Thomas olhou para o relógio pela décima vez. Batia a caneta no caderno, estava impaciente, queria sair logo dali e se encontrar com Clarice e ver se ela havia conseguido algum emprego para ele.
Sua mãe parecia bem melhor ao telefone, e ainda não havia parado para pensar em Matthew, que nunca viu. Parecia até que o garoto havia desaparecido do mapa. Mais o que isso importava? Ele não tinha tempo para namorar, e garotos ricos e lindos como Matthew não iria querer nada com alguém como Thomas.
"Ponha—se no seu lugar!" Se repreendeu. E o sinal tocou.
Thomas jogou todo o material dentro da mochila, fechou o zíper e saiu correndo. Passou pela porta e desceu as escadas e bateu na porta de Clarice. A porta foi aberta por um rapaz alto e forte, ele tinha uma cicatriz na bochecha, que puxava a boca do lado esquerdo para cima. Clarice veio logo atrás.
—Thomas. Entre— O rapaz se afastou da porta e entrou. A sala estava mais luminosa e Clarice usava roupas brancas, parecia um vestido— Não o esperava tão tarde— Comentou e indicou a cadeira— Vamos conversar— Thomas sentou, suas mãos tremiam um pouco— Eu consegui uma coisa. Uma coisa que vai dar muito dinheiro a você e sua família. Dinheiro o bastante para não precisarem mais se preocupar com nada por alguns anos.
Thomas olhou para Clarice com atenção. Queria ver alguma evidência de uma possível brincadeira. Mas não havia nada além de puro deleite em saber que havia conseguido o que Thomas procurava.
—Que trabalho é esse?
—Você será Submisso de um jovem rico que precisa passar por uma Iniciação.
—Como é?!
—Ah uma família rica, e a cada jovem homem que está prestes a atingir a vida adulta precisa passar por um ritual sexual. Ele terá de dormir com um Submisso. E isso será apenas uma vez. Depois você será pago e enviado para casa.
—Quer que eu me prostitua?
—Não é bem isso. Você só fará uma vez e nunca mais os verá. E receberá pelo trabalho— Ela deu um sorriso de encorajamento— Vamos lá!!! Sua família precisa de dinheiro não é? Eles não precisam ficar sabendo, você pode fazer isso. Vamos lá.
Thomas mordeu o lábio inferior. Seu irmão não tinha como tomar conta deles, e agora com sua mãe internada havia a conta do hospital para pagar. E quando voltasse para casa iria precisar de ajuda. Seu irmão não queria que trabalhasse, mas ele precisava trabalhar e ajudar a família, não é?
Mais teria coragem de se vender?
—Um aluno dessa escola já passou por isso alguns meses— Clarissa disse— Um rapaz dessa família virou homem adulto. E este aluno hoje está vivendo muito bem.
Thomas apertou as próprias mãos. Valeria a pena? Teria sua primeira vez com um estranho?
—Você já o conhece? Esse rapaz é dessa família?
—Não posso dizer. Os detalhes só poderão ser ditos quando você aceitar. Eles tem um conjunto de empresas famosas, e isso não pode sair dos muros da casa deles. Vamos, você é um rapaz lindo, com feições delicadas, não é todos que tem essa oportunidade. E eu conheço o rapaz, e eu posso dizer que ele é lindo.
Thomas pensou em sua mãe no hospital e em seu irmão que vivia trabalhando e ainda ganhava pouco, essa era uma chance de ajudá-los, e eles não precisam ficar sabendo. Inventaria uma desculpa qualquer.
—Eu... Eu aceito. Eu aceito ser o Submisso.
—Ora, boa escolha— Clarice estendeu a mão e Thomas a apertou.
…
Christian deu uma gargalhada assim que o pai terminou de falar. James revirou os olhos e Stefan ficou imóvel.
— Nem a pau. Não vou me deitar com outro cara. Vocês ficaram loucos!
— Esse ritual está na nossa família há muito tempo. Desde o início do nosso império— Elliot explicou — Infelizmente você não pode fugir disso.
— Ninguém pode me obrigar a fazer uma merda dessas. Denuncio vocês!
— Faria isso?— James abaixou a cabeça.
— Pai, eu não quero. Não mesmo!— Andou de um lado ao outro pelo escritório do pai — Eu posso fugir.
— O Conselho não permitirá— Stefan falou— Como seu pai disse, eles são influentes. Tem espiões por todos os lados. Você seria achado em dias.
Christian bufou. A dor havia retornado. Pegou a mochila na poltrona e saiu correndo dali. Entrou no carro e pisou fundo, para longe dali.
Dirigiu até a escola, quase atropelou um aluno, entrou furioso no corredor principal e se deparou com Simon. O palerma estava encostado em seu armário.
— O que tu quer?
— Veja isso— Ele entregou o celular e Christian deu play. Assistiu o vídeo em silêncio depois olhou para o lado quando duas garotas passaram dando risadinhas — Alguém gravou tudo.
— Que merda! Isso vai me prejudicar pra cacete. Vou achar o babaca que fez isso.
Simon assentiu e Christian sentiu a raiva novamente domina-lo ao lembrar do ritual que os pais queriam que ele fizesse.
—Cai fora.
— Tudo bem. Bom, você vai ao grupo hoje, né?
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