Sinto muito, Sr. Teófilo, a senhora faleceu romance Capítulo 267

Daniel parecia não perceber a decepção nos olhos dela e estendeu a mão:

- Eu estava passando. Você se perdeu ou torceu o pé?

Patrícia recusou a ajuda dele, levantou-se por conta própria e sorriu acanhada:

- Eu estava pensando nas coisas e acabei parando aqui sem perceber.

- Minha casa é perto daqui, Patrícia. Se você não se importar, pode dar uma olhada em Branquinha. Ela sente muita saudade de você.

Ela não pôde recusar o convite.

O interior do carro estava quente, em contraste com o lado de fora.

Daniel entregou-lhe um copo de café ainda lacrado:

- Eu estava prestes a tomar em casa, é perfeito para aquecer você, irmã.

Patrícia olhou para o café e agradeceu:

- Obrigada.

- Por que a formalidade, irmã? - Ele sorriu e fez uma curva na direção certa.

Patrícia achou isso estranho, teve uma sensação repentina de que o café foi comprado para ela e que encontrá-lo não foi uma coincidência.

Mas o rosto jovem dele não mostrava nenhuma outra intenção.

Ela afastou seus pensamentos improváveis.

- Por que você está me olhando assim, irmã?

Patrícia deu um gole no café quente e respondeu:

- Estou apenas refletindo sobre o tempo, como as crianças crescem tão rápido.

Seu rosto não exibia mais a ingenuidade da infância, suas bochechas rechonchudas haviam desaparecido, seu maxilar estava definido, revelando uma determinação afiada, mas sem barba.

Enquanto ele virava o volante, seu relógio de pulso brilhava cativantemente.

Estranhamente, ele incorporava tanto a juventude quanto a maturidade, dois estilos aparentemente incompatíveis, sem esforço.

Ele estacionou o carro à beira da estrada e sorriu:

- Espere um momento.

Com isso, ele correu para fora na forte chuva.

Dez minutos depois, ele voltou com as mãos cheias de sacolas.

Havia frutas frescas e roupas femininas em uma das sacolas.

Colocando a sacola de papel nos braços de Patrícia, ele explicou com um sorriso:

- Desculpe por tê-la perdido.

Branquinha esfregou o rosto contra o de Patrícia com força.

Muitas lembranças de Patrícia com Branquinha passaram diante dos seus olhos.

A gata branca tinha mais de uma década e tinha sido sua companhia durante dois terços da sua vida.

Elas costumavam ser inseparáveis, mas depois que ela se casou, se distanciaram, e levaria muito tempo para se encontrarem novamente.

Daniel deu um passo à frente e segurou um guarda-chuva sobre a cabeça de Patrícia:

- Irmã, venha para dentro e se abrigue da chuva. Branquinha não vai a lugar nenhum, você tem muito tempo para passar com ela.

Muito tempo? Patrícia sorriu gentilmente para si mesma.

A cirurgia não é uma cura definitiva e evidências clínicas mostram que muitas pessoas têm um aumento rápido na disseminação e metástase das células cancerosas após a cirurgia.

Ela não sabia qual viria primeiro, a morte ou o amanhã.

Para ela, todo dia era o dia do juízo final.

Ela sorriu suavemente e disse:

- Está bem.