“Ethan Hayes”
O silêncio no carro é quase ensurdecedor.
Mia está sentada ao meu lado, olhando pela janela, mas sei que sua mente está no mesmo lugar que a minha.
“Seu pai e minha irmã.”
A frase continua se repetindo na minha cabeça como um mantra absurdo.
Das milhares de coisas absurdas que poderiam acontecer entre nós, eu esperava tudo: invasão alienígena, apocalipse zumbi, mas nunca James Bennett e Lauren Hayes juntos num jantar romântico.
— Você acha que já está acontecendo há muito tempo? — Mia pergunta finalmente, quebrando o silêncio enquanto entramos no estacionamento do meu prédio.
— Não — respondo com certeza. — Lauren não conseguiria esconder algo assim de mim por muito tempo. Ela é uma péssima mentirosa.
Desligo o motor e ficamos sentados no escuro por um momento, processando a ironia da situação.
— Você viu o rosto dela quando abriu a porta? — Ela abre um sorriso, finalmente relaxando. — Parecia que tinha visto um fantasma.
— E aquela desculpa sobre ser apenas um amigo… — balanço a cabeça, não conseguindo evitar um sorriso também. — Amigos que jantam à luz de velas.
Saímos do carro e seguimos para o elevador privativo.
Quando as portas se fecham, puxo Mia para perto, descansando meu queixo sobre sua cabeça.
— Isso é tão… surreal — ela murmura contra meu peito. — Meu pai em um jantar romântico.
— Com a minha irmã.
Mia se afasta o suficiente para me olhar nos olhos.
— Você está bravo?
Considero a pergunta por um momento.
Bravo? Não.
Surpreso? Definitivamente.
Preocupado? Talvez.
Lauren sempre foi meu ponto fraco.
Desde que éramos crianças, sempre senti a necessidade de protegê-la, especialmente depois daquele caso desastroso com aquele engenheiro italiano.
— Não estou bravo — respondo finalmente. — Talvez um pouco… protetor.
— Meu pai é um cara legal — diz suavemente, lendo meus pensamentos. — Ele pode ser teimoso às vezes, mas nunca faria mal a ela.
— Eu sei.
E realmente sei. Conheço James há anos. Já vi seus melhores e piores momentos.
Se tivesse que escolher alguém para minha irmã, ele seria uma opção muito melhor que a maioria.
O elevador chega ao meu andar e entramos no apartamento.
Assim que as portas se fecham atrás de nós, Mia j**a a bolsa no sofá e tira os sapatos com um suspiro de alívio.
— Que dia… — Ela se espreguiça como um gato satisfeito.
— E que noite. — acrescento, afrouxando a gravata. — Primeiro, seu pai descobre nosso plano, depois descobrimos o dele. Minha irmã…
Minha mulher solta uma risada e o som leve preenche o apartamento enquanto ela se senta no sofá.
— Imagine o jantar de Natal este ano.
— Você já quer pular as preliminares… — murmura, forçando um biquinho.
— Depois de tudo o que fizemos hoje, você ainda precisa de preliminares? — pergunto contra seu ouvido, sentindo seu corpo tremer em resposta.
Caminho até o quarto sem soltá-la, pressionando seu corpo contra o meu.
Assim que entramos no banheiro, coloco-a no chão com cuidado e ligo o chuveiro na temperatura que ela gosta, deixando o vapor começar a tomar conta do ambiente.
Quando me viro, seus dedos já encontram os botões da minha camisa, abrindo um por um com movimentos lentos e provocantes.
— Eu poderia fazer isso sozinha… — ela diz, puxando o tecido para os lados, expondo meu peito.
— Eu sei. — Seguro seus pulsos, impedindo que continue. — Mas onde estaria a graça nisso?
Sem aviso, viro-a de costas para mim, deslizando os dedos por sua nuca até chegar ao zíper da saia.
Meus lábios encontram seu ombro enquanto puxo o tecido para baixo, deixando-o deslizar por suas pernas até tocar o chão.
Ela solta um suspiro trêmulo quando deslizo minha mão por sua barriga, puxando-a para mais perto.
— Você adora me provocar, não é?
— Amo… — sussurra, empinando a bunda contra mim de propósito.
Mordo seu ombro com força suficiente para fazê-la ofegar antes de virá-la novamente para me encarar.
Lábios entreabertos, olhos escuros de desejo, bochechas coradas…
Tudo nela é um convite que eu não posso, e nem quero, recusar.
— No chuveiro — ordeno, sem deixar espaço para questionamentos, enquanto solto a última peça de roupa que cobre seu corpo. — Agora.

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