Proibida Para o CEO romance Capítulo 56

O tempo é realmente relativo. Em alguns momentos, segundos se passam rápido demais; em outros, parecem durar uma eternidade. Especialmente quando uma frase como “não é o que você está pensando” pode ser dita em dois segundos e mudar toda a sua vida.

Não posso arriscar que essa frase seja dita agora.

“Mantenha o controle”, ordeno mentalmente, dando um passo à frente.

— James, vai continuar parado enquanto sua filha está no chão? — pergunto, usando o tom irônico que ele tanto odeia. — E depois eu que sou o insensível.

James revira os olhos e finalmente se abaixa para ajudar Mia. Aproveito que ele fica de costas para atrair a atenção dela. “Calma, está tudo bem”, gesticulo com a boca, sem som. Ela pisca algumas vezes, ainda tensa, mas seu rosto um pouco quando entende a mensagem.

— Você está bem? — James pergunta, colocando a mão nas costas dela. Mia assente, arrumando os cabelos com as mãos ainda trêmulas.

— Sim — ela murmura, olhando para mim antes de começar a juntar os papéis. — Estava andando rápido e acabei tropeçando.

— Tome mais cuidado, minha filha — ele diz, num tom cuidadoso, mas que ainda carrega a estranheza de não saber exatamente como agir.

— Srta. Bennett, organize tudo e me traga em cinco minutos — falo, num tom profissional. James me encara, insatisfeito.

— Ethan, Mia acabou de cair. Você acha que em cinco minutos ela consegue se recompor e organizar tudo?

— Seis minutos, então. Estou generoso hoje.

James revira os olhos, mas me viro e volto à minha sala antes que ele possa retrucar. Ouço Mia dizer que está tudo bem, que já está se acostumando, mas, claro, logo ele aparece na minha sala novamente.

— Você está sendo muito duro com ela — reclama assim que fecha a porta atrás de si.

— James, eu já te disse. Não vou tratar a Mia diferente só porque ela é sua filha — respondo, pegando a gravata para colocá-la novamente.

— Sei disso, mas… — Ele pausa as palavras, passando a mão no rosto. E lá vamos nós para mais uma cena de insegurança paterna. — Ela parece incomodada, inquieta. Estou começando a achar que sugerir que ela fosse sua assistente foi um erro.

— Essa foi a melhor coisa que você falou em semanas, sabia? — pergunto, sem esconder a ironia.

Insensível? Talvez, mas muitos riscos teriam sido evitados se Mia tivesse ficado longe. Agora, a merda está feita, e sei que não sou o único responsável por ela estar assim. Enquanto faço o nó na gravata e James se perde em seus pensamentos, decido continuar.

— Sejamos sinceros aqui, James. Mia não demoraria quase três semanas para mostrar insatisfação comigo. Alguma outra coisa está incomodando ela, e você sabe disso.

— Entre — digo, endireitando a postura, tentando parecer menos perdido do que realmente estou. Mia entra com os papéis organizados nas mãos, caminhando em minha direção.

— Aqui estão os documentos. — Ela coloca a pilha sobre a mesa e me encara com um olhar que conheço bem. — Então… James desconfia de algo?

— Não, Mia. Você precisa aprender a controlar suas emoções antes de tirar conclusões precipitadas — respondo, gesticulando para que ela se sente. — James estava apenas usando um exemplo. Ele não tem ideia do que realmente aconteceu entre nós.

— Mas ele disse que nunca permitiria que…

— Ele não estava falando da gente — interrompo, me inclinando para frente. — James estava se usando como exemplo para reforçar o que ele pensa sobre mim, que não sou o tipo de pessoa que um pai gostaria como genro.

— Ainda bem que ele não pode decidir isso por mim — ela diz, rindo de leve e encolhendo os ombros. — E quando ele descobrir…

— Ele não vai descobrir. — Interrompo, respirando fundo, a tensão evidente na minha voz. — Porque isso acaba aqui, Mia. Por mais que eu adore o que acontece entre nós, ele está certo. Não sou o tipo de homem para você.

— Você não pode decidir por mim, Ethan. — Seu sorriso desaparece e ela balança a cabeça em negação. — Nem por nós dois.

— Estou decidindo pelo que é certo — respondo, mesmo odiando minhas próprias palavras. — Essas foram as últimas marcas, Mia. Dessa vez, sem desculpas ou problemas. Apenas uma decisão que deveria ter sido tomada desde o início.