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Proibida Para o CEO romance Capítulo 102

“Ethan Hayes”

Observo a cidade pela janela da minha sala, tentando me concentrar no trabalho, mas minha mente insiste em voltar para o que aconteceu mais cedo. Para o novo apartamento de Mia.

Parte de mim está safisfeito por tê-la tão perto, sem precisar inventar desculpas para nos encontrarmos. A outra, mais racional, não consegue evitar a reprovação interna.

Sempre odiei mentiras, mas agora me vejo contando-as com uma facilidade preocupante. Cada desculpa para James sai quase sem esforço.

Ele é meu melhor amigo, confia em mim mais do que qualquer um, e aqui estou eu, usando essa confiança para ter sua filha mais perto.

Porque foi isso que fiz, não foi? Usei nossa amizade, sugeri o apartamento e ele acreditou que estava apenas cuidando dela.

— Estou cuidando — murmuro, virando a cadeira. — Só não é do jeito que ele imagina.

Pego o celular, olho para a tela antes de digitar:

“Ainda pensando na sua futura casa?”

A resposta vem quase instantaneamente.

“Impossível não pensar.”

“Que tal vir aqui para conversar? Tenho alguns minutos antes da próxima reunião.”

Encosto na cadeira, observando a porta fechada. Eu deveria me sentir culpado, mas, quanto mais me envolvo com ela, menos isso parece errado.

Duas batidas na porta me tiram dos pensamentos.

— Entre — digo, já sabendo quem é.

— Posso ajudá-lo, Sr. Hayes? — ela pergunta, fechando a porta atrás de si.

Assinto, gesticulando para que se aproxime. Assim que para ao meu lado, a puxo para o meu colo, arrancando um gritinho surpreso.

— Então… — murmuro, segurando sua cintura. — O que achou do apartamento?

— Você já sabe que adorei. — Ela revira os olhos, brincando com minha gravata. — Foi você que deu a ideia para o meu pai, não foi?

— Como adivinhou?

— Não sei se ele pensaria em me dar um apartamento no mesmo prédio que você. Não por conta própria.

— Culpado… — sussurro, roçando meus lábios nos dela.

Ela ri contra minha boca antes de me beijar. E, como sempre acontece quando a beijo, tudo desaparece. Não existe culpa, não existe medo, não existe James.

Existe apenas Mia.

Meus dedos se prendem em seus cabelos, descendo meus beijos. Ela arqueia contra mim quando mordo seu pescoço, rebolando no meu colo, e isso é o suficiente para me enlouquecer.

No entanto, antes que pudéssemos nos perder por completo, o som de batidas na porta me traz um pouco de juízo, enquanto Mia respira pesado.

— Merda — sussurro contra seus lábios.

Mia se levanta rapidamente, alisando a saia enquanto eu a observo. A boca vermelha e os cabelos bagunçados denunciam o que estava acontecendo aqui.

— E agora? — pergunta, olhando seu reflexo na janela. — Estou parecendo tudo, menos sua assistente.

— Vá para o...

— E?

— Começou a beber depois que a esposa faleceu — continua. — As circunstâncias disso o fizeram perder tudo. O emprego, a casa…

— Achei que você era uma das responsáveis pela acusação, não pela defesa.

— Não estou defendendo ninguém — ela me interrompe. — Mas, se ele encontrar um advogado que realmente queira defendê-lo, talvez consiga algum benefício. Afinal, um homem emocionalmente abalado após a morte da esposa, que foi indiretamente provocada por uma jovem rebelde…

— Por que está me dizendo isso? — a interrompo, seco. — Está insinuando que ele pode sair impune?

— Estou dizendo que, com a defesa certa, ele pode encontrar brechas e...

— Pensei que fosse uma das melhores — solto um riso irônico.

— E sou. Mas você sabe tão bem quanto eu que as coisas podem tomar esse rumo no tribunal.

— Então saberá exatamente o que fazer — respondo, mexendo nos papéis em cima da mesa. — Se alguém usar a vítima como argumento para tirar a culpa dele, estará apenas mostrando o quanto é incompetente.

— Você não entende que…

— Você que não está entendendo — corto-a bruscamente. — Não é comigo que você deve debater esse tipo de coisa. Se tem alguma preocupação sobre o caso, leve-a ao James, seu superior.

Miranda pisca algumas vezes, surpresa. Fecho os punhos embaixo da mesa, contendo a vontade de dizer o que realmente quero e defender Mia contra a insinuação. Não quero que ela volte a achar que teve culpa nisso.

— Tudo bem — ela levanta os braços em rendição, esboçando a porra daquele sorriso irônico que me irrita ainda mais. — Só achei que você deveria saber no que está se metendo.

— No que estou me metendo? — pergunto, me esforçando para controlar o tom de voz. — Afinal, o que você está tentando insinuar, Miranda?

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