Christian olhou para Simon, o rosto do outro ficando pálido como gelo. Ouviu Stefan se levantar do sofá e se aproximar. Talvez estivessem esperando alguma reação explosiva de Simon, porém o garoto piscou e respirou fundo.
— Eu vou.
— Não.
— Não sabemos se será necessário ainda— Stefan anunciou— Elliot e James estão fazendo o possível para não ser necessário.
— Não pode ser tão ruim assim— Simon deu de ombros.
— Não nos veremos por um tempo— Christian disse.
— É ruim então— Simon disse pensando.
Christian o puxou para o sofá e o sentou na suas pernas e envolveu o outro com seus braços fortes.
— Daremos um jeito.
— A Academia não é tão má assim— Stefan sentou no braço do sofá— Já fui lá duas vezes, para a Semana da Cultura. Há muitos Submissos belos lá.
Christian olhou para Stefan com frieza. Não era hora de falar daquilo.
— Mas— Stefan buscou corrigir o erro— Nada mais belo que Simon— Se pois de pé— Agora, preciso subir para meu quarto. Estou com dor de cabeça.
Assim que Stefan saiu Christian o puxou para um beijo. Precisava sentir a boca de Simon a todo instante. Precisava comprovar que ele era real, e não um sonho realista que quando acabava deixava para trás somente a decepção.
De acordo com as horas que iam passando a chuva foi enfraquecendo, até a noite, o céu surgir salpicado de estrelas, com uma lua grande e pálida. Christian e Simon passaram o dia caminhando pela mansão, Christian mostrando os velhos quadros dos antigos Smith. Simon parecia fascinado com tudo, e isso deixava Christian mais feliz.
Estavam prestes a ir para a sala de jantar comer algo quando Elliot e James chegaram. Pareciam exaustos, notou Christian.
— Onde estavam o dia todo?— Perguntou ao pé da escada, com Simon entre seus braços.
— Resolvendo problemas na empresa e com o Conselho— James disse.
— Então?
— Os pais de Simon estão vindo para cá. Precisamos conversar sobre algumas coisas:a decisão de Simon, alguns regulamentos— Elliot disse— Vocês dois irão participar da conversa desta vez.
Christian capturou o olhar do pai que foi lançado. Era um olhar que dizia preocupação e notícias sérias. Ele não gostou nada daquilo.
Quando os pais de Simon cruzaram as portas duplas o garoto correu para abraça— los. Christian ficou no topo da escada, com os pais, observando a cena que eles não reproduziam a anos.
Christian sabia que a maior parte dos problemas familiares eram culpa dele, da sua rebeldia e da sua arrogância. Mas aquela situação e Simon o estavam mudando aos poucos, por dentro, ele já sentia diferença.
O casal Gray se aproximou. Christian sustentou o olhar afiado de Phenelope. Ele podia imaginar com facilidade a garota rebelde e nascida para os negócios que os seus pais conheceram.
— Vamos ao meu escritório— Elliot indicou subindo as escadas.
Christian pegou a mão de Simon e subiram atrás dos adultos. O seu coração estava batendo forte como um tambor, fazendo sua caixa torácica doer. Estava perturbado com o olhar que capturou do pai.
Entraram no grande escritório, agora as cortinas pesadas de veludos puxadas para o lado, revelando as grandes janelas e o céu salpicado de estrelas lá fora. Christian puxou Simon para uma poltrona e os adultos se acomodaram nos sofás.
— Estamos aqui para discutir a iniciação de meu filho Christian Smith— Elliot falou— , com seu Submisso Simon Gray.
— Pule essas partes formais— Phenelope disse fazendo um gesto de descaso com a mão— Disse que havia assuntos urgentes.
— Sim, assuntos esses que chegaram em forma de carta a meu esposo.
James empertigou— se no sofá e encarou todos. Christian ficou orgulhoso ao ver o olhar decidido do pai.
— Arlais Smith, da Espanha me enviou uma carta— Ele retirou um papel pardo do bolso da calça e desdobrou. Christian segurou com mais firmeza a mão de Simon— Que esta carta chegue a James Lins Smith com a velocidade de um furacão. Fui informado mais cedo, por dois membros do Conselho Smith, que o jovem Christian Bernard Smith esta preste a passar pelo Ritual, e não fosse só isso uma grande surpresa, fui informado que planejam eleger o próprio namorado do rapaz como seu Submisso. Devo lembrar— lhe que as regras são bem claras, Dominador e Submisso não podem se conhecer. Porém, conheço a muito o amor juvenil, e sei da intensidade feroz do mesmo, por isso proponho uma saída, que devo revelar, foi usada somente uma vez, a setenta anos atrás. Leve o rapaz eleito Submisso a prestigiada Academia Hiance, que vem servindo não só nossa família, mas as mais antigas e nobres famílias do mundo, como os Bardy, Boods, Crowley, kanavak e Muryank. O menino deverá entrar como um garoto qualquer, e você e seu marido devem pedir formalmente que o rapaz Christian seja levado a Academia para a escolha de um Submisso, e desta forma ele poderá escolher o seu amado. E por assim diante seguirem para o ritual". O resto são só despedidas.
— Esse é o plano?— Phenelope indagou cortando o silêncio— Jamais! Não vou permitir que meu filho entre num lugar desses! Não!
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