Piscar algumas vezes é tudo o que consigo fazer antes de balançar a cabeça, tentando afastar os pensamentos que essa informação causou.
— Por que você parece tão surpresa? — Ethan pergunta, como se fosse óbvio. — Toda a empresa sabe que isso acabou há meses.
— Eu não sabia…
— Isso é bom — ele diz, dando um passo para dentro da casa. — Significa que você está mais focada no trabalho do que nas fofocas sobre a vida alheia.
Ele não me dá tempo de responder. Apenas se afasta, encerrando qualquer possibilidade de conversa, como se fosse algo banal.
Reviro os olhos. Ethan sendo Ethan.
Solto um suspiro e continuo meus passos até o quintal. A praia, praticamente no quintal da casa, é ainda mais bonita vista de perto. Logo vejo Vitória e Gabriel sentados na areia, conversando e rindo. Eles se viram quando me aproximo, mas continuam o assunto, claramente à vontade.
— Você demorou, hein, Mia? — Vitória brinca, rindo.
— Vocês dois, sem se pegarem. Estou de olho! — brinco de volta, embora sem realmente estar no clima.
Me sento ao lado deles e finjo ouvir sobre a história de quando Gabriel quase se afogou na praia. Minha mente, no entanto, viaja rapidamente de volta ao esbarrão com Ethan.
Suas mãos quentes me segurando, a intensidade de seu olhar, o cheiro inconfundível de seu perfume. O mesmo que ele usava na noite em que nos conhecemos.
Me repreendo mentalmente. Que diferença faz se ele continua solteiro? Nada mudou. Ele deixou claro que se arrependeu do que aconteceu entre nós.
— Mia? Terra chamando Mia! — Gabriel estala os dedos na minha frente, me arrancando dos pensamentos. — Em que planeta você estava?
— Desculpe — murmuro, tentando me recompor. — Estava distraída.
— Percebemos — Vitória ri, trocando um olhar com Gabriel.
— Mudando de assunto, Ethan chegou sem a Miranda — comento, fingindo naturalidade, mas querendo entender melhor a história. Gabriel franze as sobrancelhas.
— Por que ela viria? — ele pergunta, claramente confuso. — Eles terminaram há meses.
— Como assim? — finjo surpresa, esperando que ele continue.
— Mia, como você não sabia disso? — ele questiona, abrindo um sorriso debochado. — Eles terminaram no início do ano, depois que ela começou a pressionar por algo mais sério.
— Mas você…
— Pessoal! — A voz de James ecoa da varanda, me fazendo soltar um suspiro frustrado. — O jantar está quase pronto!
Para minha decepção, Gabriel é o primeiro a se levantar, encerrando a conversa. Em poucos passos, entramos na casa e meu olhar imediatamente para em Ethan, sentado no sofá.
— Estou faminta — Vitória comenta ao passar por mim.
— Também não consegue dormir? — pergunto, me encostando no balcão.
— Não devíamos estar tendo esta conversa — ele responde, seco. Mesmo assim, não se levanta para sair.
— É só uma pergunta inocente.
— Nada é inocente entre nós, Mia. — Ethan passa a mão pelo rosto, parecendo se controlar. — Ou eu não estaria aqui agora, te olhando enquanto decido entre sair ou ficar.
— Já terminei minha água — comento, deixando meu copo sobre o balcão antes de me aproximar dele. — Quer que eu saia?
Ethan não responde, apenas me encara intensamente, como se estivesse decidindo o que fazer. Por fim, sua mão para na bancada ao meu lado, me prendendo entre ele e o balcão.
— Por que você nunca foge quando realmente precisa? — ele murmura, descendo o olhar para minha boca.
— Porque, às vezes, fugir nunca parece a escolha certa com você — sussurro, mordendo o lábio sem perceber.
Ethan leva a outra mão ao meu rosto, traçando meu lábio com o polegar. O toque suave faz todo o meu corpo reagir.
— Isso é errado — Ethan murmura, deslizando as mãos para a minha cintura. Num movimento rápido, me coloca sentada na bancada, seu olhar preso ao meu, hipnotizante. — Me peça para parar, Mia.
— Se eu pedisse, estaria mentindo — respondo, aproximando minha boca do ouvido dele. — Porque quero você.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Proibida Para o CEO