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Proibida Para o CEO romance Capítulo 171

“Ethan Hayes”

A sala de reuniões parece mais silenciosa que o normal. Conselheiros e diretores revisam os relatórios trimestrais enquanto aguardam o início da apresentação.

Do outro lado da mesa, observo discretamente James. Seu olhar alterna entre os documentos à sua frente e a interação entre mim e Amy, estrategicamente sentada ao meu lado.

Seguindo nosso plano, me inclino levemente quando ela me entrega uma pasta.

— Obrigado, Srta. Frazier. — Digo, deixando que meus dedos toquem os dela por um segundo além do necessário.

— Sempre à sua disposição, Sr. Hayes.

Do outro lado da mesa, James levanta os olhos assim que ouve a voz dela. Para qualquer um, é somente um olhar normal. Mas para ele, é o começo da confirmação de suas suspeitas.

A reunião segue, tediosa como sempre. Números são discutidos, projeções debatidas, decisões adiadas.

Mas o que realmente importa hoje, especialmente para James, que nos observa como um falcão, são as interações entre mim e Amy.

Trocas de olhares, sorrisos contidos, toques cuidadosamente calculados. Pequenos detalhes. Sutis o suficiente para parecerem naturais, óbvios o bastante para que eu enxergue a satisfação crescendo no olhar dele.

Dentro de sua mente, tenho certeza de que o pensamento já se formou: eu sabia que isso aconteceria.

— Se não há mais questões, podemos encerrar por hoje. — Digo, fechando a apresentação. — Obrigado pelo tempo de vocês.

Os outros começam a sair, mas dois executivos me cercam com perguntas sobre o próximo trimestre. Por cima de seus ombros, vejo James se aproximar de Amy, que recolhe seus materiais.

— Srta. Frazier, sei que não é sua função, mas poderia levar uma cópia desses documentos até meu escritório? — ele pergunta. — Minha secretária está em um compromisso externo e preciso deles com urgência.

Amy hesita de forma convincente, me lançando um olhar como se pedisse permissão.

— Claro, Sr. Bennett — responde, sorrindo.

James assente, satisfeito, olhando para mim como se tivesse vencido esse jogo absurdo que ele mesmo criou.

Perfeito.

Quando ficamos a sós na sala, o sorriso forçado de Amy se desfaz. Seus ombros caem enquanto ela se aproxima.

— Ele mordeu a isca completamente — murmura, mantendo a voz baixa, apesar da sala vazia. — Eu praticamente podia ver as engrenagens girando na cabeça dele.

— Ótimo — respondo, pegando minhas coisas de cima da mesa.

— O que fazemos agora? — pergunta, olhando para o relógio.

Hesito, pensando em Mia. Não a vejo desde de manhã, quando saímos juntos para o trabalho. Concordamos que seguiríamos com isso, mas não posso evitar me preocupar com como ela está lidando com tudo.

— A segunda parte — decido, finalmente. — Agora vá e aja da forma mais natural possível.

— Fique tranquilo. Sou melhor atriz do que pareço.

— Estou começando a perceber isso.

Preciso admitir, minha assistente está se saindo melhor atriz agora do que quando estava de fato tentando me seduzir.

Amy desaparece pela porta, enquanto pego meu celular. Abro nossa conversa e digito rapidamente uma mensagem para Mia:

Minha mulher franze a testa, confusa.

— Por que está o defendendo agora? — pergunta. — Estou achando que é você quem quer desistir.

— Não estou desistindo. Só quero ter certeza de que entendemos as consequências. Depois que fizermos isso, ou vamos nos resolver, ou vamos nos afastar definitivamente.

Ela fica em silêncio por um momento, absorvendo minhas palavras.

— Sei que ele está chateado, Ethan — diz, soltando um suspiro baixo. — Mas, se existe alguma chance de termos um relacionamento saudável, meu pai precisa entender que não sou mais uma criança. Que minhas escolhas são minhas.

— Tudo bem — concordo, apertando sua cintura. — Vamos seguir com o plano.

Mia encosta a cabeça no meu ombro enquanto desvio o olhar para a janela, me preparando para o que está por vir.

Parte de mim se preocupa de que estamos indo longe demais. Que esse confronto só aumentará o abismo entre James e nós.

Mas outra parte, a parte que está cansada de ser manipulada e testada, sabe que isso é necessário.

Durante anos, vi James jogando xadrez com a vida de todos ao seu redor.

Está na hora de ele descobrir como é ser um peão no tabuleiro de outra pessoa.

Não é sobre vingança.

É sobre reequilíbrio.

E talvez, quando tudo acabar, possamos construir algo mais honesto a partir dos escombros.

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