Por Você romance Capítulo 152

Mick

De volta a boa rotina, ou quase isso. Mas, o quarteto finalmente está de volta, só que com uma versão mais melhorada que me deixa muito feliz. Estamos indo para o colégio, os quatro como sempre deveria ser, só que não no carro de Jonathan como sempre fazemos. Dessa vez estamos dentro de um enorme carro preto e blindado com dois seguranças na frente e mais a um carro nos seguindo logo atrás. Confesso que isso está deixando a Cristal maluca e com um humor quase insuportável. Quando chegamos ao pátio do estacionamento os olhares curiosos recaem imediatamente sobre nós, a final, não é todos os dias que entramos aqui de mãos dadas feito como casais e ainda acompanhados de enormes armários vestidos de preto e para piorar a situação, Luís Alcântara desce do seu carrão e segue direto para a diretoria.

— Tudo isso é uma grande merda! — Minha garota resmunga do meu lado.

— Será por pouco tempo, amor. Logo eles vão pegar esses idiotas e seremos livres outra vez — digo beijando levemente os seus lábios. Entramos na sala de aula e é nessa hora que nos separamos de verdade. Meu peito infla e um sorriso vitorioso ganha dimensão quando vejo a cara do babaca do Victor Hanson. Ele parece atônito, perdido na verdade, arrisco dizer até que perplexo ao nos ver juntos. Ocupo o meu lugar ao lado do meu amigo e as meninas vão para o outro lado da sala. As aulas começam e durante uma aula e outra, acontece algum teste. Logo depois estamos saindo para a lanchonete.

— O treinador quer falar com você. — Rick, o goleiro do time avisa.

— Agora?

— Ele disse que tem que ser agora! — Puxo a respiração. Não tem jeito. Vou até onde Cristal está empolgada em uma conversa com as garotas e imediatamente envolvo a sua cintura por trás, recebendo um beijo seu no meu rosto.

— Olá, meninas! Será que podem me emprestar a minha namorada por alguns segundos? — peço enfatizando a palavra namorada e as garotas dão risadinhas.

— O que foi? — Ela indaga assim que nos afastamos e começa a mexer os botões da minha camisa.

— Flint mandou um recado. Ele precisa falar comigo.

— Agora? — Assinto.

— Nos vemos na lanchonete?

— Claro! Eu te espero lá. — Beijo calidamente a sua boca e me afasto dela hesitante. Parece até um martírio. Penso enquanto dou alguns passos largos em direção a sala do treinador.

— Mick? — Rute me chama me fazendo parar abruptamente. Ela me olha sem jeito e mexe na sua bolsa, tirando o meu celular de dentro dela. A garota me estende o aparelho e eu o seguro. — Você esqueceu no apartamento ontem.

— É, eu sei. Valeu! — Ela baixa os seus olhos porque sabe o que fez e sabe que eu sei disso também.

— Ela vai te fazer sofrer, Mick — sibila erguendo o seu olhar.

— Rute, não começa!

— Não. Eu só... estou dizendo que... ela não te ama. E eu sei que você não passa de um brinquedo pra ela. Uma hora a Cristal vai se cansar e eu só quero que você saiba que eu vou estar bem aqui. Estarei esperando por você para cuidar das suas feridas. — Solto uma respiração exasperado.

— Eu tenho que ir. — Corto o assunto. — O treinador está me esperando na sala dele. — Ela assente.

— Só mais uma coisa, eu não vou me desculpar pelas palavras de ontem e nem pelas de agora. Você vai saber quem é a Cris...

— Para, Rute! — peço rudemente. — Olha, eu não quero ser estupido com você, então para de falar mal da minha namorada! — Ela rir com deboche.

— Você quer ser o melhor, certo?

— Eu não quero ser o melhor, Flint, eu sou o melhor! — rebato com firmeza, mas ele parece não se importar.

— O campeonato está as portas e eu não quero que você estrague tudo.

— Por que acha que eu vou estragar tudo? Eu não sei se você percebeu, mas eu tenho dado o meu sangue pelo time — rosno.

— É pouco. Eu quero mais! Quero ser o primeiro, então se você não está a fim é só pedir pra sair. Eu tenho outro para pôr no seu lugar.

— Victor Hanson — afirmo debochado e ele sorri presunçoso.

— Deu certo por dois anos.

— O que é, Flint? — O interrogo puto da vida, porém, ele me lança um olhar inquisitivo.

— O que é o que, rapaz?

— O que você tem contra mim? Sim, porque você escolheu o Jonathan para ser o capitão do time mesmo sabendo que ele não era capaz e mesmo sabendo que ele não queria isso. Você escolhe qualquer pé rapado menos a mim. Por quê? — Ele me encara duramente, ergue o corpo e se inclina sobre a mesa ficando com o rosto próximo do meu. Flint solta uma respiração pesada, faz menção de dizer algo, mas não diz.