Assim que o Submisso foi retirado da sala por Eduardo, Matthew retirou a máscara quente, e seus primos fizeram o mesmo.
—Parabéns— Exclamou todos eles juntos.
Matthew forçou o sorriso. Estava se sentindo aliviado por ter acabado, porém estava preocupado com o Submisso, se sentia um monstro por dentro.
Quando o carro parou em frente a grande casa, Matthew sentiu um nó no estômago. Sabia que todos os homens Smith estavam lá dentro, todos animados para dar parabéns a ele pelo ritual. Mas não queria ver nenhum deles, na verdade queria ligar para Thomas e marcar um encontro, porém teria coragem de encará-lo depois do que havia acabado de fazer?
—Pare de se mutilar mentalmente— Só havia ele e Mark dentro do carro agora— Você fez sua obrigação de homem da família. Nada mais. Você se saiu muito bem cara. Erga o queixo e entre lá. O Conselho estará todo unido te esperando.
—Conselho? Do que está falando?
—Todos os anciãos e eu, Caio e Raphael fazemos parte e agora você. Está na hora de conhecer nossa família mais a fundo. Pare de ser um santo machucado e fique feliz.
Matthew estalou a língua e saiu do carro, chutou a porta e esperou que o vidro quebrasse, mas infelizmente isso não aconteceu. Eles entraram na casa, passaram pelo hall silêncio, Matthew teve tempo de ver a porta do quarto do Submisso ser fechada. O rapaz usava um capuz branco cobrindo seu rosto. Sentiu um nó na garganta. Queria muito ir até ele e pedir desculpas.
Matthew deixou ser guiado pelo corredor estreito que levava a cozinha, não andava muito por ali, era a ala dos empregados. Dobraram à esquerda em um corredor largo que acabavam em um par de portas escuras, Raphael e Caio as abriram com cuidado. Mark indicou para Matthew ir na frente.
Ele estava em uma espécie de varanda que ia pelas paredes do local, um lustre de cristal de aspecto antigo jogava luz dourada para todos os lados, Matthew foi até a beirada e olhou para baixo. Havia uma escadaria de madeira que levava ao andar de baixo, que era amplo com arquibancadas pelas paredes e no centro com piso de mármore branco estava seu pai. Nas arquibancadas estavam os homens da família.
—O Conselho— Mark sussurrou em seu ouvido.
—Bem vindo— Seu pai exclamou, a voz reverberando por todos os lados— Novo membro do Conselho.
Matthew olhou assustado para os primos, apenas Mark ficou ao seu lado, como um guia, Caio e Raphael sentaram-se nas arquibancadas.
—Tomamos as decisões mais sérias aqui— Mark informou, agora mais alto. Talvez tudo aquilo já tenha sido ensaiado— E como o novo homem da família, é seu direito participar de todas as reuniões importantes. Agora você é um membro ativo dessa família, docinho.
E todos riram animadamente. Matthew olhou feio para o primo e em seguida para a cena à sua frente. Aquilo não era só uma reunião de família comum, era uma coisa muito séria, ele podia sentir no ar. Era quase como uma religião para eles. Sentiu-se enjoado.
Não queria fazer parte daqui. Era loucura. Não faria parte daquilo.
…
Simon segurou a mão de Christian enquanto voltavam a sair da mansão, passaram por caminhos de pedras quadradas, rodearam a mansão e chegaram a um espaço amplo com mesinhas de jardim, um sofá de couro branco, os quatro pontos do local eram decorados por grandes vasos com plantas grandes.
Eles sentaram a mesa. Logo ao longe havia uma entrada flórida para uma garagem subterrânea. Simon estava com um frio na barriga, perguntando— se como pode ir parar no meio de todo aquele luxo.
— Você está gostando de conhecer um pouco da minha vida?— Christian perguntou enquanto James saia para falar com uma empregada que estava ali perto.
— É tão... Luxuoso— Simon admitiu.
Christian segurou sua mão sobre a mesa e sorriu. Aquele era um sorriso que fazia Simon se derreter por dentro.
— Então— James retornou e sentou de frente para eles— Como se conheceram?
Christian ficou tenso. Simon entendia o porque, afinal a forma como eles haviam se conhecido não fora nada agradável, e na ocasião eles jamais imaginaram que um dia iria estar se beijando.
— Como sempre fui um babaca— Christian iniciou— Eu já bati nele, e como castigo fui obrigado a ajudar Simon no grupo de leitura da escola. Sou obrigado a ficar numa sala cheia de nerds— James arregalou os olhos e repreendeu o filho— De qualquer forma essas curvas deliciosas começaram a chamar minha atenção— Simon ficou vermelho como um tomate e abaixou a cabeça— Então tudo aconteceu e agora estamos aqui.
— Você é igual seu pai— James disse sorrindo— Dois brutamontes apaixonados— James seguiu seu olhar para Simon, que parecia cada vez menor— Não se preocupe querido, em algum momento você se acostuma.
Simon assentiu agradecido, com um sorriso. Então a paz foi cortada pelo som de um motor potente. Eles olharam para a entrada da garagem subterrânea, um belo carro azul marinho parou. Um homem de terno veio até o carro, um homem saiu e o outro assumiu o volante, pondo o carro para dentro da garagem.
Quando Simon viu o homem mais de perto lembrou daqueles filmes de anjos vingadores e rebeldes. A pensar dos cabelos brancos ele era lindo, assim como Christian. Tinha um andar decidido e jovem, parou a mesa, sentou e deu um beijo demorado em James. E virou— se para eles.
— Simon Gray?— Ele deu um sorriso luminoso e apertou a mão de Simon— Gostaria de ter— lo conhecido em uma situação mais agradável.
— Como assim?— Christian franziu a testa.
— O pai de Alex Deslau me ligou furioso ameaçando processar Christian e Simon— Elliot Smith suspirou— Mas não se preocupem eu já entrei em contato com nossos advogados. Eles tomarão conta do caso, mas precisarei falar com os seus pais Simon...
— Isso não é problema— Todos olharam para a mulher de azul que vinha decidida até eles.
— Phenelope?— Elliot e James se puseram de pé. Simo deu um pulo da cadeira ao ver a mãe ali, o pai logo atrás— A quanto tempo.
— De fato Elliot— Apertou a mão dos Srs. Smith— Vocês continuam radiantes como sempre. Bom saber que os anos não os afetam— E o seu sorriso sumiu— A diretora me ligou. Estou a par de toda a situação— Ela lançou um olhar interrogativo para Christian.
— E eu já entrei em contato com os advogados da família. Eles iram alegar que foi pura defesa, afinal o Sr. Deslau demonstrou preconceito e arrogância e um certo perfil violento.
— As coisas saindo do controle dessa forma, me faz lembrar de vocês dois— Disse ela suspirando— E sabem das grande novidade. O namoro dos dois.
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