“Mia Bennett”
O caminho até a casa de Ethan é silencioso, mas minha mente está uma bagunça. Não importa o quanto eu tente me convencer de que posso manter as coisas sob controle, uma parte de mim sabe que isso é uma péssima ideia.
— Ethan, não precisa disso tudo — finalmente quebro o silêncio.
— Isso tudo o quê, Mia?
— Com… o que quer que seja isso — respondo, gesticulando com a mão. — Sei que você está me poupando de ter que explicar para James, mas não acho que…
— Não me importo com o que você acha, Mia — ele me corta, num tom firme. — Você está abalada, e só quero garantir que minha assistente não desmorone novamente no banheiro amanhã.
Fecho a boca, surpresa com o tom. Ele não grita, mas há uma autoridade em sua voz que me faz ficar quieta. Afundo no banco do carro e observo as ruas através da janela.
Após mais alguns minutos de silêncio, Ethan finalmente desce a rampa de um prédio enorme, com uma fachada tão imponente quanto ele. Quando estaciona na garagem privativa, é impossível não reparar nos carros luxuosos ao redor.
Ele desce primeiro, caminhando em direção ao lado do passageiro antes que eu tenha a chance de abrir a porta. Ele a abre e me dá um olhar que não deixa espaço para discussão.
— Vamos — Ethan diz, seguindo para o elevador privativo sem sequer esperar por mim. Respiro fundo e o acompanho.
No elevador, ele digita um código no painel eletrônico sem me lançar um único olhar. Tento manter meus olhos fixos na porta metálica, mas a proximidade dele torna isso quase impossível.
— Como está sua mão? — improviso, tentando desesperadamente quebrar o silêncio. Ele finalmente me olha, então baixa o olhar para a própria mão.
— Está bem — responde, seco.
— Você deveria ter ido ao médico.
— Você sabe melhor do que ninguém que o corte não me atrapalhou em nada, não é? — Ethan diz, com um sorriso de lado.
Não sei se essa é a intenção dele, mas suas palavras são o suficiente para esquentar meu rosto e me calar imediatamente. Para meu alívio, as portas se abrem diretamente para a cobertura e, por um momento, tudo o que consigo fazer é encarar.
O ambiente é elegante, minimalista, com toques masculinos. É como o homem ao meu lado: tudo controlado, tudo no lugar.
— O quarto de hóspedes fica no final do corredor à direita — ele diz, apontando.
— Isso é só por hoje — murmuro, mais para mim, mas é claro que ele ouve.
— Sim, Mia. Só por hoje, pelo bem de nós dois — responde, irônico, enquanto afrouxa a gravata. — Se precisar de alguma coisa, estou no escritório do outro lado do corredor.
Reviro os olhos ao ouvir sua resposta sarcástica, mas o movimento é mais automático do que intencional. Enquanto ele se afasta, caminho pelo corredor, ainda sentindo o peso da crise no banheiro.
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