Amélie Petit
Me recordo da forma bruta que o Tommáz me tomou naquele quarto no Moulin Rouge, em como mesmo ele aceitando estar vendado tentou me dar o máximo de prazer possível, em como mesmo tendo o som da outra dançarina no palco fazendo a sua apresentação fosse alto, o som dos nossos gemidos foi o suficiente para que criássemos uma bolha com o tesão que sentimos naquele momento, o fato de criar uma conexão com ele ali, foi algo que me deixou surpresa.
Faz alguns meses que terminei o meu último relacionamento, principalmente quando tinha o louco do Jacques no meu encalço, acabei ficando que o medo que sentia daquele agiota, que ele acabasse matando o meu ex. Não queria ter o sangue de um inocente em minhas mãos.
Começo a me servir do café que estava ali na mesa para os criados da mansão, mesmo que a minha chefe gostasse que me sentasse a mesa com ela, não via motivos para estar lá sozinha quando, pelo visto, eles estavam em reunião com a matriarca da família Miller.
A madame Enora Miller é uma senhora carismática e sempre disse que o meu namoro não levaria a lugar nenhum, que eu tinha beleza para destruir Troia e fazer homens de caráter duvidosos se renderem ao meu charme, sempre caio na gargalhada quando ela inicia esse assunto.
Mas é impossível não gostar da Madame Enora, ela é uma velinha que desejaria como uma avó, a mesma que estaria sentada ao meu lado para ouvir suas histórias de vida, assim como já ouvi algumas das suas peripécias da juventude.
Estava tão absorta em meus pensamentos que nem percebi quando Laura se aproximou e tocou em meu ombro, causando um assombro e nos fazendo rir por derramar um pouco de café sobre a mesa da cozinha.
— Deixe isso aí menina… — Ouço a moça que prepara as refeições dizendo enquanto tento limpar a bagunça que causei.
— Desculpa se te assustei, mas conhece a minha mãe, ela está na mesa esperando por você para tomar café. — Reviro os olhos para a minha chefe preocupada.
— E você já tomou o seu? Daqui a pouco é seu grande momento! — Os olhos da Laura se arregalam e um brilho de euforia me deixa feliz.
Mesmo trabalhando diretamente para a Noely, sempre tive um bom convívio com todas as mulheres da família, até mesmo com o ex-marido da minha chefe precisei lidar esporadicamente, mas quando eles finalmente se separaram devidos as diversas acusações de traições me livrei de ter que olhar para aquele cretino, que não merece a família maravilhosa que acabou ganhando.
— Estou eufórica… — Ela começa a falar e somos interrompidas por madame Enora, que interrompe a nossa fala, assim que nos aproximamos da mesa de café com a família toda reunida.
— Bom dia! Amélie, como está querida? — A doce vovó me cumprimenta e retribuo o seu sorriso.
Paro ao seu lado enquanto olho que o lugar que normalmente sento estava ocupado, deixando apenas a cadeira de frente para o Tommáz vago para mim.
— Deve conhecer o Tommáz não é “chérie”? — Olho para o neto que ela indica e apenas meneio com a cabeça.
— Eles se conheceram ainda pouco mamãe. — Percebo um olhar nascendo entre todos na mesa, o que me deixa intrigada com as trocas de olhares.
Caminho para a cadeira vaga e o irmão mais novo do Tommáz se levanta e gentilmente puxa a cadeira para poder me sentar. A mesa estava em uma conversa leve sobre o que se esperar da cerimônia que acontecera em algumas horas e principalmente para o primeiro dia de desfile que será no início da noite.
— Querida, se não fosse por Amélie hoje, tenho certeza que não conseguiríamos dar conta dos eventos. — Minha chefe fala com a mãe do Tommáz que estava sorrindo com gentileza para mim.
— Que isso, fiz apenas o meu trabalho, é minha função fazer de tudo para facilitar a vida de vocês hoje. — Digo com carinho para a Noely que estava algumas cadeiras ao meu lado.
Iniciamos uma conversa sobre o dia hoje, percebo quando Laura se levanta e pede licença para poder ir se arrumar, tomo o café lentamente enquanto ouço os pedidos gentis da Noely, para falar com as modelos, principalmente as de peças intimas.
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