Trinta minutos. Foi o tempo que tive para respirar antes que Ethan me chamasse para sua sala novamente.
Ao entrar, ele está ao telefone, os olhos fixos em mim enquanto gesticula para que eu me sente. Faço o que ele pede, tentando ignorar o frio na barriga. Quando desliga o telefone, se ajeita na cadeira e me encara, sem pressa.
— Precisamos revisar isso — Ethan diz, apontando para a pilha de papéis em cima da mesa. — Agora.
— Agora? — murmuro, ciente de que Gabriel estará ocupado demais para me ajudar.
— Algum problema, Srta. Bennett?
— Nenhum, Sr. Hayes. Mas… ainda não sei fazer isso sozinha.
— Óbvio — ele resmunga, se inclinando para frente. A paciência em sua voz está por um fio, mas ele começa a explicar os documentos. — Esses são os contratos da Sutton & Co. Quero que você revise cada parágrafo, marcando qualquer inconsistência ou erro.
— Certo… — respondo, pegando uma caneta.
Tento me concentrar, mas sua presença é sufocante. Cada página que passo aumenta minha insegurança, porque sei que ele está me observando cada movimento.
Minhas mãos começam a tremer ligeiramente, e uma pergunta me atravessa a mente: será que ele me acha tão incapaz quanto eu me sinto agora?
— Você é rápida para entender as coisas — ele comenta, num tom que me faz franzir as sobrancelhas. — Mas será que isso é suficiente para permanecer aqui?
— Isso seria uma crítica, Sr. Hayes? — Levanto os olhos para encará-lo.
— Não exatamente. É mais uma observação. Você é jovem, e esse ambiente exige experiência.
Suas palavras fazem meu coração acelerar ainda mais, se é que isso é possível. Mas dessa vez, não pela proximidade, e sim pela forma como ele fala. Como se realmente fôssemos dois estranhos que nunca se encontraram fora daqui.
— Engraçado, minha idade não impediu que aquela noite acontecesse — as palavras escapam antes que eu possa controlá-las. O arrependimento vem imediatamente quando vejo sua expressão mudar. Preciso sair daqui. Agora. — Eu… preciso ir ao banheiro.
Me levanto depressa, mas antes conseguisse tocar a maçaneta, ele me segura pelo braço, me impedindo de sair. Me viro devagar, encontrando um olhar bem insatisfeito. Por que não fiquei calada?
O calor de sua mão contra minha pele me prende menos que seu olhar. Quando finalmente me solta, dou um passo atrás, mas acabo com as costas na porta.
— Você acha que pode falar o que quiser e simplesmente sair sem esperar por uma resposta? — Ethan pergunta, levantando uma sobrancelha.
— Eu não quis dizer isso… — murmuro, desviando o olhar.
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