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Proibida Para o CEO romance Capítulo 147

“Mia Bennett”

Observo Ethan negar educadamente a bebida oferecida pela aeromoça pela terceira vez, desde que embarcamos.

Seu maxilar está tenso, os dedos tamborilando discretamente no braço da poltrona. Fecho meu livro e apoio a cabeça em seu ombro, entrelaçando nossos dedos.

— Você está tenso — murmuro, sentindo-o relaxar um pouco com o toque.

— É tão óbvio assim?

— Só para quem te conhece bem — respondo, sorrindo. — Especialmente após esses dois dias tão… leves.

É impossível negar o quanto foi libertador passar dois dias em Nova York, longe dos olhares, dos comentários maldosos pelos corredores da Nexus e do incômodo do desprezo do meu pai…

Dois dias sendo apenas nós.

— Foram perfeitos — ele diz baixo, beijando minha testa. — Mas agora…

— Agora você vai ver sua mãe, e ela ficará feliz… — interrompo suavemente. — O resto pode esperar. Um dia de cada vez.

— Como você consegue ser tão otimista?

— Você me ensinou a ser assim — respondo, encarando-o séria. — A confiar em você, em nós.

Ele me observa por alguns segundos com aquela expressão que sempre faz meu coração acelerar, como se não conseguisse acreditar que estamos aqui.

— Você realmente acha que estou fazendo o certo? — pergunta, a voz baixa. — Cinco anos é muito tempo, Mia.

— E, ainda assim, sua mãe nunca deixou de te esperar — argumento, apertando sua mão levemente. — Lauren me contou que todo ano ela coloca seu prato na mesa.

Ethan respira fundo, desviando o olhar para as nuvens lá fora, e quase consigo ver a culpa em seus olhos. A culpa de ter se escondido atrás do trabalho, das reuniões, das viagens…

— Eu deveria ter voltado antes.

— Talvez, mas você teve seus motivos, certo? O importante é que você está indo agora.

Ele solta um suspiro pesado e fica em silêncio. Deixo-o processar, sabendo que, às vezes, é disso que ele precisa. De calma. De silêncio. De tempo.

Poucos minutos depois, o aviso sonoro indica que estamos próximos do pouso. Ethan solta o ar devagar e aperta minha mão uma última vez antes de se recostar na poltrona.

— Amo você, perdição — diz,me fazendo sorrir com a espontaneidade.

— Também amo você, meu amor.

Dez minutos depois, quando descemos do avião, percebo sua tensão voltar a cada passo. Me mantenho próxima enquanto ele pega nossas malas na esteira e seguimos em direção à saída.

Lauren já está nos esperando, concentrada no celular. Quando nos vê, seu rosto se ilumina com um sorriso.

— Finalmente! — exclama, guardando o telefone e vindo nos abraçar. — Achei que tinham desistido.

— Ainda dá tempo — Ethan murmura, e vejo Lauren revirar os olhos.

— Nem pense nisso — ela adverte, pegando uma das malas da mão dele. — Mamãe já está deixando todo mundo louco de ansiedade.

Sinto Ethan ficar tenso ao meu lado e entrelaço nossos dedos imediatamente.

— Todo mundo? — ele pergunta, e posso ouvir a hesitação em sua voz. — Ótimo, era exatamente isso que eu precisava.

A obra-prima arquitetônica que chamam de lar. O tipo de casa que você só vê em revistas de design ou em filmes sobre mansões sofisticadas.

Grandes janelas de vidro, um jardim impecável na frente… Sem dúvidas, um dos lugares mais lindos que já vi pessoalmente.

— Uau — sussurro, incapaz de conter minha admiração.

— Nossos pais projetaram juntos — Lauren explica com orgulho. — Foi um dos primeiros projetos deles como casal.

Sinto Ethan apertar minha mão levemente e olho em sua direção. Seus olhos estão fixos na casa, e sua respiração parece um pouco mais pesada.

— Cinco anos — ele murmura, tão baixo que só eu consigo ouvir.

Minha garganta se aperta ao ver sua expressão. Diferente de antes, no avião, agora não há apenas culpa, mas algo mais. Talvez hesitação, como se ele ainda não tivesse certeza de que deveria estar aqui.

— Um dia de cada vez, lembra? — murmuro, apertando sua mão.

Ele pisca devagar antes de finalmente me encarar.

— E sempre com você ao meu lado — responde, e o carro para suavemente diante da entrada.

Lauren abre a porta e sai primeiro, nos dando tempo.

— Pronto para entrar? — pergunto, estudando seu rosto.

Ethan solta o ar lentamente, como se estivesse se preparando para algo muito maior do que apenas cruzar aquela porta.

— Não, mas é hora de enfrentar o passado.

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