Por Você romance Capítulo 157

Cristal

Momentos antes do beijo entre Cris e Hanson...

— Preciso ir ao banheiro, amiga. — Jas avisa quando entramos no corredor do colégio.

— Tudo bem eu ir direto para sala? Eu preciso ver alguns detalhes do meu trabalho antes que o professor chegue.

— Tudo bem, eu não vou demorar.

— Ok! — digo. Ela entra no próximo corredor e eu sigo em frente. Ainda temos alguns minutos antes de começar a próxima aula e por isso mais da metade dos alunos continuam do lado de fora. Assim que adentro a sala dou de cara com uma Rute sisuda e me encarando firmemente. Decido ignorar o seu olhar que com certeza está me acompanhando onde quer que eu vá e vou para a minha cadeira, pego o trabalho impecável de matemática e começo a verificar as suas questões. Preciso ter certeza de que não me esqueci de responder algum quesito, ou se está tudo direitinho.

— Oi, Cris! Eu gostaria de ter uma palavrinha contigo. Pode ser? — Victor diz sentando-se do meu lado.

— Eu não consigo imaginar o ainda tem para falar comigo, Victor — ralho sem tirar os meus olhos do exercício.

— Juro que não vou tomar muito do seu tempo! — Suspiro resignada e me forço a olhá-lo.

— Ok, fala rápido! — rosno impaciente. Ele suspira, porém, olha para o lado, mais precisamente para a porta e eu franzo a testa. — E então? — insisto.

— É que... eu não quero que as pessoas escutem. Não podemos ir mais para o canto? — Reviro os olhos.

— Sério?

— Por favor, Cris! — bufo audivelmente e me levanto contra a minha vontade. No entanto, assim que chegamos ao fundo da sala, me encosto na parede e o encaro com firmeza, cruzando os meus braços. No mesmo instante alguns alunos começam a entrar na sala e eu penso... Adeus chance de verificação! Droga!

— Fala, logo Victor! — Volto a rosnar para ele.

— Eu preciso saber. — Hanson se aproxima mais e desliza as pontas dos seus dedos pela lateral do meu braço. — Sério que ele ainda está nessa? Que saco! — Quando você pretende me dar uma chance? — Pressiono os lábios. Isso está começando a ficar bem chato!

— Qual é, Victor, nós já falamos sobre isso! — Ele se aproxima ainda mais e dessa vez apoia as mãos na parede, em cada lado da minha cabeça e me encara mais de perto.

— Sim, nós conversamos.

— E?

— Acontece que eu tenho uma teoria para isso.

— Teoria? — Ele faz sim com a cabeça. — Que teoria?

— Eu não sou mais o capitão do time e a bola da vez é do Mick, não é? — Que merda ele está insinuando?!

— Victor você está me ofendendo, Victor! — rebato começando a ficar irritada com essa conversa.

— Sabe como os rapazes chamam garotas como você?

— Garotas como eu? — Arqueio as sobrancelhas de forma petulante. — Que tipo de garota eu sou, Victor?

— Eu estou aqui por você, o Jonathan e a Jasmine, Senhorita. — Reviro os olhos.

— Você é um inútil! — rosno, voltando para a sala pisando duro. No caminho encontro a sonsa da Rute com um maldito ar debochado e escorada a soleira da porta.

— Foi você! — A acuso puta da vida, mas ela parece não se importar, pois logo em seguida abre um enorme sorriso.

— Eu não tenho nada a ver com isso. Quem manda ser a puta do time todo? — Sem pensar duas vezes vou pra cima da garota, mas o armário me segura pela cintura e me afasta, impedindo-me de lhe dar uma boa surra.

— Me solta, seu troglodita! — berro me esperneando e fazendo força para sair do seu agarre. Felizmente ele me solta, porém, eu a encaro por um tempo. — Isso não vai ficar assim, Rute! — rosno me segurando para não esbofetear a cara da vadia.

— Eu sei. Vai ficar pior! — Ela cantarola. Eu ranjo os dentes e entro pisando na sala de aula. Contudo, não para assisti-a e começo a arrumar as minhas coisas dentro da bolsa.

— Cris, o que aconteceu? — Jas pergunta baixo para não chamar a atenção dos outros alunos.

— Depois, Jas. Agora eu preciso conversar com o Mick — respondo sem lhe dar muita atenção e saio da sala o quanto antes. No carro tento ligar para ele, mas ele simplesmente não me atende e isso me deixa insegura. Ele pensa que o traí e para piorar a situação com o Victor. — Atende, meu amor! — peço sentindo um nó sufocando a minha garganta. — Me leve para esse endereço, Jordão! — Paço o endereço do Mick para o segurança e aguardo com aflição o carro percorrer o asfalto. Assim que entro na mansão Serrano encontro Lisa na sala e quando me vir, ela me lança um olhar triste. — Onde está o Mick? — Ela puxa a respiração antes de me responder e isso me diz que estou ferrada. Merda! Maldito Hanson!

— O que aconteceu com ele, Cristal? Porque o Mick passou por aqui irreconhecível! — balbucio sem saber o que dizer.

— Será... que eu posso falar com ele? — Ignoro a sua pergunta. A elegante mulher força um sorriso de boca fechada.