Algumas horas antes…
Luís Renato
Eram cinco da manhã, o sol ainda estava fraco lá fora. Não conseguia mais dormir, sentia-me ansioso e inquieto. Pulei da minha cama e fui direto para o banheiro. Fiz minha higiene pessoal, tomei um banho rápido e coloquei uma roupa para fazer a minha corrida matinal. Como sempre, eu corri alguns quarteirões, chegando no calçadão e encontrei Guilherme Albuquerque se preparando para iniciar a sua corrida matinal. Gui, como o chamamos, é o irmão mais novo de Marcos Albuquerque. Ele é advogado e tem um escritório bem requisitado no centro da cidade, a G & G Advogados. As siglas fazem jus a uma sociedade dele com a esposa Gisele Albuquerque, que começou quando ainda nem sonhavam em estar casados. Hoje, eles têm uma filhinha linda, de apenas dois anos, a Amanda, que é minha afilhada e a minha alegria também. Amo aquela gorduchinha!
— E aí, cara, como você está? — perguntou assim que me viu. — Sabia exatamente a que estava se referindo. Gui queria falar sobre o meu passado e é um saco toda essa preocupação comigo! — Afinal, já se passaram três anos. — Continuou.
— E aí, Gui, tudo bem? Como estão Gisele e a minha afilhada? — perguntei, tentando mudar de assunto.
— Gisele está bem. Atolada de trabalho, como sempre. Ela pegou um caso complicado de um magnata das indústrias têxtil, mas ela é muito inteligente, saberá resolver isso fácil. A Amandinha também está bem, praticamente nos colocando no bolso para conseguir o que quer dos pais com o seu charminho. — Ele riu das travessuras da filha, e eu retribuí. — Você devia aparecer mais lá em casa. Sabe qual é a função dos padrinhos, não é? Estragar os afilhados para dar mais trabalho aos pais. — Ele suspirou. — Ela sente a sua falta. — diz quando iniciamos a corrida.
— Vou aparecer.
— Quando?
— Este fim de semana, está bom para você?
— Está ótimo! Avisarei para Gisele antes que você desista. — Brincou. A verdade é que tenho evitado ir à casa dos Albuquerque, pois sempre que vou, Gisele tenta me empurrar uma das suas amigas.
— Só avisa para ela não levar uma de suas amigas, tá? Não quero Gisele arrumando uma namorada para mim. Isso não tem cabimento — pedi irritado.
— Está bem, sem namorada, certo? — Ele riu. — Mas você sabe que está mais que na hora de arrumar uma, né? — Jogou uma indireta e na mesma hora eu bufei. — Qual é, Luís, já faz três anos, cara, está na hora de seguir em frente. — Quando eles vão entender que eu segui? Do meu jeito, mas segui. O amor não é para mim. Eu já amei uma vez e me machuquei muito. Não quero passar por isso outra vez.
— Mas estou levando a vida, Gui! Não preciso de um compromisso para demostrar isso, sabia? Estou seguindo com a minha vida do meu jeito. Será que vocês não entendem isso? — retruquei mal-humorado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Por Você
Não tem final? Que pena!!!!!!!!!! Mais uma história que ficou com gostinho de quero mais, e com isso estou triste...
Onde estão os capítulos de 21 a 59??...