Acordo com Ethan beijando minha nuca. Por um instante, me pergunto como será voltar para Chicago depois de tudo o que vivemos aqui.
Carmel, com seu céu infinito e o som constante das ondas, me deu uma liberdade que nem sabia que precisava. E Ethan… ele foi a personificação disso.
— Bom dia, perdição — sua respiração toca minha orelha, me arrancando um sorriso antes mesmo de abrir os olhos.
— Bom dia — murmuro, me aconchegando mais em seus braços antes de encará-lo.
— Dormiu bem?
— Muito — sorrio, lembrando de algumas horas atrás. — Embora você não tenha me deixado dormir muito.
— E não me arrependo nem um pouco disso — diz, rindo, antes de se deitar sobre mim.
Ethan acaricia meus cabelos, me encarando antes de me beijar lentamente. Quando se afasta, solta um longo suspiro.
— A pior parte de voltar para Chicago será acordar sem você do meu lado — diz, num tom baixo, acariciando minha bochecha.
Antes que eu possa responder, seus lábios descem para o meu pescoço, me fazendo suspirar. Suas mãos deslizam por meu corpo enquanto ele distribui beijos pela minha pele.
— Vou pedir o café — Ethan diz, minutos depois, pegando o telefone enquanto visto sua camisa.
Me aproximo da varanda, observando o mar. O dia está lindo, como se Carmel quisesse nos dar uma despedida perfeita.
Minutos depois, nos sentamos à mesa da varanda e, ao olhar para a mesa, vejo waffles com frutas frescas, café, suco de laranja… Parece que, em três dias, Ethan já decorou todas as minhas preferências.
Tento me concentrar no café por alguns minutos, mas, diferente dos outros dias, mesmo que a gente tente disfarçar, há uma melancolia no ar.
— Para de fazer essa cara — Ethan diz, segurando minha mão sobre a mesa.
— Que cara?
— Como se estivéssemos indo para um funeral — ele brinca. — É só Chicago.
— Só Chicago — repito, revirando os olhos. — Onde temos que fingir que apenas nos suportamos pelo meu pai.
— Você fala como se não adorasse me provocar.
— Não posso negar isso — respondo, soltando uma risada baixa, que ele acompanha.
Depois do café da manhã, eu e Ethan aproveitamos nossos últimos momentos de liberdade para caminhar na praia. Às vezes, ele segura minha mão, outras vezes passa o braço pela minha cintura, me puxando para mais perto.
Algumas horas depois, após o almoço, encontramos Lauren em frente ao hotel, um lembrete de que o nosso tempo aqui está oficialmente no fim.
— Achei que vocês iam demorar mais — ela diz, com um sorriso travesso, claramente se divertindo ao nos ver. — Aproveitaram muito mais que a praia, não é?
Ele sorri, satisfeito com minhas palavras, e me segura pela nuca. Nossos lábios se encontram em um beijo calmo, mas, ao mesmo tempo, cheio de significados.
— Quero te ver amanhã — Ethan sussurra, encostando sua testa na minha. Assinto, dando-lhe outro beijo antes de nos afastarmos.
Quando descemos da aeronave, Ivan já me espera ao lado do carro, totalmente alheio à minha vontade de ir embora com Ethan. Me despeço de Lauren com um abraço, mas, quando chega a vez de Ethan, sinto um nó se formar na minha garganta.
Ele se aproxima de mim, se despedindo de maneira rápida, fria e distante, mantendo as aparências, afinal. Com um sorriso fraco, entro no carro de Ivan, enquanto Lauren e Ethan entram no outro.
Enquanto Ivan dirige em silêncio, encosto minha cabeça na janela e me perco em meus pensamentos. É nítido como tudo mudou entre mim e Ethan nesses últimos dias.
Não é mais só atração ou desejo, é algo mais profundo, mais intenso. Mas também mais arriscado.
Como assumir algo que certamente viraria um caos, especialmente com James? Afinal, para ele, sou a filha que acabou de encontrar e quer recuperar o tempo perdido. E Ethan… é praticamente seu irmão. Talvez meu pai nunca entenderia.
Meus pensamentos são interrompidos por uma mensagem no celular. Abro um sorriso, acreditando ser Ethan com alguma provocação. No entanto, meu sorriso se desfaz e meu coração acelera ao ver o nome de David na tela:
“Como está a minha filhinha? Seu prazo está acabando, meu amor.”
Fico olhando para a tela, com o peito apertado, sentindo o peso da realidade voltar com força total.
E assim, a bolha finalmente estoura.

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