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Proibida Para o CEO romance Capítulo 190

“Mia Bennett”

Acordo, e a primeira coisa que sinto é dor. Latejante, incômoda, como se uma orquestra inteira estivesse ensaiando dentro da minha cabeça. A segunda coisa é o frio. Muito frio.

Tento abrir os olhos, mas minhas pálpebras parecem pesar toneladas. Quando finalmente consigo, pisco algumas vezes, tentando adaptar minha visão ao ambiente.

— Onde estou? — murmuro, sentindo minha garganta arranhar.

Memórias fragmentadas começam a surgir. O evento beneficente. Ethan subindo ao palco. Gabriel me oferecendo champanhe. A tontura repentina…

Gabriel.

A compreensão me faz engolir em seco. Não foi o calor. Ele me drogou. Me sequestrou. Mas… por quê?

Tento me mexer e descubro que estou sentada em uma cadeira, meus pulsos amarrados para trás, tornozelos presos às pernas do assento.

Olho ao redor, encontrando uma sala pequena e mal iluminada. Paredes de concreto, piso de cimento, uma única lâmpada fraca pendurada sobre mim, projetando sombras distorcidas pelo ambiente.

Um porão? Um depósito abandonado? Há uma porta de metal do outro lado e nenhuma janela visível.

Respiro fundo, tentando controlar o pânico que ameaça me consumir.

— Pense, Mia. Pense — sussurro, tentando me soltar.

Um barulho do outro lado da porta me faz congelar. Vozes abafadas, discutindo algo que não consigo entender. Uma delas é de Gabriel, sem dúvidas. A outra é feminina. Vagamente familiar.

A porta se abre com um rangido metálico e duas pessoas entram.

Gabriel. Ainda usando a mesma roupa do evento, mas agora com a gravata frouxa e os cabelos desalinhados.

E ao lado dele…

— Miranda — murmuro, sentindo um arrepio percorrer minha espinha.

Ela me observa e, ao perceber que estou acordada, sorri. Um sorriso que não alcança seus olhos frios.

— Olá, Mia — diz, num tom cordial, como se estivéssemos nos encontrando para um café. Não em um porão onde estou amarrada. — Que bom que finalmente acordou. Estávamos começando a nos preocupar que Gabriel tivesse calculado mal a dose.

Apesar do medo, algo dentro de mim se recusa a demonstrar fraqueza. Talvez seja adrenalina, talvez puro instinto de sobrevivência, mas algo me impede de me encolher diante dela novamente.

— O que você quer, Miranda? — pergunto, tentando manter a voz firme. — Sinceramente, essa obsessão por Ethan já passou dos limites.

O sorriso se desfaz rapidamente, e seu rosto se transforma em pura fúria. Antes que eu possa reagir, sua mão atinge meu rosto com força suficiente para fazer minha cabeça virar.

A dor triplica, e o gosto metálico de sangue preenche minha boca, onde meu lábio se cortou contra os dentes.

— Você acha que isso é por ele? — ela pergunta, aproximando seu rosto a centímetros do meu. — Sua pequena ratinha, isso não é mais por Ethan. Isso é por você ter destruído minha vida!

Pisco, atordoada. Meu rosto lateja, mas a confusão é ainda maior que a dor.

Ele finalmente me encara e, por um momento, percebo algo em seu olhar. Remorso. Hesitação. Mas rapidamente isso some, e sua expressão endurece.

— As coisas mudam, Mia — Gabriel responde, desviando o olhar novamente. — As pessoas mudam. Preciso de dinheiro.

— Dinheiro? — Repito, incrédula. — Vale a pena arriscar sua vida, sua liberdade, por dinheiro? Por qual motivo?

— Um grande motivo — Miranda interrompe, revirando os olhos. — Dois milhões de motivos, para ser exata. Mais do que suficiente para começar uma nova vida longe daqui.

Gabriel parece desconfortável com a menção explícita do valor.

— Gabriel, por favor — digo, apelando para a amizade que acreditei que tínhamos. — Sabe que posso…

— Chega de conversa — Miranda corta bruscamente. — Temos trabalho a fazer, Gabriel.

Ele assente, limpando a garganta antes de se aproximar com um celular.

— Vamos dar a James algo para se preocupar — ela ironiza.

Miranda pega um jornal do dia e o segura na frente do meu rosto, enquanto Gabriel posiciona o celular num tripé.

Entendo o que estão prestes a fazer. A clássica foto de refém.

— Sua foto valerá cinco milhões de dólares, então sorria para a câmera, pequena ratinha — Miranda diz, como se estivesse se divertindo com a situação. — Mostre que está viva. Por enquanto.

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