Thomas se jogou na cama assim que Eduardo se retirou e as lágrimas e o soluço vinheram com facilidade. Estava se sentindo fraco e sujo, só queria ficar sozinho e chorar. Poderia ir embora na hora que quisesse, mas ainda não tinha coragem de voltar para casa naquele momento. Precisava ficar sozinho. Voltaria a confiar em alguém de novo?
Já era noite quando acordou. Eduardo estava em pé perto da cama, usava um terno preto e segurava a mochila de Thomas.
—Boa noite. Está na hora de ir, eu acho— Disse ele olhando para todos os lados, menos para Thomas.
O garoto se sentou e olhou para suas coisas, queria muito vestir roupas normais, as suas roupas. Pegou a mochila da mão do outro e foi se trocar no banheiro. Estava mais relaxado deixando aquelas roupas delicadas e caras pelas suas roupas de sempre. Estava feliz por deixar aquelas vestes de submisso.
Saiu do banheiro pronto para ir embora e deixar aquele mundo de lado.
—É estranho vê-lo com roupas comuns— Eduardo disse levemente vermelho.
—São minhas roupas. Estou feliz de vesti-las novamente.
—Bom, com o dinheiro que ganhou pode comprar roupas melhores.
Thomas mordeu o lábio inferior, ainda não queria falar do dinheiro, se sentia mais sujo.
—Quando eu for embora— Se viu dizendo— O Dominador, o que acontecerá com ele?
Eduardo franziu a testa.
—Ele irá viver a vida dele, e você a sua. E jamais se encontraram.
Thomas sentiu os olhos queimarem. Porque estava se importando com um homem que aceitou usá-lo sem nem conhecê-lo? Talvez fosse a conversa da noite anterior ainda latejando em sua mente.
—Thomas, não pode se apegar— Eduardo segurou seu queixo e o elevou um pouco para que pudessem olhar um na cara do outro— Vá viver sua vida, esqueça isso. Finja que foi um pesadelo e com o tempo você acreditará nisso.
—Como sabe disso?
—Apenas sei. Pode crer.
Thomas arregalou os olhos.
—Você sabe quem foi seu Submisso.
—Shii! Fale baixo. Sim, eu investiguei e descobri. Ele agora vive muito e tem muitos namorados. Agora vamos.
Seguiu Eduardo em silêncio pelo corredor, havia um segurança no final do corredor. Thomas deu uma última olhada no quarto que serviu de "prisão" e seguiu Eduardo. Por mais estranho que fosse, ele sentiu que ficaria com um pouco de saudade do lugar.
Estavam no hall, quando o segurança abriu a porta um grupo de jovens vinha subindo os degraus de entrada. Thomas achou todos eles bonitos iguais anjos, mais um se destacava entre eles. A pessoa que ele menos esperava ver naquele momento horrível. Thomas respirou fundo e sua mochila caiu nos seus ombros.
—Matthew— O nome saiu em um arquejo alto.
Matthew que conversava com um rapaz alto olhou surpreso para a figura à frente e o sorriso e a cor de seu rosto sumiram. Ele parou de supetão na porta. E sua voz saiu em um tom de descrença.
—Thomas?
…
— Desempenho é tudo— Christian olhou para os pais. Conversavam algo que ele não estava nada afim de prestar atenção— Eu acho que eles deviam ir a Londres— James dizia.
— Eu sei meu amor— Elliot disse paciente— Porém o homem já está tendo grandes problemas com o filho dele, o Samuel Smith. O garoto é um rebelde mimado que só arranja confusão— Christian deu uma gargalhada— Ele é pior que você. Você filho, é um anjo na frente dele.
Christian olhou curioso para o pai. Mexeu— se na cadeira desconfortável.
— Não se preocupe— James exclamou para o filho— Você ainda é rebelde— Christian deu um sorriso— Mas acho que devia enviar alguém a Londres para investigar o sumiço desse dinheiro todo.
— Eu preciso pensar melhor sobre isso. Se Alistair descobrir que enviei um fiscal a nossa trégua vai por água abaixo— Ele suspirou— Temos problemas maiores— Ambos olharam para Christian.
Christian parou de comer. Conhecia aqueles olhares.
— Eu não quero falar disso agora— Disse friamente.
— Querer é uma coisa, precisar é outra— Elliot disse tentando ao máximo manter a calma— Lembre— se que também já passei por isso. É uma situação péssima, mas é algo que todo homem Smith precisa passar.
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