Acordo sentindo falta do peso do braço de Ethan ao redor da minha cintura, do calor do seu corpo contra o meu, dos seus olhos me admirando como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo.
É estranho como, em apenas alguns dias, me acostumei tanto com sua presença que agora minha cama parece grande demais, vazia demais.
— Droga… — resmungo, me sentando na cama. — Por que as coisas não podem ser mais fáceis?
Olho para o celular e penso em enviar uma mensagem de bom dia, mas antes que consiga tocá-lo, duas batidas na porta me interrompem.
— Bom dia, flor do dia — Vitória me cumprimenta, animada. — Dormiu bem?
— Sozinha — respondo, soltando um suspiro teatral.
— Mas não por muito tempo, né? É sábado, e com certeza você vai ver seu amor proibido — diz, abrindo um sorriso sugestivo.
— Sim, e você vai me ajudar, certo?
— O que não fazemos por nossas amigas… — se j**a na minha cama, abraçando meu travesseiro. — Não acredito que vocês passaram dias juntos em Carmel e ainda querem mais.
— Sinceramente? Acho que nunca vou deixar de querer, Tori.
— Uma bobinha apaixonada… — debocha, rindo. Reviro os olhos, mas é impossível não rir também. Ela tem razão, estou perdidamente apaixonada.
Abro a boca para responder, mas antes que consiga falar, ouço passos se aproximando no corredor, e logo Carmen aparece na porta.
— Tori, você veio chamar a Mia ou fofocar? — a governanta pergunta, com as mãos na cintura. — O café está esfriando, andem logo.
Vitória abre um sorriso cúmplice antes de seguir sua mãe, enquanto me levanto para ir ao banheiro. Alguns minutos depois, desço para tomar café. James já está à mesa e convida Vitória para se juntar a nós.
— Bom dia, pai — cumprimento-o, dando um beijo no rosto dele, exatamente como ele faz comigo todas as manhãs. Ele sorri, bobo.
— Bom dia, filha. Dormiu bem?
— Sim, muito bem — respondo, sentando-me.
Começamos a tomar café enquanto conto sobre os dias em Carmel. Os passeios, os almoços, os jantares… incluo Lauren em todos os momentos, mas é impossível não sorrir verdadeiramente pelas lembranças.
— Fico muito feliz que tenha conseguido se distrair, filha — James diz, sorrindo. — Na próxima, vamos todos. Que tal, Vitória?
— Acho uma ótima ideia, Sr. Bennett — ela responde, desviando o olhar para mim. — Mia, que tal irmos ao shopping depois?
— Claro, estou precisando comprar algumas coisas.
— Isso mesmo, meninas. Vão se divertir — meu pai diz, terminando seu café.
Assinto, ignorando o olhar que Vitória me lança, ou vou acabar estragando tudo. Pouco depois, terminamos o café e subo para o meu quarto.
Pego o celular e releio a mensagem que Ethan me enviou ontem à noite.
“Amanhã quero você só para mim, perdição.”
— Uma boba apaixonada — murmuro, me jogando na cama.
O tempo parece se arrastar até que, após uma breve passagem pelo shopping e um táxi depois, finalmente chego à casa de Ethan. Nem preciso bater. Ele já está me esperando, abrindo a porta antes mesmo que eu chegue à entrada.
— Estava me espionando pela câmera? — provoco, tentando disfarçar o nervosismo. Ethan me puxa pela cintura e fecha a porta com o pé.
— Talvez.
— Que coisa feia, Sr. Hayes — brinco, mas perco o fôlego quando seus lábios encontram meu pescoço.
— Senti sua falta — ele murmura contra minha pele antes de me beijar.
Fecho os olhos e me entrego aos seus toques, uma mistura perfeita de urgência e carinho que me faz derreter. Quando nos afastamos em busca de ar, Ethan sorri e me conduz até o sofá.
— Você está linda — diz, afastando uma mecha do meu rosto. — Esse azul…
— Você mencionou que gostava dessa cor — admito, corando.
— Não é só a cor. É você.
Sorrio e, por um momento, quase desisto de contar sobre David. Só para preservar esse instante, essa bolha onde somos apenas nós dois.
Mas sei que não posso. Ethan já me deu provas suficientes de que é alguém em quem posso confiar.
— Aconteceu alguma coisa? — ele pergunta, atento, como se notasse meu olhar perdido. Respiro fundo, tentando reorganizar meus pensamentos.
— Aquilo que queria te contar em Carmel… é sobre David — finalmente digo, sentindo Ethan enrijecer ao meu lado.

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