Proibida Para o CEO romance Capítulo 100

Mantenho meus olhos fixos em Miranda, me recusando a ser a primeira a desviar o olhar. Não por implicância, mas porque estou cansada de agir como se fosse inferior a ela.

Cansada de me perguntar se realmente pertenço a este lugar, sempre que ela me analisa de cima a baixo.

— Bom dia, Srta. Bennett — ela cumprimenta, com seu habitual sorriso falso, parando diante da minha mesa.

— Bom dia, Srta. Pierce.

— Soube do que aconteceu ontem. Deve ter sido… difícil.

— Os rumores já estão correndo pela Nexus? — pergunto, me esforçando para manter a voz neutra. Ela solta uma risada debochada.

— Rumores? Ah, querida, não… sou uma das melhores advogadas da Nexus, lembra? — provoca, sempre com seu tom carregado de superioridade. — James me pediu para cuidar pessoalmente do processo contra seu padrasto.

Meu estômago se revira ao ouvir a palavra “padrasto” sair de seus lábios. Maravilha. Como se tudo o que aconteceu já não fosse suficiente, agora Miranda também saberá de cada detalhe.

— Mas, de todas as coisas que soube, a que mais me surpreendeu foi saber que Ethan estava lá — continua, desfazendo o sorriso. — Nunca imaginei que uma simples assistente teria tanta… importância.

— Meu pai também estava lá — disfarço. — Ethan foi para ajudá-lo.

— James também estava em Carmel? — ela rebate, estreitando os olhos. Meu coração dispara. É como se quisesse deixar claro que sabe sobre a viagem.

Antes que eu possa responder, a loira dá de ombros, fingindo desinteresse, como se ouvir minha resposta fosse irrelevante para seus achismos.

— Enfim, preciso resolver algumas coisas com seu chefe. Se puder não nos interromper…

Miranda abre outro sorriso, claramente se deliciando com sua insinuação. Dando um tapinha debochado na minha mesa, ela se vira para sair, enquanto eu me xingo mentalmente.

“Quem cala, consente.” A frase que minha mãe sempre dizia quando eu fazia algo errado e ficava quieta ecoa na minha mente.

Será que o fato de eu não explicar sobre Carmel pode alimentar alguma desconfiança nela?

Balanço a cabeça, tentando afastar o pensamento. Miranda é apenas uma ex que não aceitou muito bem o fim do relacionamento. É impossível que ela desconfie que algo acontece entre mim e Ethan… certo?

Fico olhando para a tela do computador sem realmente enxergar nada. Tento me concentrar no trabalho, mas a conversa com Miranda continua me incomodando. Ela vai ler o processo, vai saber de tudo. Cada detalhe.

Suspiro, passando as mãos pelo rosto. Não posso me deixar afetar por isso, não posso permitir que interfira no que me esforço para acreditar: que David finalmente ficará longe, que a justiça funcionará desta vez.

Mas a sensação de que Miranda conseguiu exatamente o que queria—me desestabilizar—é irritante.

O tempo passa, mas minha produtividade continua quase nula. É quase meio-dia quando Ethan finalmente conclui seus compromissos matinais e aparece na minha mesa.

— Você fica linda assim, concentrada — ele sussurra, mantendo a expressão séria para quem vê de fora, mas com os olhos brilhando em provocação.

— Meu chefe exige perfeição de mim. Não posso fazer nada errado — murmuro, mordendo o lábio para conter um sorriso bobo. — No que posso ajudar, Sr. Hayes?

— Já almoçou?

— Ainda não.

— O que…? — começo a perguntar quando entramos no elevador social.

Ethan apenas sorri, apertando o botão para o andar abaixo do dele. Quando as portas se abrem, ele se vira para mim.

— Perdição, você vai precisar se comportar, ok? — ele murmura. — Não estaremos sozinhos.

Assinto, confusa, e seguimos pelo corredor. Quando ele abre a porta do apartamento, entendo do que ele estava falando. James e outro homem que nunca vi conversam em uma mesa de vidro.

— Filha, que bom que chegaram — James se levanta, sorrindo, enquanto aponta para o homem ao seu lado. — Esse é Robert Parker. Ele é corretor de imóveis.

— É um prazer, Srta. Bennett — Robert estende a mão. — Gostaria de conhecer o apartamento?

Assinto, ainda sem entender direito o que está acontecendo. O apartamento é lindo: amplo, iluminado, com uma vista impressionante da cidade. A sala de estar tem janelas do chão ao teto, a cozinha é toda planejada em tons de branco e cinza.

O corredor leva a dois quartos, sendo uma suíte master com closet. Há também um escritório e uma varanda que ocupa toda a lateral do apartamento.

Quando terminamos o tour e voltamos para a sala, encontro James me observando com expectativa.

— E então? — ele pergunta. — O que achou?

— É lindo — respondo sinceramente. — Mas… não entendo. O que estamos fazendo aqui?

— Pensei em uma maneira de celebrar esse novo ciclo que se inicia — meu pai diz com calma. — Então, se você quiser, o apartamento é seu.