“Mia Bennett”
Sinto os passos de Ethan atrás de mim assim que entro na sala de estar. É impossível ignorar sua presença. Ele tem essa habilidade estranha de tornar qualquer ambiente menor, apenas por estar nele.
Sento no sofá e me agarro a uma almofada, fingindo uma tranquilidade que está longe de ser real. Ethan pega o controle da TV e a liga.
— Escolha o que quiser — diz, me entregando o controle antes de se sentar na outra ponta do sofá.
Mordo o lábio, tentando me concentrar na busca por um filme. É mais fácil do que pensar no fato de que estou seminua, vestindo apenas sua camisa. Ou que essa mesma camisa carrega o perfume dele. Ou que…
— Escolha logo, Mia. — O tom autoritário corta meus pensamentos, me fazendo encará-lo.
— Só estou pensando… Não dá para assistir um filme sem pipoca — disfarço, largando o controle ao meu lado. — Você tem pipoca?
— Claro que não seria tão fácil — ele reclama, revirando os olhos. — Você não pode simplesmente ficar quieta e assistir?
— Assistir filme sem pipoca é quase um crime — respondo, me levantando num pulo. — Pode deixar que faço.
Caminho até a cozinha, ouvindo os passos dele logo atrás. Olho ao redor, sem ideia de onde procurar, e começo a abrir os armários. Quando me estico para alcançar o mais alto, Ethan limpa a garganta.
— Segundo armário à esquerda — ele diz, a voz mais rouca do que o normal. — E, pelo amor de Deus, Mia, pare de se esticar desse jeito.
Mordo o lábio para não sorrir. Pelo menos agora sei que não sou a única afetada por essa situação absurda. Quando me viro, Ethan está me encarando com uma intensidade que faz meu coração falhar uma batida.
— Não foi proposital. Seus armários é que são altos demais — respondo, enquanto abro o pacote de pipoca.
— Não são os armários, Mia — ele diz, num tom baixo que faz um arrepio subir pela minha espinha. — É você. Nessa camisa. Se esticando desse jeito.
— Deveria ter te pedido uma escada? — rebato, debochada, colocando a pipoca no micro-ondas.
— Pelo menos evitaria… — Ele gesticula para a camisa — Mostrar mais do que deveria.
— Por acaso, está com medo de perder o controle e quebrar sua promessa? — provoco, levantando uma sobrancelha enquanto me aproximo.
— Estou pouco me fodendo para nossa promessa, Mia. — Ethan balança a cabeça, insatisfeito. — Estou tentando não cometer nenhum erro e deixar que minha preocupação com você seja mal interpretada.
A menção ao banheiro me faz engolir em seco, surpresa pela sinceridade. Ethan não está brincando. Ele realmente se importa. Desvio o olhar, sentindo meu rosto esquentar de vergonha.
— Desculpa, eu…
— Acho que você está começando a apreciar meu gosto para filmes — provoco, rindo enquanto me viro para ele.
— Esse filme é péssimo. Só achei engraçado como esse cara se apaixonou assim, tão rápido — diz, se inclinando para me encarar.
— Não acho tão impossível se apaixonar rápido assim… — sussurro, sem perceber que também me inclino. Ele faz o mesmo.
— Pode ser impossível para algumas pessoas — Ethan rebate, num tom baixo.
— Ou talvez seja questão de encontrar a pessoa certa — murmuro, parando meu rosto próximo ao dele. — Não acredito que tenha regras quanto a isso.
Ele não responde. Seu olhar desce para minha boca antes de voltar para os meus olhos. Sem pensar muito, me arrasto pelo sofá, diminuindo ainda mais a distância entre nós.
— Mia… — Ele diz meu nome como um aviso, mas se contradiz quando sua mão para na minha cintura, me puxando para mais perto. O toque, mesmo por cima do tecido, faz minha pele arder.
— Prometemos não ter uma terceira noite — murmuro, roçando nossos lábios. — Mas, tecnicamente, ainda é dia.
Ethan sorri, finalmente desistindo de resistir. Sua mão aperta minha cintura e seus lábios tocam os meus. Mas antes que o beijo realmente aconteça, a campainha toca.
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