“Três anos depois… Mia Bennett.”
O momento é surreal.
Três anos de estudo intenso, noites sem dormir, casos jurídicos intermináveis, saudades, choros… tudo para que esse momento chegasse.
— Mia Mitchell Bennett.
Enquanto atravesso o palco, olho para os rostos na plateia que tornaram tudo isso possível.
Meu pai me olha, sorrindo orgulhosamente. Ao lado dele, Lauren enxuga discretamente uma lágrima. Theo e Vitória, que estão morando juntos há alguns meses, aplaudem animadamente.
E Ethan sorri enquanto aplaude, me olhando como se eu fosse a única pessoa em toda a cerimônia.
Aperto a mão do reitor Lewis, aceito o diploma, e é isso. Oficialmente formada em Direito por Harvard.
Meu sonho foi finalmente realizado, mesmo com o adiantamento, com minha quase morte, duplamente falando.
Com o diploma em mãos, relembro aquela noite nas mãos de David, em Portland. A recuperação lenta após o tiro de Miranda, as noites em que acordei gritando, revivendo o momento em que ela puxou o gatilho.
Miranda. Seu nome ainda me provoca arrepios, mesmo sabendo que ela está cumprindo sua sentença de quarenta anos, sem possibilidade de liberdade condicional.
O olhar dela no tribunal, carregado de ódio e desprezo, fixo em mim enquanto a sentença era lida, apareceu em alguns pesadelos por um tempo.
Hoje, depois da terapia que me ajudou a superar tudo, vejo aquele momento como o fechamento de um ciclo de dor.
Os minutos seguintes se resumem a fotografias, abraços e lágrimas enquanto continuo reunida com Anna e outros colegas de turma.
Quando finalmente consigo me aproximar da minha família, porque é isso que eles são para mim, todos eles, sou amassada em um abraço coletivo que ameaça esmagar meu recém-adquirido diploma.
— Estou tão orgulhoso de você, filha — meu pai diz, sua voz embargada pela emoção. — Sua mãe também estaria.
— Com certeza — respondo, sentindo a familiar combinação de dor e conforto que sempre vem quando penso nela.
Lauren me abraça quando ele me solta, empolgada.
— Minha cunhada, quase enteada, formada em Harvard! — exclama, fazendo todos rirem com sua descrição complicada de nosso parentesco. — Precisamos de champanhe, muito champanhe.
— Agora tenho uma amiga advogada! — Vitória exclama, me puxando para um abraço. — Que orgulho, amiga!
— Será que agora teremos você de volta na Nexus, já que está oficialmente qualificada? — Theo pergunta, sorrindo. — O departamento jurídico não é o mesmo desde que você se mudou para cá. E nem digo isso só porque James ficou mais… rabugento.
Meu pai finge indignação, mas acaba rindo conosco.
Ethan permanece em pé, esperando pacientemente que os abraços e felicitações terminem antes de se aproximar.
— Sabia que você conseguiria — diz, me puxando para seus braços.
— Nós conseguimos, meu amor — respondo, sorrindo.
Quando nossas bocas se encontram, flashes do nosso percurso nos últimos três anos surgem à minha mente.
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