Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 266

Patrícia e o Dr. Caio marcaram a cirurgia para a sexta-feira.

Observando a garoa fina que caía do céu, Patrícia segurou um guarda-chuva e ligou para Luciana.

A voz de Luciana soava cansada e ela começou a reclamar assim que atendeu:

- Estou exausta, fiquei acordada duas noites seguidas. Não sei se o novo chefe é louco ou o quê, todos nós estamos trabalhando como escravos.

Patrícia segurou o riso:

- Lembro que você me disse dias atrás como ele era bonito.

- Ser bonito enche o estômago? Ele não é meu namorado, eu deveria ter ficado na minha antiga empresa, não havia nada de errado em ser um peixe pequeno.

Luciana rompeu com Zeca e ele passou dias indo à sua antiga empresa se desculpar, chorando e implorando, então Luciana se demitiu quando ficou zangada.

Ela não queria mais viver uma vida em que precisasse agradar às pessoas como costumava fazer.

Ela recusou o convite de Teófilo e optou por mudar de emprego para uma empresa imobiliária muito conceituada no setor. Mesmo que passasse trinta dias seguidos reclamando do chefe, desejando fervorosamente fazer uma sopa com os ossos dele.

- Aliás, Luh, você está livre na sexta-feira?

- Não, meu chefe me mandou em uma viagem de negócios para a Cidade B. O que você precisa?

Patrícia sabia que Luciana tinha uma ambição natural, embora criticasse o chefe na superfície, na realidade, ela estava se esforçando para se destacar.

Era o período crucial para o avanço em sua carreira e ela naturalmente queria se dedicar a isso.

Patrícia engoliu as palavras que estavam prestes a sair:

- Nada, só queria te convidar para um almoço. Talvez na próxima vez.

- O futuro é longo, Paty. Espere até eu trazer algumas especialidades da Cidade B para você.

Luciana mal havia dito algumas palavras antes de ser chamada para revisar um projeto.

Patrícia se despediu com um sorriso.

Olhando para o mundo envolto na névoa da chuva, ela estendeu a mão e deixou as gotas caírem em sua palma.

A sensação de umidade fresca a fez sentir-se realmente viva.

Patrícia parecia uma criança sem lar, encolhida sob uma árvore, observando as pessoas passarem na rua.

Leva décadas para uma semente crescer e se tornar uma árvore, mas apenas um instante para derrubá-la.

Com uma simples palavra do agressor, toda a luta árdua de alguém pode ser destruída.

Patrícia percebeu seus pensamentos pessimistas e balançou a cabeça repetidamente.

Ela precisava viver, ainda não havia levado o autor por trás dos panos à justiça, então não podia morrer, absolutamente não podia morrer.

Ela enxugou suas lágrimas apressadamente.

No canto de seu olho, ela pareceu ver alguém saindo de um carro à beira da estrada.

Um par de luxuosos sapatos de couro feitos à mão atravessou as pedras sujas da calçada, se aproximando passo a passo.

Patrícia olhou para cima com esperança, mas encontrou um par de olhos cheios de compaixão.

- Irmã Patrícia, você está perdida?

Um olhar de desapontamento cruzou os olhos de Patrícia:

- É você.