Por Você romance Capítulo 77

Resumo de 74: Por Você

Resumo do capítulo 74 do livro Por Você de Autora Nalva Martins

Descubra os acontecimentos mais importantes de 74, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance Por Você. Com a escrita envolvente de Autora Nalva Martins, esta obra-prima do gênero Romance continua a emocionar e surpreender a cada página.

— Também te amo, minha pequena! — sussurro, encostando minha testa no vidro. — Volta logo para mim, por favor! — peço em tom de súplica. Uma mão aperta levemente o meu ombro, me fazendo olhar de lado e vejo o meu amigo em pé ao meu lado. Marcos tem um olhar cansado e preocupado.

— Vai dar tudo certo, meu amigo! — sibila com voz firme e baixa. Eu apenas assinto com a cabeça. Do outro lado do corredor, Mônica parece desolada. Ela está falando ao telefone com algumas pessoas. Penso na amizade delas. É incrível como são fiéis uma a outra! Uma amizade linda e forte. Elas já passaram por tantas coisas juntas.

Guilherme e Gisele entram no meu campo de visão, assim que entram no corredor e Gui vem ao meu encontro, me puxando para um abraço firme e forte, que eu recebo, como um bote salva-vidas. Gisele faz o mesmo com Mônica, para depois vir para mim.

— Como ela está? — indaga assim que se afasta.

— Ainda não recebemos nenhuma notícia — falo com um suspiro audível.

— Há quanto tempo estão esperando? — Gui quer saber e eu dou de ombros.

— Agora já são quase quatro horas.

— A Cassandra chegou — Marcos avisa de repente.

— Como ela está? — Cassandra pergunta assim que se aproxima e Gisele responde por mim.

— Espera! — Ela pede, pega seu celular e faz uma ligação para alguém. — Alô, Cris? — diz, se afastando um pouco. — Você está no hospital hoje? — Pausa. — Ah, que bom! Pode vir na sala de espera do setor cirúrgico, por favor? — Mais uma pausa. — OK, obrigada! — Ela encerra a ligação e em poucos minutos um homem alto, de cabelos grisalhos e usando um jaleco branco aparece. Ele dá um beijo casto na boca de Cassandra e depois os dois se afastam para conversarem próximos a um canto da parede. Eu fico os olhando em expectativa, mas não me afasto da janela. Depois de uma rápida conversa, o homem sai do corredor e entra na porta dupla a nossa frente. Dez minutos depois ele retorna trazendo notícias.

— A Ana ainda está passando por uma cirurgia delicada, por isso a demora em trazer notícias. O acidente envolveu três carros. Ela recebeu o primeiro impacto e foi jogada para a contramão, onde recebeu outro impacto e parou de frente com um poste. — Enquanto ele relata o que aconteceu, sinto o meu chão sendo tirado de baixo dos meus pés e as lágrimas retornam com força, junto com o desespero, que é inevitável. — Bom, ela está bem machucada. Sofreu um traumatismo craniano leve, mas que inspira cuidados e uma fratura exposta na perna esquerda, que quase foi esmagada pelas ferragens. A cirurgia é para colocar dois pinos e para a reconstituição de parte da perna, mas os bebês estão bem! — Ele diz. Eu olho para o médico completamente sem ação e engulo o choro de uma só vez. Tento falar algo, mas parece que a minha voz está presa em minha garganta.

— Desculpe, o senhor disse bebês? — Mônica pergunta, tão perplexa quanto eu.

— Sim. Ela está esperando gêmeos. — Ele olha de mim para Mônica, incrédulo. — Vocês não sabiam? — indaga. Ele lança a nós um olhar curioso.

— Acho que nem ela mesma sabia — Cassandra responde com um leve sorriso no rosto. Se antes eu estava inseguro, essa insegurança só aumentou. Ana está grávida... de dois bebês e eu posso perder os três a qualquer momento. Desespero, é tudo o que eu consigo sentir agora. Desespero!

— Quais as chances dela, doutor? — pergunto em um fio de voz.

— Isso só o médico que a está acompanhando poderá responder. — Ele diz evasivo. Eu queria poder sacudi-lo e arrancar as informações.

