“Mia Bennett”
A recepção segue animada no jardim, agora iluminado por centenas de pequenas luzes distribuídas entre as árvores. O efeito é mágico, como se estrelas tivessem sido capturadas e trazidas para mais perto da terra.
Sentada em uma das mesas para descansar dos saltos, observo meu pai e Lauren dançando no centro da pista, presos em seu próprio mundo.
— Continua processando a bomba que Lauren soltou? — Ethan pergunta, sentando-se no lugar vazio ao meu lado. Seu paletó foi descartado horas atrás, a gravata está frouxa, e ele nunca me pareceu mais atraente.
— Sim! — respondo, sorrindo. — Você sabia?
— Nem fazia ideia — ele diz, sincero. — Lauren, a pessoa que não consegue guardar um segredo para salvar a própria vida, conseguiu esconder isso de todos. Estou impressionado.
— Vou ter um irmãozinho ou irmãzinha depois de vinte e dois anos sendo filha única. Isso é esquisito, não é?
— Não mais esquisito do que eu me tornar tio por parte do meu melhor amigo, que agora também é meu cunhado — responde, dando um gole em seu whisky. — Pobre criança, com essa família complicada que montamos.
Minha risada é interrompida quando Alec se aproxima, segurando uma garrafa de champanhe como se fosse um troféu.
— Consegui uma garrafa inteira com o barman — ele diz, já enchendo minha taça. — Precisamos comemorar adequadamente essa notícia. James sendo pai novamente. Isso quero ver.
— Como se você fosse o exemplo de paternidade equilibrada — Ethan provoca, lançando um olhar para o pequeno Michael, de quase três anos, que corre entre as mesas sob o olhar atento de Emma.
— Ei! Estou fazendo um ótimo trabalho — Alec protesta. — Meu filho é um anjo.
— Um anjo que reprogramou o sistema de segurança da sua casa no mês passado — lembro, fazendo-os rir.
A conversa flui facilmente enquanto mais convidados se juntam à pista de dança.
— Preciso roubar minha filha por um momento — meu pai diz, aproximando-se quando a música muda.
— Claro — Ethan responde, levantando-se. — Vou falar com meus pais.
Meu namorado me dá um beijo antes de se afastar, enquanto meu pai estende a mão para mim. Me levanto e a aceito, deixando que ele me guie até a pista.
— Feliz? — pergunto enquanto nos movemos ao ritmo da música suave.
— Muito, muito mesmo. Estou completo com vocês — ele responde, lançando um olhar breve para Lauren, que conversa com Ethan e seus pais. — E você? Como está sendo estar de volta?
A pergunta me faz refletir sobre os últimos dois meses desde meu retorno de Harvard.
O período sabático que decidi tirar antes de mergulhar na próxima fase da minha vida profissional tem sido… libertador.
— Estou adorando esse tempo para respirar — confesso. — Três anos em Harvard foram intensos. Ter alguns meses para simplesmente existir está sendo exatamente o que eu precisava.
— Você está certa, filha. Às vezes, esquecemos de parar e apreciar onde estamos antes de correr para o próximo objetivo.
— Você fala como se não fosse conhecido por trabalhar sessenta horas por semana.
— Talvez eu esteja aprendendo algumas lições. Especialmente agora — ele responde, esboçando um sorriso sincero. — Finalmente, é hora de desacelerar.
A música termina e somos interrompidos por Ethan.
Quando Lauren sobe em um pequeno palco improvisado, de costas para nós, me viro brevemente e encontro Ethan observando a cena. Ele está com meu pai e Alec, sorrindo.
— Um, dois, três! — Lauren grita antes de lançar o buquê por cima do ombro.
O arranjo de flores brancas voa e, instintivamente, estendo as mãos, mais por reflexo do que por qualquer real desejo de pegá-lo.
Para minha surpresa, o buquê pousa diretamente nas minhas mãos, como se tivesse sido lançado exatamente para mim.
Risadas e aplausos ecoam ao meu redor. Quando olho para Lauren, ela pisca para mim com um sorriso travesso.
Desvio o olhar para Ethan, que me observa com uma expressão indecifrável: o sorriso fácil, o olhar intenso. Ele não parece surpreso. Na verdade, ele parece… satisfeito.
Esses dois conspiraram para isso?
— Parece que você é a próxima, amiga — Vitória comenta ao meu lado, me cutucando com o cotovelo.
— É só uma tradição boba — respondo, embora o sorriso em meu rosto denuncie que talvez eu não ache tão boba assim.
Então, Ethan ergue a taça antes de dizer algo para meu pai e Alec.
Alec cai na risada e dá um tapa nas costas dele, enquanto meu pai apenas balança a cabeça, resignado.
Meu coração dá um salto.
De repente, a ideia de ser a próxima não parece tão absurda assim.

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