Por Você romance Capítulo 138

Jonathan

Eu nunca estive em uma situação como essa antes. Estou com raiva, com medo e quero chorar, mas não posso. Eu preciso estar forte para quando ela acordar. Nervoso, ando de um lado para o outro da sala de espera vendo a imagem da minha bonitinha quebrada e sangrando nos meus braços. Vê-la daquele jeito me deixou quebrado também e um tanto frio também. Os meus instintos de vingança estão aflorados e nesse instante eu só consigo pensar em destruir o desgraçado que a tocou.

—Jonathan?! — Escuto a voz desesperada da minha irmã e me viro fitando-a, os meus pais e o Mick na entrada. Cris imediatamente me abraça e logo começo a chorar nos seus braços. — Como ela está? — pergunta com um sussurro trêmulo, mas meneio a cabeça fazendo não quando me afasto.

— Eu não sei. — Droga, me sinto fraco, sem forças. — Ainda não me trouxeram notícias dela. — Ela se afasta e logo estou nos braços da minha mãe. Por fim encaro o olhar duro do meu pai. Ele se aproxima, mas não diz nada. No entanto, eu sei que ele está puto com a minha fuga e com o fato de ter ido à comunidade sem a sua permissão. Luís Alcântara me puxa para um abraço apertado e eu encontro conforto neles.

— Eu sinto muito, filho! — sibila sofregamente.

— Como tudo isso aconteceu, pai? — Ele não diz nada, apenas volta a me abraçar. — Porra! — xingo revoltado quando penso que perdemos a Delia e que podemos perdê-la a qualquer momento. As horas se arrastam e eu me perco na agonia da espera por uma palavra. Alguém que me diga que ela está bem, que tudo vai ficar bem. Até que uma porta larga se abre e tia Lilian passa por ela.

— Oi, gente! _ Ela diz com um aspecto cansado. — Sentem-se, eu quero passar pra você o quadro atual de Jasmine. — Uma moça aparece trazendo uma bandeja com café e chá, mas digo não para ambos e fito a minha tia, esperando que ela comece a falar. — Jasmine tem um leve traumatismo craniano e ela foi induzida ao coma apenas para que o cérebro desinchar. Isso é supernormal tá? É um ato para não causar danos maiores. Fora isso, ela quebrou duas costelas e devido a algum esforço, ou se pela maneira como foi transportada até aqui uma das fraturas perfurou o pulmão direito. Nesse momento ela está respirando através de aparelhos, só até que tenha condições de respirar sozinha. Jasmine precisou passar por algumas cirurgias. Uma no pulmão e outra no nariz. Ela tem muitos hematomas, mas não corre risco de morte.

— Ela vai ficar bem, não é?

— Sim querido! Jasmine é uma menina muito forte. Ela lutou pela própria vida a cada minuto, não vai ser agora que irá desistir. No entanto, ela está muita fraca, perdeu muito sangue e vai precisar de uma transfusão.

— Se precisar, eu doou o meu sangue! — Me ofereço.

— Calma, Jonathan! Você sabe que tem todo um processo e para começo, preciso que seja compatível com o sangue dela.

— Todos faremos o teste tia Lilian! — digo. — Alguém aqui deve servir pra ajudá-la.

— Claro, querido. No mais, vocês precisam ir para casa, estão horríveis! Jasmine não vai acordar essa noite, então...

— Amanhã ela estará acordada, não é? — Ela respira fundo.

— Eu não sei, querido. Na verdade, isso só depende dela. Pode acontecer a qualquer momento ou daqui há alguns dias. — Suspiro desanimado e sinto o toque do meu avô no meu ombro.

— Ela vai conseguir, Jonathan. Como disse a doutora, ela lutou até o último instante, aguentou até chegarmos lá. Ela vai conseguir! — repete. E eu juro que quero muito acreditar nisso. Portanto, assinto.

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