Franzo a sobrancelha, sentindo uma sensação estranha se instalar em meu estômago. Será que as doses de whisky foram suficientes para me deixar bêbado e causar alucinações?
— Ainda não entendi o que te levou a achar isso — respondo, mantendo minha voz controlada, embora minha mente esteja em caos.
— Não insulte minha inteligência, Ethan. — James responde, girando o copo entre os dedos. — Desde Malibu, percebo a maneira como você olha e como age quando ela está por perto.
— James…
— Não, me deixa terminar. — Ele me interrompe, num tom mais sério. — Só espero que isso não termine com você tratando-a como se fosse uma… acompanhante. Ela não está acostumada com o nosso estilo de vida, Ethan. Não merece ser apenas mais um nome na sua lista.
— Sei muito bem a diferença entre uma acompanhante e algo real, James. — As palavras saem mais ríspidas do que eu gostaria, mas a simples comparação é suficiente para me irritar.
— E por acaso pensou na diferença de idade? — Ele levanta uma sobrancelha. — São doze anos, Ethan.
— Não são doze anos de diferença. — Respondo automaticamente, confuso com seus cálculos. James revira os olhos e me dá um tapa na testa. — Porra... Você está bêbado?
— Mesmo se estivesse, ainda sei fazer contas, seu idiota. Vinte e um menos trinta e três são doze anos. — Ele diz como se explicasse algo para uma criança. — O que, convenhamos, não melhora muito a situação.
Demoro alguns segundos para processar suas palavras enquanto olho para Mia, que agora está na espreguiçadeira ao lado de Vitória. Não é possível que…
— Você está falando da Vitória? — Pergunto, rindo do absurdo da situação. James solta uma gargalhada.
— É claro que estou falando dela. De quem mais seria? — Ele dá de ombros, colocando o copo na mesa ao lado. — Confio em você e sei que meu melhor amigo nunca teria coragem de se envolver com a minha filha, ou estou errado?
Engulo em seco e levo o copo à boca, desviando o olhar para o nada. O alívio que sinto é rapidamente substituído pela culpa. Mesmo tendo optado por ficar com Mia, isso não torna as coisas fáceis para o meu lado racional.
— Não é a Mia, óbvio. — As palavras saem amargas graças à mentira. — Também não é a Vitória. Por que você não vai cuidar da sua vida?
— Porque é divertido demais ver você desconfortável. — Ele responde com um sorriso. — E você sempre fica na defensiva quando não quer falar sobre algo. Mas tudo bem, já percebi que estou errado.
— Muito errado. — Viro o whisky de uma vez. — Vou indo. Não quero atrapalhar seus planos para hoje à noite.
Caminho em direção ao grupo reunido próximo à piscina, ignorando o olhar divertido de James. Alec é o primeiro a me ver.
— Já vai? — Ele pergunta, franzindo a testa. — Achei que ia ter uma revanche.
— Outro dia. — Respondo, dando tapinhas em seu ombro. — Vai ter mais tempo para treinar seu blefe.
Emma e Vitória se despedem com sorrisos educados, enquanto Theo aperta minha mão. Mia se levanta da espreguiçadeira, ajeitando a saída de praia sobre o biquíni.
— Até segunda, Ethan. — Ela diz com um sorriso provocante que faz meu estômago revirar.
— Até segunda, Mia. — Respondo, sustentando seu olhar por alguns segundos a mais que o necessário.
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