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Proibida Para o CEO romance Capítulo 43

“Mia Bennett”

O mundo está girando, mas a voz dele consegue me encontrar mesmo assim. Ethan está aqui. “Por que ele está aqui?”

— Inspire fundo, Mia — ele diz, e percebo que ele realmente está aqui. — Agora solte, devagar.

Tento imitá-lo, mas é difícil. Meus pulmões não obedecem, e o pânico ameaça me dominar novamente.

— Vamos tentar de novo — ele diz, e sinto seus dedos apertarem levemente os meus. — Inspire comigo.

Foco no seu rosto, nas linhas de preocupação em sua testa, no modo como seus olhos permanecem fixos nos meus. Qualquer coisa que me tire do caos que se formou em minha mente.

— Um… — ele conta, e tento puxar o ar junto com ele. — Dois… três…

Mantenho meus olhos nos dele e tento novamente, dessa vez com mais esforço. Inspiro com dificuldade e, embora não seja perfeito, algo em mim responde.

— Agora solte, devagar — Ethan instrui, num tom surpreendentemente gentil. — Continue olhando para mim, Mia.

Percebo que estou agarrando suas mãos com força demais, mas ele não reclama. Pelo contrário, seu polegar traça círculos suaves em minha pele, um movimento pequeno, mas incrivelmente reconfortante.

Aos poucos, o ar começa a entrar mais facilmente. O zumbido em meus ouvidos diminui, e as paredes param de girar. Ethan continua contando, respirando comigo, até que finalmente consigo respirar profundamente.

— Isso — ele murmura. — Você está indo bem.

Percebo que minhas lágrimas pararam em algum momento, embora meu rosto ainda esteja úmido. O tremor nas minhas mãos diminuiu, mas continuo segurando as dele. É egoísta, eu sei, mas não quero soltar. Não ainda.

— Está melhor? — Ethan pergunta após alguns minutos.

— Sim — murmuro, desviando o olhar.

— Mia, você já teve isso antes? — ele pergunta baixinho.

— Algumas vezes — respondo, encarando o chão. — Mas… geralmente apago antes.

Mantenho o olhar longe dele, envergonhada por ter outra crise de pânico e, principalmente, por fazer um homem como ele se sentar no chão de um banheiro. Mas ele nem parece se importar com isso.

— Como você sabia o que fazer? — pergunto, enquanto ele ainda traça círculos em minhas mãos com os polegares.

— Experiência — Ethan responde simplesmente, e há algo em seu tom que me diz que essa é uma história para outro momento.

Ficamos em silêncio por alguns minutos e, pela primeira vez desde que entrei nesse banheiro, consigo respirar normalmente.

— Obrigada — sussurro, finalmente soltando suas mãos.

— Quer que eu chame o James? — ele pergunta, me encarando. Nego com a cabeça rapidamente.

— Ele me fará perguntas, e não quero falar sobre isso agora.

— Então vem — Ethan se levanta, estendendo a mão para me ajudar. — Vou te levar para casa.

— Mas ainda preciso…

— Não — respondo baixinho, olhando pela janela, enquanto deixamos o estacionamento. — Não agora.

Ethan não insiste, e sou grata por isso. Mas sei que, em algum momento, vou ter que explicar essa crise, seja para ele ou para James. Vou ter que contar sobre David, sobre o medo, sobre… tudo.

Em silêncio, mantenho os olhos fixos na janela, observando a paisagem lá fora, até que percebo que as ruas não são mais familiares.

— Esse não é o caminho de casa — murmuro, franzindo as sobrancelhas.

— Não, não é.

— Ethan, você não…

— Não vou te deixar sozinha depois do que aconteceu — ele me interrompe, parando no sinal. — Ou prefere que te leve para casa? Sabe que James vai querer saber o que aconteceu.

— Vamos para… — paro no meio da frase quando entendo. — Sua casa?

— Sim.

— Não… — murmuro, atraindo sua atenção.

— Temos uma promessa, não? — ele pergunta, ironicamente. — Então, por que não ir para a minha casa?

“Porque é perigoso demais”, quero dizer. Porque toda vez que ficamos sozinhos, algo acontece. Porque prometi a mim mesma que não haveria uma terceira vez.

— Tudo bem, vamos para a sua casa, Ethan.

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