— Obrigada pelas informações, doutor! — Gisele diz, dispensando o homem. Eu me sento no sofá de couro branco atrás de mim e levo a minha cabeça às mãos, que estão apoiadas nos meus joelhos.

— Senhor Luís, no momento o quadro da sua noiva ainda inspira alguns cuidados. Ela foi submetida ao coma induzido, devido a um leve traumatismo craniano. Não se preocupe, é um procedimento de praxe. Fizemos a cirurgia na perna da sua noiva, porque ficou presa nas ferragens e isso provocou uma fratura exposta, que esmagou uma parte da perna. Foi feita uma reconstituição, por isso a demora na sala de cirurgia. O traumatismo foi leve, mas o que complicou um pouco foi uma parada cardíaca que ela teve ainda na ambulância. Mesmo assim, conseguiram reanimá-la. Agora é só aguardar e ver como ela reage ao tratamento. — Assinto mediante a situação.

— Eu posso vê-la agora? — A pergunta soa esperançosa. Ele me olha de modo cauteloso.

— Ela precisa realmente descansar, senhor Luís, mas vou deixá-lo vê-la só por alguns minutos. Amanhã, se tudo der certo, ela será levada para um quarto e vocês poderão vê-la. Um de cada vez, é claro e o senhor poderá acompanhá-la de perto. — Ele explica. Eu assinto mais uma vez.

— Obrigado, doutor Júlio!

Minutos depois, sou conduzido para a sala de UTI por uma enfermeira e o que vejo é impactante e chega a rasgar o meu coração dentro do peito. Ana está cheia de fios em seu corpo e respirando através de aparelhos. A sua cabeça está enfaixada, o seu rosto está inchado e tem alguns hematomas roxos em alguns lugares. Ela tem escoriações nos braços, na testa, joelhos e um aparelho monitora seus batimentos cardíacos. Há um soro aplicado no braço direito e a perna direita está enfaixada até a altura do seu joelho. Uma lágrima desce pelo meu rosto e eu levo as mãos aos olhos, tentando secá-los, mas outras que vêm em seguida, embaçando a minha visão outra vez. Puxo a respiração silenciosamente. Deus, ela parece tão pequena, tão frágil e tão indefesa. Aproximo-me da cama com passos lentos e seguro a sua mão fria com cuidado. Olho-a por alguns instantes. Eu tenho muito para lhe dizer, mas o meu tempo é curto.

— Oi, meu amor! — sussurro. A voz soa com um tom sufocado, por conta das lágrimas que insistem em cair. Aliso cuidadosamente os seus cabelos, e vejo o quanto a minha mão está trêmula. Por quê, Deus? Por que isso aconteceu com ela? Lamento. — Desculpa por não estar lá por você, meu amor! Desculpa por não ter te protegido, pequena! — Os soluços me tomam baixinhos, mas com violência. Volto a puxar a respiração, tentando me controlar e me manter instável, para prosseguir. — Não esquece que eu te amo muito, minha pequena! E não demora pra voltar pra mim, por favor, meu amor! — peço tão baixo, que não sei se ela consegue me ouvir. Baixo a cabeça, encostando a minha testa em sua mão e deixo os soluços tomarem conta de mim por algum tempo. Alguém toca o meu ombro e eu olho para trás, encontrando a enfermeira parada ao meu lado. Os seus olhos piedosos me encaram em silêncio.

— O senhor precisa ir. — Ela diz baixinho. Hesitante, eu concordo e volto o meu olhar para a Ana, que parece dormir tranquilamente.

— Eu preciso ir, amor, mas eu vou ficar aqui, tá? Não vou sair de perto de você por nada, entendeu? Quando você acordar, eu estarei bem aqui, bem pertinho de você! — digo e beijo sua testa. Saio do quarto com o coração dilacerado. É como se uma mão gigante o apertasse, querendo esmagá-lo e fazê-lo sangrar, pelo simples fato de eu deixá-la ali, sozinha. Saio sem conseguir conter as minhas lágrimas, que se derramam feito uma torrente.

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