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Por Você romance Capítulo 70

Alguns dias depois...

Ana Júlia

Estou tão feliz! Esses últimos dias muitas coisas boas estão acontecendo em minha vida. Estou namorando um homem lindo e que ama, o meu noivado, a faculdade. E falando em faculdade, hoje é o meu terceiro dia de aula no curso de arquitetura e confesso que estou amando tudo o que aprendi até agora. Saber que vou dar continuidade a minha vida e ao meu futuro e que logo, logo estarei formada, me preenche ainda mais de felicidade e de orgulho de mim mesma. Chego a sonhar com os meus futuros projetos, com grandes projetos, na verdade. Quem diria que, da medicina eu iria me encantar com a arquitetura? Com certeza há uma diferença gritante entre os dois cursos.

— Por hoje é só, turma. Por favor, não se esqueçam da redação, com pelo menos cem palavras, falando sobre o curso de arquitetura. Quero saber o que se passa na cabeça de vocês. — O professor encerra a aula e automaticamente eu começo a guardar meus materiais dentro da bolsa.

— Oi, meu nome é Sara. — Uma morena baixinha diz parando ao meu lado.

— Oi, eu sou a Ana. — Termino de ajeitar a bolsa e a ponho em meu ombro.

— Então, Ana, queria saber se você quer fazer parte do nosso grupo de estudos? Você sabe, para fazermos pesquisas, trabalhos.

— E saímos de vez em quando para nos divertir, por que ninguém é de ferro. — Uma loira de estatura mediana diz se juntando a nós. — Me chamo Clarissa.

— Ana. — Me apresento. — Meninas eu vou adorar fazer parte desse grupo de estudos — digo.

— Boa! Que tal bebermos alguma coisa e nos conhecermos melhor? — Clarissa sugere, mas a verdade é que estou louca para voltar para casa e para os braços do meu noivo.

— Desculpa, vai ficar para a próxima! Tenho um noivo muito gato me esperando em casa. — Sorrio, piscando um olho e as meninas vibram com o meu comentário. Depois de me despedir das minhas novas amigas, vou direto para o estacionamento. A essa hora tem pouco movimento de alunos e de professores no campus e o estacionamento está quase deserto. Aperto o controle, à medida que me aproximo do meu carro e abro a porta traseira, jogando a minha bolsa e um canudo para estudos, no banco de trás. Nesse instante ouço o som de saltos altos, batendo contra o piso de concreto, parando bem atrás de mim. Eu me viro devagar para ver quem é, e vejo Camilly me encarando com uma expressão firme. Seu olhar frio e cheio de raiva não vacila e não deixa o meu, mas eu não deixo por menos e a encaro de volta, sem titubear. Se ela tivesse a noção da raiva que eu sinto, por saber de tudo o que fez com Luís, sequer ousaria se aproximar de mim. Eu posso ser baixinha, mas eu me garanto!

— Você o traiu, o machucou, matou o seu filho e ainda vem me dizer que ele te ama? — questionei possessa e entre dentes. Não contive a raiva, que explodia em minhas veias, como um veneno, que se espalhava por todo o meu sistema. — Você é uma louca, sem noção! — cuspi exasperada e virei-me entrar no carro. Mas suas mãos puxaram os meus cabelos e Camilly me arrastou com força para perto de si, falando furiosamente ao meu ouvido.

— Você vai sair da vida dele, sua vadia. Vai simplesmente sumir da sua vida, para que eu possa consertar alguns errinhos do nosso passado. — Fiz força para me soltar, mas ela apertou os fios entre seus dedos.

— Só porque você quer, sua imbecil! Me solta! — rosnei furiosa.

— Escuta aqui sua estúpida, você vai deixá-lo por bem ou por mal! Vadiazinha sem sal! — As palavras ferinas alimentam ainda mais a minha ira, fazendo uma adrenalina correr por minhas veias e com meu sangue fervendo, girei o meu corpo em um rompante, ficando de frente para ela, sentindo a minha cabeça latejar, devido o puxão em meus cabelos. Ergui uma mão e desferi um tapa com as costas da minha mão, onde uso o anel que Luís me deu. O impacto, fez Camilly soltar os meus cabelos, se desequilibrar e cair sentada no chão. Ela ergueu um olhar furioso e eu vi o sangue escorrer pelo seu lábio inferior. Não pensei duas vezes e montei em cima da cadela e bati com vontade no rosto bem maquiado.

— Esse é por tudo que você fez com ele, sua louca! —rosnei lhe batendo outra vez. — E esse, é pelo seu atrevimento em me abordar aqui. — Mais um tapa e outro e mais outro. Por fim, segurei firme os seus cabelos e a fiz me olhar nos olhos. — E nós duas sabemos quem é a vadia aqui, certo? — falei ofegante, desferindo outro tapa. Ela gritou enlouquecida, me chamando de louca e pedindo que eu a soltasse. Levantei-me afobada e encarei o projeto de mulher caída no chão. É isso aí, queridinha. Uma louca se entende com a outra! Pensei me sentindo gloriosa. Inclinei o meu corpo em sua direção e ela se encolheu no canto. Segurei firme em seus cabelos e a fiz olhar-me outra vez. Ela gemeu alto e dolorido. Ergui a minha mão frente ao seu rosto e ela encarou o anel em meu dedo.

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