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Proibida Para o CEO romance Capítulo 210

Harvard é exatamente como imaginei e, ao mesmo tempo, completamente diferente.

O campus é exatamente como vi nas fotos: imponente, histórico, com seus prédios de tijolos vermelhos. Mas nenhuma imagem captura a energia do lugar, o burburinho constante, a sensação de pertencimento.

Já faz um mês desde que cheguei aqui e ainda me pego parada no meio do pátio, absorvendo tudo com um misto de admiração e incredulidade. Realmente estou em Harvard.

— Mia! Espera!

Me viro rapidamente e vejo Anna correndo em minha direção, equilibrando uma pilha de livros. Anna O’Donnell, minha colega de turma e a primeira amizade que fiz aqui.

Uma baixinha loira de cabelos cacheados, óculos redondos e o mesmo nível de obsessão por café que eu.

— Por favor, me diga que você entendeu o caso Marbury v. Madison, porque passei a noite inteira tentando decifrar as anotações do professor Harrington e continuo perdida — ela implora assim que me alcança.

— Bom dia para você também — respondo, sorrindo. — E sim, acho que entendi. Quer tomar um café e revisar juntas?

— Você é um anjo!

Animada, Anna me puxa em direção à cafeteria.

Logo estamos sentadas em uma das mesas, com xícaras de café à nossa frente e meus cadernos organizados, contrastando com as anotações caóticas, mas brilhantes, de Anna.

— Como você faz isso? — ela pergunta, olhando minhas anotações organizadas por cores. — Minhas anotações parecem um crime contra a humanidade comparadas às suas.

Dou de ombros, sem mencionar que passei semanas trabalhando no departamento jurídico da Nexus, aprendendo na prática a organização que a maioria dos calouros levaria tempo para aprender.

— Gosto de manter tudo organizado e visualmente claro. E também tive um ótimo professor.

— Ah, sim, o namorado CEO — Anna sorri, arqueando as sobrancelhas sugestivamente. — Você sabe que metade da turma acha que você o inventou, certo?

Rio, já acostumada com as piadas sobre o “namorado misterioso de Chicago”. Aparentemente, meus colegas de turma não viram o caos que aconteceu em Chicago há alguns meses.

— Ele estará aqui na sexta. Podemos marcar um jantar, e você finalmente pode confirmar para todos que ele existe.

— Finalmente vou conhecer o famoso Ethan Hayes — ela diz, voltando sua atenção para os papéis.

Enquanto Anna lê o caso, acompanhando minha explicação, meu celular vibra com uma mensagem. Ethan.

“A reunião do conselho parece interminável. Como está o dia da futura melhor advogada de Chicago?”

Sorrio involuntariamente. Mesmo com a distância e os horários caóticos, ele sempre encontra uma maneira de me fazer sentir próxima.

“Estou sobrevivendo. Explicando Marbury v. Madison para uma colega. Saudades.”

A resposta vem quase imediatamente.

“Marbury é moleza para você. E a contagem regressiva continua: 58 horas até eu estar aí. Não que eu esteja contando.”

“Mentiroso. Você está contando tanto quanto eu.”

— Mia — Anna acena a mão na frente do meu rosto. — Já perdi você para o Sr. Maravilhoso?

— Desculpe — guardo o telefone, sentindo o calor subir pelo meu rosto. — Onde estávamos?

— Na revisão judicial — ela responde, revirando os olhos com um sorriso. — Mas estou pensando que talvez precisemos de uma pausa. Café acabando, cérebro falhando.

Concordo, e ela vai buscar mais café para nós duas.

Aproveito o momento sozinha para responder às mensagens de Vitória, Lauren, meu pai… Um mês longe deles e percebo que sentem minha falta tanto quanto sinto a deles.

— Oi, meu amor — respondo, estudando seu rosto. Ele parece cansado.

As últimas semanas têm sido assim. Chamadas de vídeo até tarde, visitas nos finais de semana, exatamente como prometido.

Por alguns minutos, conversamos sobre nossos dias, compartilhamos novidades e frustrações.

É quase normal. Quase como nossas conversas depois da minha cirurgia, quando ele voltou ao trabalho presencial.

Exceto pelo fato de que não posso tocá-lo. Não posso me aconchegar em seu peito enquanto ele me conta sobre sua rotina.

A saudade parece interminável.

— Sinto sua falta — digo, sem conseguir conter as palavras.

— Também sinto sua falta, perdição — Ethan suspira, passando a mão pelo rosto. — Mais do que você imagina.

— Cinquenta e oito horas — lembro a ele, repetindo nossa contagem habitual.

— Cinquenta e sete agora — ele corrige, olhando para o relógio. — E cada uma delas vai valer a pena quando eu estiver aí.

Uma hora depois, quando encerramos a chamada, a saudade se intensifica. Sigo para a cama e pego o porta-retrato que Ethan me deu.

— Boston não tem chance contra nós — murmuro, como faço todas as noites desde que cheguei.

Acaricio seu rosto na foto, deixando as lágrimas caírem.

Cinquenta e seis horas.

A contagem regressiva continua.

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