Sem pensar duas vezes, me aproximo da entrada do corredor, me escondendo atrás de um enorme vaso de planta enquanto os observo de longe.
Eles param em frente a uma joalheria e continuam conversando. A mulher esbelta, de cabelos curtos e escuros, ri de algo que Ethan diz, e isso faz com que ele relaxe ainda mais.
Sinto um frio na barriga e nem mesmo sei por quê. Talvez seja porque a única vez que o vi assim, tão à vontade, tenha sido naquela noite.
— Quem exatamente estamos espionando? — Vitória sussurra, me fazendo dar um pulo, assustada.
Com a mão no peito, me viro para encará-la, encontrando a morena com um sorriso debochado no rosto, claramente se divertindo com a situação. Pisco algumas vezes, finalmente me dando conta do quanto a situação é ridícula.
Sinto meu rosto arder de vergonha. Rapidamente, forço uma expressão de naturalidade, como se, há poucos minutos, não estivesse agindo como uma adolescente intrometida, espionando o chefe como se fosse algo perfeitamente normal.
— Patético — sussurro, envergonhada. Limpo a garganta e finalmente saio de trás do meu esconderijo improvisado. — Não estou espionando ninguém, só… pensei ter visto alguém.
— Mas precisava se esconder aqui? — ela pergunta, mordendo o lábio para não rir.
— Ah, por favor. Foi só um engano — resmungo, tentando parecer indignada. Isso é o suficiente para Vitória rir, e eu finalmente relaxo após a cena ridícula. — Vamos embora? Ivan já deve estar cansado de nos esperar.
Voltamos a andar, e não resisto à vontade de passar em frente à joalheria. Para o meu alívio, não vejo mais nenhum sinal de Ethan ou da mulher. Que “Deus me ajude a não os encontrar mais”, penso.
Agradeço mentalmente quando chegamos ao carro sem encontrar mais surpresas.
Finalmente, deixamos o shopping. Vitória não para de falar sobre como o vestido é perfeito, enquanto tento esquecer meu momento de total ridículo atrás daquele vaso de planta.
Mas, por mais que eu tente, Ethan sempre encontra uma maneira de permanecer na minha mente.
[…]
O sábado chega mais rápido do que eu gostaria, trazendo com ele o evento que James menciona com empolgação desde que cheguei do shopping ontem.
Agora, sentada na ponta da cama, observo Vitória espalhar maquiagens e acessórios pela penteadeira. Ela cria um caos que apenas ela parece entender.
— Como você consegue se achar no meio dessa bagunça? — pergunto, arqueando uma sobrancelha.
— Isso não é bagunça, é organização artística, querida — ela responde, terminando de organizar os pincéis. — Assim consigo encontrar tudo o que preciso para te fazer brilhar, sem ter que andar pelo quarto como uma barata tonta.
— Justo — digo, me levantando de um pulo quando ela sinaliza para mim. Sento em frente à penteadeira e a encaro com um sorriso. — Vamos começar tudo isso. Você ainda precisa se arrumar, e James disse que não quer atrasos.
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