Thomas passou a mão pelos cabelos e olhou com atenção seu reflexo. Estava mais magro, os cabelos um pouco mais compridos.
Havia passado três semanas da sua saída da casa dos Smith. Ainda doía pensar em Matthew, o havia visto a dois dias, em uma loja perto do hospital, seu coração deu um salto forte, mas não foi até ele, deu as costas a loja e foi embora. Não entendia porque havia feito aquilo.
—Hurum! Bela roupa!— Thomas teve um sobressalto e olhou assustado para trás. Clarice estava parada a porta— Seu irmão abriu a porta para mim.
—O que faz aqui?— Thomas desviou o olhar.
—Soube que não tem mais visto Matthew— Thomas se encolheu involuntariamente— Você vem cumprindo o contrato, mesmo depois de um saber do outro?— Thomas apenas assentiu— Curioso. Mas saiba que nessas situações o contrato não tem valia alguma. Você e Matthew podem se falar a vontade.
Thomas desviou o olhar, não queria falar daquilo.
—Vamos lá Thomas, saia.
—Para onde?
—Lá fora. É só o que peço.
Thomas mordeu o lábio inferior. Porque devia obedecer Clarice?
—Tudo bem.
Suspirou e saiu seguindo a garota. Passou pela sala dando uma careta de desaprovação ao irmão que riu e saiu. O dia estava quente e o sol atingiu os olhos de Thomas assim que saiu na calçada.
Mais sua exclamação de espanto não foi por isso. Foi pelo fato de Matthew está na calçada, encostado em um belo carro importado preto.
—Precisamos conversar... Submisso.
…
Christian abriu os olhos lentamente. O quarto estava submerso em silêncio e escuridão, podia apenas ver os contos de Simon, dormindo ao seu lado. Christian respirou fundo, virou para Simon e o envolveu com seu braço, chegou perto e cheirou seus cabelos, o perfume cítrico invadindo suas narinas.
E sorriu. Sorriu porque pela primeira vez na vida se sentia bem, confortável e seguro. Seu coração deu salto. Era a primeira vez também que passou a noite com alguém sem ir embora na madrugada.
O som da chuva fustigando na vidraça atrás das cortinas era audível. Christian chegou a hora no relógio luminoso do celular, já eram nove e meia da manhã.
Simon se mexeu e abriu os olhos, ficou um tempo parado e virou— se para Christian, com um sorriso largo no rosto de anjo.
— Bom dia baby— Christian sussurrou no escuro.
— Bom dia amor. Dormimos muito?
— Sim— Riu— Mas e daí? Vamos passar o dia juntos— Christian o puxou para mais perto e lhe deu um beijo.
— Mesmo? E o que faremos?
— Passaremos o dia deitados.
— Não mesmo. Iríamos ficar dormentes— Riram.
— E o que sugere?
— Não sei bem. Vamos ver isso depois. Tudo bem?
— Claro. Está com fome?
— Um pouco, sim.
Christian assentiu e pegou um telefone preto no criado mudo ao seu lado.
— Quarto 6, café da manhã para dois— Desligou. Christian virou— se para Simon e o puxou para seus braços— Está tudo bem?
Simon assentiu, retirando uma mecha de cabelo dos olhos.
— Eu nunca pensei que estaria vivendo algo assim— Confessou.
Christian assentiu.
— Eu também não. Mas estamos aqui, e eu não me arrependo nem um pouco— Christian disse com um sorriso— Amo você, e minha vida antes de você não vale tanto assim— Deu de ombros— Eu não prestava nada.
— Não diga isso— Simon sentou em suas pernas— Você é uma das pessoas mais incríveis que conheci— Plantou um beijo em sua boca— E você é lindo— Outro beijo— E marreto— E um mais um beijo, só que mais intenso— E bom— E o beijo foi mais forte. Mas alguém bateu na porta.
Simon fez menção de sair das pernas de Christian, mais esse o segurou no lugar.
— Pode entrar— Gritou.
A empregada, uma mulher baixa e roliça entrou com uma bandeja. Ao ver a cena na cama ficou vermelha como um tomate e quase deixou a bandeja cair, porém segurou forte a peça de prata e a deixou sobre a mesa perto da janela.
Christian ainda não era acostumado com a grande equipe de criados da casa, não conhecia nem a metade, e a julgar pelos seus olhares sobre ele, não gostavam de sua pessoa.
Talvez o tenham julgado pelas cenas de bebedeira, nudez e sexo com estranhas quando o casal Smith estava fora? Provavelmente.
Simon esperou a porta fechar e riu. Christian gostou daquilo. O apertou mais em seus braços e beijou seu pescoço, deu leve chupões na pele delicada e macia.
Talvez Simon não tivesse nem noção do quanto Christian amava aquele cheiro, o próprio cheiro de Simon, um cheiro que ninguém mais tinha.
Subiu os beijos para seu queixo e depois para sua boca, dando pequenas mordidas nos lábios. Simon ofegou.
Christian colocou as mãos dentro de sua blusa e deslizou os dedos pela pele de suas costas. Simon enterrou os dedos em seus cabelos e deu puxões leves. Christian começou a levantar sua blusa, mas Simon o deteve.
— Não— Sussurrou entre os beijos— Agora não.
Christian olhou para ele.
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