Seattle é ainda mais bonita à noite. As luzes da cidade refletem na água da baía enquanto caminhamos lado a lado pelo Pike Place Market.
É estranho, e, ao mesmo tempo, libertador, poder estar assim com Ethan em público. Pensar nisso me faz sorrir involuntariamente.
— Posso saber o motivo desse sorriso bobo? — ele pergunta, roçando sua mão discretamente na minha.
— Ah, nada de mais… — respondo, sorrindo um pouco mais. — Só é maravilhoso poder andar com você assim, tão tranquilamente.
— Tem razão — ele sorri de volta, finalmente entrelaçando nossos dedos. — Embora eu ache que você esteja sorrindo mais pela comida do que por mim.
— A culpa é sua por me trazer aqui — provoco. — Mas não se preocupe, você ainda é minha primeira opção. Por enquanto.
— É bom mesmo — murmura, me puxando para mais perto. — Principalmente depois que passei a última meia hora observando você experimentar todos os tipos possíveis de comida.
— Não foram todos — corrijo, me agarrando ao braço dele. — Ainda tem muita coisa que quero provar.
— Mia…
— O que foi? Achei que quisesse me mostrar Seattle — comento inocentemente. Ethan revira os olhos, mas não consegue conter o sorriso.
— Acho que já viu o suficiente por hoje — afirma, me guiando para longe da multidão. — Que tal jantarmos agora?
— Depois de tudo que comi?
— Tenho certeza de que ainda há espaço para o melhor restaurante da cidade.
Apoio a cabeça em seu ombro enquanto andamos, aproveitando essa liberdade momentânea. Mesmo que amanhã tudo volte aos encontros escondidos, hoje quero pensar somente em nós.
— Sabe o que eu mais gosto em você? — Ethan pergunta de repente.
— Meu charme irresistível?
— Também — ele ri. — Mas estava pensando em como você consegue aproveitar as pequenas coisas. Seus olhos brilham por qualquer descoberta.
— É porque tudo é novo para mim — confesso, sentindo minhas bochechas esquentarem. — Cada lugar, cada experiência…
— E eu adoro ver o mundo através dos seus olhos — ele para de andar, virando-se para mim. — Faz com que eu me sinta… vivo.
Sem me dar a chance de responder, Ethan segura meu rosto e une nossos lábios. Um beijo calmo, sem pressa. Sem medo de sermos vistos.
— Vamos — ele sorri, voltando a entrelaçar nossos dedos. — Tem um lugar que quero te mostrar.
Andamos mais alguns minutos até pararmos em frente a um restaurante com uma vista privilegiada para a Space Needle. O letreiro discreto e a fachada elegante indicam que este é mais um daqueles lugares exclusivos que Ethan costuma frequentar.
— Uau — murmuro, admirando a vista impressionante.
— Achei que você fosse gostar — ele sorri, claramente satisfeito com minha reação. — Principalmente da vista lá de cima.
— Você realmente se superou dessa vez — sussurro, quando entramos.
O lugar é impressionante, com janelas do chão ao teto que emolduram Seattle de um jeito único. As luzes da cidade parecem dançar do lado de fora, criando uma atmosfera quase mágica.
— Sr. Hayes — a recepcionista se aproxima. — Sua mesa está pronta.
Ela nos guia até uma área mais reservada, próxima à janela. Ethan puxa a cadeira para mim e, por um momento, me perco em como tudo isso parece um sonho.
— E, de todos os caminhos possíveis, escolheu Direito. Por quê?
— No início, era só a vontade de provar que podia construir algo sem seguir os passos deles. Depois, quando conheci James e começamos a Nexus… — ele para, pensativo. — Acho que foi quando realmente entendi o impacto que poderíamos ter.
— Como você e James se conheceram?
— Na biblioteca — ele sorri com a lembrança. — James estava desesperado, tentando terminar um trabalho sobre Direito Constitucional. Acabei ajudando e... bem, a amizade começou ali.
— E a Nexus?
— Foi ideia dele — Ethan se recosta na cadeira. — James sempre teve essa visão de fazer algo diferente no ramo jurídico. Ele já tinha experiência em um pequeno escritório e eu… — ele ri. — Eu tinha disposição para virar noites estudando cada detalhe do mercado.
— Vocês realmente parecem mais irmãos do que sócios.
— É porque praticamente crescemos juntos na profissão — seu polegar acaricia minha mão distraidamente. — James foi a primeira pessoa que realmente acreditou que eu podia construir algo grande, sabe? Que eu não estava sendo só teimoso em não seguir o caminho mais fácil.
— E agora você é o CEO da Nexus Group.
— E agora estou aqui — ele corrige, seus olhos fixos nos meus. — Em Seattle, com a filha do meu melhor amigo.
— Arrependido? — provoco, tentando ignorar como meu coração dispara quando ele me olha assim.
— Nunca — murmura, se inclinando mais perto. — Mesmo que isso faça de mim o pior amigo do mundo.
Abro a boca para responder, quando, de repente, um clarão forte atravessa nossa mesa.

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