Harvard é exatamente como imaginei e, ao mesmo tempo, completamente diferente.
O campus é exatamente como vi nas fotos: imponente, histórico, com seus prédios de tijolos vermelhos. Mas nenhuma imagem captura a energia do lugar, o burburinho constante, a sensação de pertencimento.
Já faz um mês desde que cheguei aqui e ainda me pego parada no meio do pátio, absorvendo tudo com um misto de admiração e incredulidade. Realmente estou em Harvard.
— Mia! Espera!
Me viro rapidamente e vejo Anna correndo em minha direção, equilibrando uma pilha de livros. Anna O’Donnell, minha colega de turma e a primeira amizade que fiz aqui.
Uma baixinha loira de cabelos cacheados, óculos redondos e o mesmo nível de obsessão por café que eu.
— Por favor, me diga que você entendeu o caso Marbury v. Madison, porque passei a noite inteira tentando decifrar as anotações do professor Harrington e continuo perdida — ela implora assim que me alcança.
— Bom dia para você também — respondo, sorrindo. — E sim, acho que entendi. Quer tomar um café e revisar juntas?
— Você é um anjo!
Animada, Anna me puxa em direção à cafeteria.
Logo estamos sentadas em uma das mesas, com xícaras de café à nossa frente e meus cadernos organizados, contrastando com as anotações caóticas, mas brilhantes, de Anna.
— Como você faz isso? — ela pergunta, olhando minhas anotações organizadas por cores. — Minhas anotações parecem um crime contra a humanidade comparadas às suas.
Dou de ombros, sem mencionar que passei semanas trabalhando no departamento jurídico da Nexus, aprendendo na prática a organização que a maioria dos calouros levaria tempo para aprender.
— Gosto de manter tudo organizado e visualmente claro. E também tive um ótimo professor.
— Ah, sim, o namorado CEO — Anna sorri, arqueando as sobrancelhas sugestivamente. — Você sabe que metade da turma acha que você o inventou, certo?
Rio, já acostumada com as piadas sobre o “namorado misterioso de Chicago”. Aparentemente, meus colegas de turma não viram o caos que aconteceu em Chicago há alguns meses.
— Ele estará aqui na sexta. Podemos marcar um jantar, e você finalmente pode confirmar para todos que ele existe.
— Finalmente vou conhecer o famoso Ethan Hayes — ela diz, voltando sua atenção para os papéis.
Enquanto Anna lê o caso, acompanhando minha explicação, meu celular vibra com uma mensagem. Ethan.
“A reunião do conselho parece interminável. Como está o dia da futura melhor advogada de Chicago?”
Sorrio involuntariamente. Mesmo com a distância e os horários caóticos, ele sempre encontra uma maneira de me fazer sentir próxima.
“Estou sobrevivendo. Explicando Marbury v. Madison para uma colega. Saudades.”
A resposta vem quase imediatamente.
“Marbury é moleza para você. E a contagem regressiva continua: 58 horas até eu estar aí. Não que eu esteja contando.”
“Mentiroso. Você está contando tanto quanto eu.”
— Mia — Anna acena a mão na frente do meu rosto. — Já perdi você para o Sr. Maravilhoso?
— Desculpe — guardo o telefone, sentindo o calor subir pelo meu rosto. — Onde estávamos?
— Na revisão judicial — ela responde, revirando os olhos com um sorriso. — Mas estou pensando que talvez precisemos de uma pausa. Café acabando, cérebro falhando.
Concordo, e ela vai buscar mais café para nós duas.
Aproveito o momento sozinha para responder às mensagens de Vitória, Lauren, meu pai… Um mês longe deles e percebo que sentem minha falta tanto quanto sinto a deles.
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