fato dele estar me carregando. Saímos por um acesso de uma rua escura e ele me enfiou no banco traseiro de um carro grande, onde já tinha um motorista e saiu sem problema algum. Eu estava meio baqueada pela bebida, raciocinava meio devagar e me encolhia no canto tentando tampar a braguilha aberta que eu e Sandra não conseguimos fechar.
O homem grande pegou o telefone, colocou o aparelho no ouvido e aguardou pouco segundos para começar a falar.
— Estamos com ela. — ele me entregou o aparelho, eu engoli devagar e o peguei, encostando-o no ouvido — Não vamos te machucar, se é o que está pensando. — avisou o homem.
Eu não falei nada, só coloquei o aparelho no ouvido e ouvi a voz de um velho.
— Você é a gracinha dele, ou a cadela do outro?
— M-meu… — pigarreei e tentei endireitar a voz — Meu nome é Érina.
— Não ajudou muita coisa. — retrucou o velho.
— Iron está morto. — respondi, com medo de realmente responder aquela pergunta.
— É claro. — eu não senti muita segurança naquela voz — Quando ele esteve aqui, nós fizemos negócios. Em vida, ele era um bom soldado, em morte ele está se saindo melhor ainda.
— Do que você está falando?
— Eu sou o Espano e você vai fazer exatamente o que eu mando, pro bem da gracinha e pro futuro da cadella. — eu engoli em seco — Não queremos mais soldados mortos, queremos? — eu continuei em silêncio — Você costumava colocar coleiras em soldados infernais, vamos ver como se sai colocando a coleira no americano que está tentando me passar a perna.
— Onde está o Dominic? — perguntei preocupada.
— Voltando pra casa nesse exato momento. — respondeu tranquilamente — Correndo pra gracinha dele… Eu só preciso deixar um aviso e você vai dar esse aviso.
[...]
Quando eu abri a porta de casa, Dominic estava andando de um lado pro outro, estava com alguém no telefone e me viu abrir a porta, sem acreditar que estava me vendo.
— Ela tá aqui, eu ligo depois! — ele desligou o aparelho, veio em minha direção abriu a porta e olhou pros lados, depois a trancou e veio até mim, segurando meu rosto — Quem pegou você? Seu celular estava sem rastreio, faz vinte minutos que a Sandra ligou e faz só cinco que eu voltei por que te cacei numa droga de corrida que não era pra você estar no meio! — ele estava nervoso — Vamos, gracinha, me responde!
Eu meti a mão na cara dele, com toda a força que eu consegui. Ele ficou parado, a luz amarela da sala iluminava a camisa colada e preta e ele ainda estava de calças largas e as botas de trabalho. Ele usou a roupa dos mercenários e eu tinha flashes de visões de Iron ao olhar para aquilo.
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