“Ethan Hayes”
Enquanto estamos no escritório central de segurança da Nexus, onde Frank conseguiu reunir uma equipe tática em tempo recorde, meu celular vibra.
Olho rapidamente. Número desconhecido. Uma única mensagem e uma foto em anexo.
A imagem carrega devagar, como se o universo estivesse conspirando para prolongar minha agonia.
Então, finalmente, a foto aparece e o ar parece ser sugado dos meus pulmões.
Mia está amarrada em uma cadeira, com o rosto pálido e uma marca vermelha em sua bochecha. Seus olhos, mesmo na foto de baixa qualidade, transmitem medo.
A raiva me consome imediatamente.
— É ela? — James pergunta, se aproximando.
Engulo em seco e viro o celular para ele. James prende a respiração e passa a mão pelo rosto. Sua expressão se contorce em fúria.
— Filho da puta… — ele murmura.
Abaixo da imagem, uma mensagem curta e direta:
“5 milhões. Instruções a seguir. Sem polícia, ou ela morre.”
Leio a mensagem mais uma vez, sentindo a raiva percorrer meu corpo. A marca no rosto dela, a vulnerabilidade nos olhos… Tudo se mistura e alimenta um ódio que ameaça me cegar.
Pego o celular com força e o entrego a Frank.
— Rastreie esse número.
— No momento em que respondermos, poderemos triangular a localização — ele informa, pegando o aparelho.
Frank começa a trabalhar imediatamente, movendo os dedos sobre o teclado rapidamente.
— Mande uma resposta curta — ele sugere. — Algo que os faça continuar falando. Precisamos de pelo menos noventa segundos para uma localização aproximada.
Aperto a mandíbula e pego o celular de volta. Digito rapidamente:
“Quero uma prova de que ela está bem. Agora.”
A resposta vem quase de imediato.
“Tão previsível… Em breve.”
Frank solta um som de frustração, observando atentamente a tela do computador.
— Mantenha-os falando — ele murmura. — Precisamos de mais tempo.
Lauren se aproxima e coloca a mão no meu ombro. Seus olhos estão vermelhos pelas lágrimas, mas sua postura permanece firme.
— Vamos encontrá-la, Ethan — afirma, apertando meu braço. — Ela é forte.
Engulo em seco, sentindo o peso da culpa se instalar.
— Falhei com ela — murmuro, deixando minha vulnerabilidade escapar pela primeira vez. — Se algo acontecer com Mia…
— Nada vai acontecer — Lauren me interrompe, convicta. — Ninguém nessa sala deixará isso acontecer.
O celular vibra, interrompendo nossa conversa. Meu coração dispara ao ver “Número desconhecido” na tela.
— Atenda e coloque no viva-voz — Frank ordena, já conectando o dispositivo de rastreamento. — Precisamos de pelo menos um minuto de conversa.
Respiro fundo e deslizo o dedo pela tela.
— Alô.
— Ethan, querido — a voz de Miranda soa quase divertida, como se tudo não passasse de um jogo para ela. — Estou impressionada com seu autocontrole. Nenhuma ligação desesperada, nenhuma súplica. Sempre tão calculista.
Seguro o celular com tanta força que meus dedos doem.
— Filha da… — paro no meio da frase, fechando os olhos com força. Perder a cabeça agora não vai ajudar.
— Cinco milhões. Três horas, querido — ela diz, arrastando as palavras como se saboreasse cada sílaba. — Vou enviar a localização em breve.
Do outro lado da sala, Frank ergue o polegar. Conseguimos. O rastreamento foi concluído.
— Como sei que vai libertá-la?
Miranda solta uma risada fria.
— Você não sabe. Essa é a beleza do jogo, não é? Você vai ter que confiar em mim. — Sua voz se torna mais letal. — Se eu perceber qualquer sinal da polícia, começarei a devolver sua preciosa Mia em pedaços.
A ligação se encerra.
Fecho os olhos por um instante, controlando minha respiração antes que a fúria me cegue de vez.
— Conseguimos — Frank anuncia, sem desviar os olhos do monitor. — O sinal veio do complexo da Carson.
— Quanto tempo para preparar uma operação? — pergunto, olhando para a tela.
— Uma hora, no máximo — ele responde rapidamente. — Tenho homens prontos e o equipamento necessário. Só precisamos de um plano sólido.
James se aproxima e aperta meu ombro, cravando seus dedos na minha pele. Seu olhar permanece fixo no mapa, mas sua mandíbula travada entrega a tempestade de ódio e desespero que ele está segurando.
— Já estou preparando o dinheiro — diz, num tom perigosamente baixo. — Vamos trazer a Mia de volta para nós.
— Com certeza vamos — afirmo, mantendo os olhos fixos no endereço à minha frente.
Minha mente já desenha o cenário.
Miranda, encurralada. Miranda, suplicando por misericórdia. Miranda, aprendendo da pior maneira que tocar na mulher que amo foi o pior erro da sua vida.
Hoje, ela vai descobrir exatamente o que isso significa.

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