Claro que o universo ia conspirar contra mim. A semana passou num piscar de olhos, mesmo com todos os meus esforços para fazer o tempo se arrastar.
E o resfriado? Nem sinal dele. Nem mesmo quando fiquei alguns minutos de propósito na varanda, enfrentando o vento gelado sem casaco, ele resolveu aparecer.
Agora, aqui estou, sentada em um avião comercial entre James e Vitória. Ela conversa animadamente com Gabriel, tentando me incluir no assunto, mas minha mente, como sempre, não colabora.
Ela parece ter ficado em Chicago, presa à mínima possibilidade de Ethan desistir de vir por conta daquela reunião de última hora. Talvez o universo decida me ajudar agora, mesmo tendo ignorado meu pedido pelo resfriado.
— Você está se sentindo bem, Mia? — James pergunta, inclinando-se na minha direção. — Você está com cara de quem quer vomitar.
— Estou bem — respondo, franzindo a testa enquanto me pergunto se minha cara está tão ruim assim. Decido mudar de assunto antes que ele continue insistindo. — Você não disse que iríamos vir de jatinho?
— Íamos. — Ele dá um sorriso de canto, ajustando os óculos escuros. — Mas Ethan teve aquela reunião de última hora, então achei melhor deixar o jatinho com ele. Ele vem à tarde.
— Ah… entendi — murmuro, sentindo minhas últimas esperanças indo por água abaixo. — E se ele não vier?
— Ele vem. Deixei o jatinho com ele para garantir isso. — James ri, balançando a cabeça como se estivesse explicando algo óbvio. — Conhecendo o Ethan como o conheço, ele se sentirá obrigado a aparecer.
— Você realmente quer que ele venha — comento, olhando para o assento à minha frente.
— Claro. Aquele filho da mãe inventou uma desculpa a cada dia da semana. Só queria garantir que ele viesse, quero aproveitar esse fim de semana.
— Algo me diz que esse fim de semana será… inesquecível — resmungo, mais para mim do que para ele.
O pouso é tranquilo e, pouco depois, estamos a caminho da casa de praia. O lugar é de tirar o fôlego, com paredes brancas, janelas enormes que refletem o azul do céu e do mar, cercado por jardins impecáveis.
Por um momento, me sinto como se estivesse em frente àqueles cartões-postais que só existem em revistas.
— Uau… — murmuro, enquanto saímos do carro. James sorri, visivelmente orgulhoso.
— Bem-vinda à minha casa de praia, Mia! — ele diz, estendendo os braços como um apresentador de um programa de luxo.
Eu rio, verdadeiramente empolgada pela primeira vez em dias. Vitória e Gabriel parecem igualmente encantados, olhando ao redor enquanto seguimos para a entrada.
Assim que entramos, James começa a nos mostrar os cômodos principais antes de nos levar para os quartos. Ao abrir a porta do quarto que vou dividir com Vitória, é impossível não ficar surpresa. Amplo, com uma varanda que dá para o mar, e duas camas enormes no centro.
— Parece que acertamos na escolha do quarto, hein? — Vitória comenta, jogando sua mala sobre a cama.
— Com certeza. Isso aqui é um sonho — respondo, sentando na minha cama enquanto observo a vista pela janela. — Carmen poderia ter vindo, ela iria amar.
— E também iria querer trabalhar — ela responde, sentando ao meu lado. Olho para ela, abrindo um sorriso travesso.
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