Resumo do capítulo Capítulo 18 do livro Só Teu! Volume II da Trilogia Doce Desejo. de Yana Shadow
Descubra os acontecimentos mais importantes de Capítulo 18, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance Só Teu! Volume II da Trilogia Doce Desejo.. Com a escrita envolvente de Yana Shadow, esta obra-prima do gênero Erótico continua a emocionar e surpreender a cada página.
Pouco antes do sol nascer, Nicole abriu os olhos e se sentou no colchão encardido. Abraçou o travesseiro contra a barriga e olhou em volta. A persiana fechada bloqueava a entrada da luz.
Levou a mão à nuca e gemeu baixinho ao sentir um pequeno inchaço. Tudo o que ela lembrava era que saiu do hospital São Miguel às pressas, pegou o táxi e seguiu ao local marcado para se encontrar com a tia.
Nicole levantou-se com certa dificuldade e foi até a porta em passos lentos. A ansiedade e o medo assombravam a sua mente. Ela chegou mais perto e tocou na maçaneta, girou desesperadamente e puxou diversas vezes.
― Me deixa sair daqui! ― berrou. ― Por favor, eu estou grávida. ― Me soltem.
― Fecha essa matraca, madame! ― A voz masculina ordenou.
― Por favor, eu tenho um filho pequeno. Eu preciso ir para casa, me deixe ir embora ― pediu a voz embargada pelo choro.
Por quase dez minutos ela bateu na porta repetidas vezes e implorou que a soltassem. Não havia dúvida que aquilo era um cativeiro em algum lugar desconhecido. Nicole abaixou-se próximo à parede e se sentou no chão, sua única saída era esperar que alguém a encontrasse.
O barulho de chave na porta fez Nicole se levantar, uma mulher de pele alva e poucos centímetros mais baixa que ela entrou no quarto com um pouco de água e pão.
― Não tente nenhuma gracinha ou o meu namorado vai te apagar ― falou com uma voz estridente. ― Senta ali e come! ― Apontou para o colchão sujo.
Nicole não sabia ao certo quem era aquela mulher, provavelmente era uma cúmplice da pessoa que a acertou com uma coronhada poucos minutos depois que ela saiu do táxi.
― Eu preciso ir ao banheiro.
Nicole sentou e pegou o pão e a água.
― Você pode fazer suas necessidades ali. ― Apontou para o balde de ferro perto da janela. ― Se a madame andar na linha, logo vai cair no mundo e vai poder ver seu homem e seu filho.
Mesmo sem compreender, Nicole permaneceu quieta. Comeu um pedaço do pão com margarina e bebeu a água. Seja lá quem fossem os seus sequestradores, o casal parecia conhecê-la, ou pelo menos eles seguiam seus passos.
― Foi a Joanna que mandou vocês me sequestrar?
― Eu nunca ouvi o nome dessa vadia.
― O que vocês querem comigo?
A mulher atarracada encaminhou-se até a porta e balançou a cabeça ao olhar o ventre arredondado de Nicole.
― Daqui a pouco eu trago a sua ração.
Algumas horas mais tarde, Nicole se remexeu no colchão, o suor minava na pele e escorria pelo rosto naquela tarde quente e escaldante. Por um momento, ela fechou os olhos e imaginou que estava em sua humilde casa com Alex e Rodolpho. Tocou a barriga quando Jullie se mexeu, Nicole tinha certeza que a filha almejava o mesmo.
O barulho da voz alterada que vinha do outro lado da porta roubou-lhe a concentração. Nicole saiu e levantou com certa dificuldade para ouvir o que estava acontecendo.
― Você não falou que a madame era buchuda! ― Nicole ouviu a voz da cúmplice. ― Tu não pode fazer isso com ela, Zé!
― Fala, doutor! ― A voz penetrante chamou a atenção de Nicole. ― O preço da sua mulher subiu um pouco, eu vou querer o dobro ― disse em voz clara de modo que Nicole ouviu. ― Pois é, doutor, são negócios.
Ela pôs de lado o travesseiro logo que ouviu a voz barítona e prepotente no viva-voz, estava disposto a fazer de tudo para libertá-la. Nicole encheu-se de coragem e sem pensar nas consequências, ficou em pé e aproximou-se da porta de madeira estufada cheia de cupins.
― Socorro, Alexander ― gritou na esperança de que o esposo a escutasse. ― Ele vai me matar.
Seus olhos pousaram sobre a maçaneta que movia enquanto o sequestrador abria a porta. Nicole correu para o canto e depois de um tapa no rosto seguido de outro, não havia mais o que pensar.
― Pare, por favor! ― implorou enquanto protegia o ventre.
Olhou a porta aberta e tentou se levantar, mas as mãos calejadas do homem comprido a seguraram pelo cotovelo e a arrastaram para o colchão. Deu-lhe outro tapa, deixando a pele do rosto vermelha.
― O que você está fazendo, Zé? ― A comparsa apareceu na porta com duas sacolas. ― Não faz isso! Ela vai acabar parindo aqui.
― Dá um jeito nessa vadia! ― Mandou o tom alterado. ― Eu vou pegar o pagamento com a patroa e quando eu voltar ― os olhos vermelhos encararam Nicole ―, eu vou baixar essa vadia na cesárea.
Mesmo com a dor no rosto, Nicole deitou-se resignada enquanto as mãos pequenas da sequestradora limpavam o sangue que escorria pelo canto da boca.
Pensou em engatinhar até a porta aberta, mas se conteve, assim que refletiu sobre as últimas palavras do meliante. Fechou os olhos e fez uma pequena prece e agarrou-se à fé e à pouca esperança que ainda lhe restavam.
Copyright © 2.021 por Ana Paula P. Silva
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