“Poucos meses depois… Ethan Hayes.”
Ajusto a gravata de James pela terceira vez em quinze minutos. Nunca vi meu melhor amigo assim, tão nervoso.
— Pelo amor de Deus, James. Fica parado — ordeno, dando um último puxão no tecido. — Se continuar se mexendo, vai parecer que uma criança fez esse nó.
— Não estou me mexendo — ele rebate, apenas para imediatamente tocar o colarinho e entortar a porra da gravata de novo.
Alec solta uma risada do outro lado da sala, terminando seu próprio nó.
— Nunca pensei que veria o dia em que James Bennett, o advogado mais frio de Chicago, estaria suando como um réu no tribunal — comenta, servindo-se de um dedo de whisky.
— Vá se foder, Alec — James responde no automático, verificando o relógio pela sétima vez.
Alec ri de novo, balançando a cabeça. Pelo menos a presença dele mantém James distraído do nervosismo.
— Alguém falou com a Lauren? — James pergunta, servindo-se de uma dose de uísque. — Ela não respondeu às minhas mensagens.
— Talvez porque ela esteja ocupada se preparando para o próprio casamento? — respondo, verificando meu traje no espelho antes de me virar para encará-lo. — Relaxa, porra.
— Falei com Emma, que disse que Lauren está surpreendentemente calma — Alec continua. — O oposto do nosso amigo aqui.
James lança para Alec um olhar que já intimidou inúmeros adversários em tribunais. Sem efeito, obviamente. Quase dezenove anos de amizade criam uma certa imunidade.
— Faltam doze minutos — James anuncia, conferindo o relógio pela oitava vez.
— Obrigado por nos avisar pela vigésima vez — provoco, sem conter uma risada. Vê-lo assim, tão perto do descontrole, é algo raro.
Enquanto ele olha para o relógio pela nona vez, penso em como chegamos aqui. Uma ironia do destino, para dizer o mínimo.
O homem que me bateu, que provavelmente fantasiou inúmeras torturas quando soube do meu relacionamento com sua filha, agora está se tornando oficialmente meu cunhado.
O universo tem um senso de humor questionável.
— Poderia ser pior — observo, ajustando minhas abotoaduras. — Você poderia estar se preparando para seu julgamento em vez do seu casamento.
James ri, relaxando um pouco.
— Meu julgamento não levaria tantos anos para acontecer — ele retruca, balançando a cabeça. — Mas, se você machucar minha filha, isso ainda pode virar uma possibilidade.
— Isso nunca vai acontecer — respondo, dando de ombros.
E realmente não vai. Mia se tornou parte de mim, e machucá-la seria o mesmo que me destruir no processo. Quatro anos e o efeito dela sobre mim não diminuiu. Pelo contrário.
Após três anos de relacionamento à distância, os últimos dois meses com ela de volta a Chicago foram… mágicos. A presença constante, a rotina compartilhada que não termina num domingo à noite.
— Três minutos, senhores — um dos organizadores anuncia, colocando a cabeça para dentro da sala.
James inspira profundamente, passando a mão pelo cabelo meticulosamente penteado.
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