“Mia Bennett”
Levanto o rosto de seu peito para encará-lo. É estranho ver Ethan assim novamente, tão vulnerável, principalmente depois do que acabamos de fazer.
Há poucos minutos, ele estava sendo apenas ele, no controle total, me fazendo implorar por mais enquanto me mostrava que gravatas não devem ser usadas apenas no pescoço. E agora…
Agora ele está aqui, deixando aquelas palavras idiotas de um homem bêbado afetá-lo novamente.
— Principalmente por causa dela — respondo, traçando seu maxilar com meus dedos. — Você me faz sentir segura, Ethan. Protegida. E sabe o que é mais engraçado?
— O quê?
— Depois de você, todos os outros perderam a graça.
— É mesmo? — Ele levanta uma sobrancelha, esboçando um pequeno sorriso.
— Principalmente os da minha idade — admito, lembrando do idiota bêbado na boate. — Eles parecem tão… imaturos. Como se algo estivesse faltando.
— E o que está faltando? — Sua mão volta a deslizar por minhas costas.
— Experiência — mordo o lábio, provocante. — Controle. O jeito como você me toca, como sabe exatamente o que fazer… — deslizo meus dedos por seu abdômen. — Como me deixa implorando por mais, mesmo estando amarrada.
— Gostou disso, é?
— Adorei — respondo, sinceramente. — Mas estou falando sério, nunca trocaria você por nenhum garoto chato da minha idade.
— Acho que acabei de ganhar alguns anos de vida com esse ego inflado — brinca, me puxando mais para perto.
— Convencido — provo, dando um tapa leve em seu peito. — Sua sorte é que eu te amo.
Me aconchego em seu peito novamente, sentindo seus dedos fazendo carinhos preguiçosos em minhas costas.
— E você, no que está pensando? — pergunto baixo, notando seu olhar perdido.
— Em como você mudou tudo — ele responde após alguns segundos. — Em como minha vida era vazia antes de você entrar nela daquele jeito maluco.
— Ethan… — Me viro rapidamente, me apoiando nos cotovelos para encará-lo, surpresa com a intensidade de sua voz.
— Amo você, Mia — ele diz simplesmente, e meu coração para. — E mesmo com tudo que nos envolve, isso deveria me assustar, mas pela primeira vez na vida, não estou com medo.
Paraliso com suas palavras, sentindo meu coração acelerar a ponto de achar que precisarei de uma ambulância em breve.
Ethan, o homem que nunca se compromete, a pessoa que diversas vezes acreditei que tinha uma pedra de gelo no lugar do coração, acabou de dizer que me ama. Em voz alta.
Estou sonhando?
— Você… — minha voz falha, e limpo a garganta antes de tentar novamente. — Você tem certeza?
— Nunca tive tanta certeza de algo na minha vida — ele sorri, acariciando meu rosto. — E olha que sou bem velho, devo ter muitas certezas.
Rio com sua provocação, sentindo meus olhos arderem. Realmente vou precisar de uma ambulância, porque estou prestes a infartar.
— Também te amo — sussurro, sorrindo como uma boba. — Mesmo você sendo um velhinho rabugento às vezes.
— Velhinho rabugento? — Ele levanta uma sobrancelha, tentando parecer sério, mas acaba gargalhando. — Acho que acabei de te provar umas duas vezes que não sou tão velho assim.
— Você sempre sabe exatamente o que fazer, o que dizer — traço as linhas de sua barriga com as unhas. — Como agora pouco, quando aquele idiota te afetou com aquele comentário sobre idade. Você transformou toda aquela insegurança em algo… intenso.
— Só porque você me faz querer ser melhor — admite, beijando minha testa. — Antes de você, eu era apenas… vazio. Vivia no automático, seguindo regras que eu mesmo criei.
— E agora?
— Agora tenho uma perdição que adora quebrar todas as minhas regras — ele brinca, mas seus olhos estão sérios.
— E que você ama — digo, sorrindo, e ele assente.
Fico em silêncio por alguns minutos, apenas aproveitando o calor do seu corpo enquanto lembro da nossa conversa de algumas semanas atrás.
— Ethan — murmuro, criando coragem. — Lembra quando eu disse que, se as coisas ficassem mais sérias, teríamos que contar ao James?
Sinto seu corpo ficar tenso por um momento antes de ele soltar um suspiro profundo.
— Lembro — ele responde, num tom baixo, mas firme. — E você está certa. Preciso contar para ele.
— Mas…?
— Mas preciso que você tenha um pouco mais de paciência — diz suavemente. — Ficar sem você está fora de cogitação, mas… Preciso planejar, organizar tudo antes dessa conversa.
— Por causa da Nexus?
— Por tudo — explica. — James não é apenas meu sócio, é meu melhor amigo. Se ele não aceitar… não é só a empresa que posso perder. Há muito em jogo, coisas que você nem imagina.

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